I - A Expectativa
Como se eu fosse o mais tentador mel,
Experimenta-me.
Como se eu fosse o mais suave dos vinhos,
Degusta-me.
Como se eu fosse a mais suculenta fruta,
Delicie-se.
Como se eu fosse o perfume da mais bela flor,
Aprecia-me.
Almoça-me. Janta-me.
Coma-me sem deixar migalhas.
Peça tudo a que tem direito e arrisque aquilo a que não tem.
Devora-me.
Sem arrancar pedaços, mas arrancando todo o furacão que só uma mulher pode ser.
II - O Furacão
Roupas pelo chão,
roupas íntimas molhadas pela água do tesão.
Gemidos.
Gemidos não fingidos.
Na mesa. No chão. Na cama.
Furacão na hora H, durante o resto do dia, uma dama.
Suor escorrendo pelo corpo quente.
Pele efervescente.
O gozo final.
Animal.
III - O final
Um pé esquenta o outro,
e abraçados um dá ao outro o carinho de que ambos tanto precisam.
Adormecemos em um sono profundo.
Sono marcado pela satisfação e pelo amor.
E quando os olhos se abrirem
Recomeçaremos outra vez.
Com ternura e paixão, de novo e de novo, mais outra vez... e mais uma... e mais tantas outras!
- Entre o fato, o faro! O suspiro e a forma de respirar... Respiração ofegante. Ato em fato do cotidiano, poesia! Ou o lúdico de quem está se amando... Amor, desejo... À carne! À pele! Consumo, para finalmente, naturalmente e de maneira selvagem ou normal... Tornar-se um, por dois corpos que respiram!
ResponderExcluirMuito bom!
A beleza da poesia é que nela podemos ser sem ser, nos mostrar sem se preocupar com críticas, com a verdadeira personalidade que por medo escondemos da sociedade e suas regras, seus padrões, suas idéias pró moldadas e limites.
ResponderExcluirAtravés dela, eu não vejo somente o desejo (que é inerente á matéria), mas vejo um rosto delicado de uma linda jovem que deseja apenas braços que possam aquecer-na, pernas em que possam entrelaçar-se e sonhos que toda mulher deve ter.
A poesia senão fosse palavras, seria quase um convite para jantar, uma quase indireta para aquele que busca o mesmo sonho. Quase como um desejo podendo se realizar, um "banquete ao vivo e á cores ao luar".