Não
é preciso falar muito sobre Elis Regina. Nossa querida ‘pimentinha’, dona de
uma das mais belas vozes femininas e uma das maiores, se não a maior,
intérprete de nosso país, está sendo homenageada na exposição “Viva Elis”,
parte integrante do projeto de mesmo nome realizado e patrocinado pela Nívea.
A
exposição se divide em três núcleos sobre a vida e carreira de Elis, incluindo
fotografias, documentos escolares e contratuais, biografia, vestidos usados por
ela em shows, muitos vídeos e espécies de computadores interativos nos quais se
pode ouvir toda a sua discografia. É possível passar uma tarde inteira ouvindo
seus discos, deliciando-se e emocionando-se com sua voz divina e arrebatadora.
Não
tão rica em conteúdo e com pequenos defeitos como, por exemplo, a má organização
das legendas das fotos, vale à pena conferir a exposição, tanto para conhecer
melhor Elis quanto para se enternecer com os timbres de sua voz.
Já
Antony Gormley talvez não seja um nome tão facilmente reconhecível em meio a
nós quanto o de Elis, porém sua exposição vale muitíssimo a pena ser conferida
e é de igual grandiosidade. Enquanto Elis surpreende com sua música, Antony
surpreende com sua criatividade absurda, que choca pela inovação de ideias.
Muitos
já devem ter lido a seu respeito devido às suas famosas estátuas espalhadas
pela cidade, em topo de prédios, calçadas e no próprio prédio do CCBB. Usando
seu corpo e existência como modelo, essa sua obra “Event Horizon” trabalha o
corpo humano e o espaço, transformando os horizontes da cidade. O espaço, por
sinal, é perceptivelmente seu tema central e, a partir de seu próprio corpo,
Antony une um ao outro em diversas de suas obras. A genial obra “Amazonian Field”,
realizada em 1992 em Porto Velho, na qual o artista produziu, em conjunto com
60 pessoas, cerca de 24 mil formas corporais feitas em barro, é uma das mais
surpreendentes. Foram 18 toneladas de terra trabalhada com o objetivo de
preencher, com essas pequeninas esculturas, um espaço – como uma sala – no qual
“cada observador se torna uma interface viva entre o passado e o presente;
entre o espírito dos ancestrais e os ainda não nascidos: o tópico involuntário
da obra”, como é descrita a obra do artista.
A
exposição, realizada pelo Ministério da Cultura e pelo Banco do Brasil, é uma
retrospectiva desse artista londrino que já ganhou diversos prêmios e já expôs
em importantes mostras, como a Documenta de Kassel e a Bienal de Veneza. Como
diz Marcello Dantas no encarte da exposição, “Antony Gormley construiu uma das
mais coerentes pesquisas estéticas das últimas décadas da arte contemporânea.
Baseando-se na tensão entre o corpo e o espaço, ele criou espaços, redefiniu o
vazio e o pleno e endereçou a observação sobre o corpo como um procedimento
participativo. Para entender Gormley, é preciso ver com a pele, mensurar com os
olhos e se deixar ocupar pelo essencial sentido de presença, ferramenta
fundamental para vivenciar sua obra.”
Aberta
até o dia 23 de agosto, a exposição reúne ainda obras da série “Blockwork”, que
consiste em uma tentativa de mostrar o corpo como se fosse uma construção,
através de blocos de aço; a obra “Floor” é o trabalho mais antigo da exposição,
a qual reproduz o contorno dos pés do artista, fazendo “alusão a um campo de
energia que torna a zona corporal porosa e aberta”, como diz a legenda da obra;
modelos de projetos; a interessantíssima “Mother’s Pride IV”, uma versão nova
de uma obra de 1981, realizada a partir de fatias de pães de fôrma secas e mergulhadas em parafina para a sua conservação; a fantástica e interativa “Breathing
Room IV”, que funciona como uma mandala tridimensional, cheia de contrastes
entre o conforto e o confronto, o meditativo e o interrogativo, a observação e
a interação; dentre outras. Confiram!
Exposições SENSACIONAIS!! Devem mesmo ser vistas!
ResponderExcluirE o texto está exatamente de acordo com o que lá se encontra. Muito bom!!