A World Press Photo é uma organização independente, sem fins
lucrativos, cuja atividade mais conhecida é a exposição anual das fotografias
selecionadas em seu concurso. É importante ressaltar que é um concurso de
fotojornalismo: fotos que são em si notícias. Suas exposições anuais correm o
mundo e são conhecidas pelo impacto que são capazes de causar, gerando incômodo e não sendo
recomendadas àqueles de estomago menos forte. Muitas são, todo ano, as fotos de
guerras, de dores, de tragédias. Excetuando-se as fotos das categorias Esporte e Ação e Natureza, as demais noticiam, explicitamente e majoritariamente, tragédias de todos
os tipos: pessoais, locais ou globais. Digo explicitamente porque, na verdade, até mesmo a maioria das fotos da categoria Natureza noticiam "tragédias": animais em extinção, animais que sofrem devido ao lixo em seus habitats, etc.
É possível questionar se não seria
possível premiar também um fotojornalismo de boas notícias, e não só esse, de
más notícias. Não é possível, é claro, ignorar os acontecimentos ruins do
mundo, mas é possível equilibrar o peso das coisas: há muitos acontecimentos
ruins, mas não há somente acontecimentos ruins. Entristece a comercialização de
tragédias, principalmente quando ela acontece em locais que não sofrem com tais
tragédias e que, na realidade, não costumam fazer muito a respeito. Mas,
independentemente de questões do gênero, as fotos premiadas pela World Press Photo são sempre de muita
qualidade e merecem ser vistas e apreciadas. Ao se ver algumas é difícil não
sentir dor; por um lado, se a exposição fica pesada, por outro é importante que
se escancare aos olhos do público fotos de acontecimentos reais tão trágicos e
chocantes.
A Caixa Econômica Federal patrocina a exposição da World Press Photo no Brasil. Inaugurada
no último dia 21, a exposição permanece até o dia 23 de junho. São 154
fotografias que tratam de notícias do ano de 2012, de 54 fotógrafos de 32
nacionalidades, incluindo o brasileiro Felipe Dana com a foto de uma jovem de
15 anos, vítima do crack, e uma série de fotografias sobre o quotidiano das
favelas cariocas, feita por um fotógrafo da Bélgica.
A Foto do Ano é a de Paul Hansen, feita em Gaza, registrando o
funeral de dois irmãos mortos em um ataque de Israel que atingiu sua casa. Algumas
em destaque são a do argentino Rodrigo Abad; a série de Stephan Vanfleteren, da
Bélgica, que retrata pessoas recebendo tratamento em um hospital da África, sem
nem terem ciência da doença que lhes afeta, na categoria Retrato Posado; a série de Ebrahim Noroozi, do Irã, que retrata mãe
e filha após terem sobrevivido ao ataque do marido/pai, o qual jogou ácido em
seus rostos enquanto dormiam; e as fotografias em geral das categorias Assuntos Contemporâneos, Vida Cotidiana e Notícias em
Destaque.
Chocantes, porém de grande emoção.
Fotografias jornalísticas sobre fatos que merecem atenção. Fundada em 1955 na
Holanda, a World Press Photo tem sua exposição sendo apresentada em diversos países
concomitantemente: Bélgica, Qatar, Holanda, Polônia, Romênia,
Croácia, Suíça, Portugal, Itália, Alemanha. E ocorrerá ainda, a partir das próximas
semanas, em países como Japão, Austrália, Canadá, Chile, Peru, dentre outros.
Estão rolando também...
Mostra “Mohammad Rasoulof e Jafar Panahi: cineastas iranianos”: apenas até o próximo dia 02, a
mostra homenageia os grandes cineastas iranianos citados em seu título.
Lucas Simões: inaugurada também no último dia 21, a exposição de Lucas
Simões apresenta sobreposições e recortes muito interessantes. Lucas, em
algumas de suas obras, apresenta fotografias estruturadas e coladas sobre
estruturas de madeira e tecido, cujas imagens ficam totalmente perceptíveis ao
se olhar as obras diagonalmente, quase rente a parede. A dificuldade em se
perceber isso e a não sinalização dessa possibilidade mostram, talvez, que
estas obras não deveriam estar presas às paredes, mas sim em posições centrais
na sala reservada a exposição. Apesar de parecer mal montada devido a isso, a
pequena exposição merece ser conferida.
imagens impressionantes! Obrigada! Josefina
ResponderExcluirNossa que lindo e triste, tem que ter muita sensibilidade e coragem para registrar momentos assim e tem que ser forte tbm, eu como seou manteiga derretida, choraria e nem conseguiria tirar as fotos... impressionante.
ResponderExcluirBjs
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