Foto Rodrigo Shampoo
Vou
contar a história de um lugar
Onde
todos os habitantes
Tinham
motivo para se orgulhar
Em
seus campos lindas flores
Era
um parque de amores
Onde
as pessoas só sorriam
E
as crianças se divertiam
Imponentes
florestas o cercavam
Suas
faunas e floras ricas brilhavam
Era
um lugar belo
Com
mais de cem castelos
Todos
lá se conheciam
Cristalinos
riachos nele nasciam
Os
ventos apenas arejavam
Enquanto
ao seu ritmo
As
folhas dançavam
Os
pássaros coloridos gorjeavam
E
seus tenros habitantes
Sorriam
a cada instante
As
montanhas encantavam
Àqueles
que a olhavam
Mas
chegou certo dia
Junto
com uma nuvem fria
Um
nobre forasteiro
Em
seu cavalo prata
Que
corria pela mata
Logo
ele criou asas
E
as pessoas se inquietaram
Ali
na praça elas pararam
Era
um misto de pavor e admiração
Ficaram
paralisadas com o coração na mão
Logo
o visitante se apresentou
"Sou
um mágico trovador!"
Desceu
de seu cavalo pulcro
E
disse palavras calmas
Que
purificavam a alma
Ele
só queria lucro
Das
suas mãos nascia a magia
Transformou
uma rocha cinza em uma Bouvardia
Os
olhos das pessoas transbordavam alegria
Com
cinestesia
O
mágico prosseguia seduzindo
Provocando
um misto de entorpecimento e euforia
Se
sentindo o dono de todos
O
mágico continuava agindo
Logo
ele fez um pedido
"Preciso
de suas flores meus amigos!"
Todos
da praça corriam
Para
o visitante eles traziam
Quantas
flores em suas mãos cabiam
As
flores foram arrancadas dos canteiros
E
quando acabaram as flores do campo inteiro
O
mágico lhes pediu dinheiro
Os
habitantes cativados
Entregou-lhe
suas riquezas
Totalmente
maravilhados
Uma
orquídea foi erguida
E
a cidade agradecida
Pela
suntuosa exibição
Mas
o mago insatisfeito
Achou-se
no direito
De
mandar na multidão
Exigiu
o maior dos castelos
Construído
em pedras preciosas
Pintado
com as cores: verde e amarelo
Com
duas torres esplendorosas
O
mágico voltou-se para as mulheres
E
escolhera a mais formosa
Para
lavar os seus talheres
O
lugar que era o paraíso
Ficou
feio e destruído
Toda
aquela qualidade
Se
tornou iniquidade
As
pessoas amarguradas
Estavam
todas condenadas
Agora
eram todos detentos
Homens
fedidos e lazarentos
Sem
voz para gritar
Não
sobraram flores para contar
Toda
aquela rica beleza
Virou
história demudada em tristeza
A
água límpida e cristalina
Era
um poço de esgoto, carne podre e naftalina
Os
habitantes se revoltaram
E
o mágico eles expulsaram
Junto
dele a inocente mulher
Que
não teve culpa alguma
Mas
foi tratada como uma vadia qualquer
O
lugar belo renasceu
O
campo seco e cinza floresceu
Assim
como uma página de livro
O
tempo passou
E
certo dia
Aquele
mágico voltou
As
pessoas ignorantes se esqueceram do acontecido
E
com os mesmos artifícios
Os
habitantes ele conquistou
E,
novamente...
Aquele
campo florido acabou
Simplesmente fantástico! Adorei a musicalidade do poema, que me prendeu do ínicio ao fim.
ResponderExcluirSó tenho a agradecer pelo comentário!
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