Ela o arranhou, e marcado por suas unhas, extasiado, ele dormiu. Uma cama, uma janela aberta deixando à vista a noite tempestuosa, desejo e amor – era isso que tinham e apenas disso precisavam. Enquanto a chuva caía lá fora, o calor ali se fazia. E, naturalmente, os beijos se multiplicavam. A língua que saciava a fome de ambos, era a mesma que a fazia aumentar. E a saliva que molhava os seios dela era a mesma da qual ela sentia sede.
Os gemidos baixos eram sinceros e nenhuma atuação, por melhor que fosse, seria capaz de competir com eles. Os olhos tudo diziam, mesmo quando as pálpebras se encontravam fechadas. O prazer maior era poder viver aquele momento, cheio de desejo e ternura, e acima de tudo, não só carnal, mas também espiritual.
Fazer amor é o encontro de duas almas e a concretização do que já se faz através do olhar, do abraço, do diálogo e da energia positiva e maravilhosa que é emanada por qualquer pessoa que ame. E baseando-se nisso eles se amaram intensamente.
E as mãos que nela entravam eram as mesmas que a levantavam quando ela caía. E as pernas que se misturavam com as dele eram as mesmas que caminhavam ao lado das suas. A boca que descia e subia em movimentos leves, ardentes e carinhosos era a mesma da qual saía a voz sempre reconfortante que dizia “eu te amo”.
A vontade de satisfazer um ao outro era tamanha que os pensamentos só se resumiam a amar. A dedicação um ao outro era completa, em todos os aspectos. E ninguém os tirava o sublime prazer que era poder dar à pessoa que mais amavam o que tinham de mais precioso: o seu amor, corpo e mente.
E depois de muitas carícias, mordidas e calafrios excitantes, o êxtase chegou e o espírito atingiu o ápice do que se pode ser chamado, pelo homem, de “perfeição”. As unhas vermelhas e atraentes dela o arranharam, vezes mil fazendo carinhos em suas costas e deitada sob seu corpo, pele na pele, sentindo o seu calor. E foi assim, arranhado pelas unhas vermelhas dela e elevado ao mais incrível patamar de amor e de prazer, que ele dormiu.
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