quinta-feira, 12 de abril de 2012
Ao meu lado tu dormes tranquilamente...
Ao meu lado tu dormes tranquilamente, enquanto eu me perco em devaneios...
Não te vejo, mas te sinto.
Eu te sinto a cada segundo de sonho meu,
no qual cavalgas lindamente,
não sob um cavalo branco de contos de fadas,
mas sob mim mesma, deliciosamente.
Não te vejo, mas te sinto.
Eu te sinto em tuas garras sob minha pele.
Marcas de arranhões animalescos de quem,
com muita fúria e paixão, acalmou a mim,
gata no cio com fome de ardor. Com fome de amor.
Não te vejo, mas te sinto.
Eu te sinto em teus dentes caninos me devorando.
Minha carne crua e macia não basta,
Teus anseios pedem por mais: pedem por alma.
Entrega de quem faz amor por pensamento.
Eu te vejo e eu te sinto.
Eu me vejo quando te vejo, eu me sinto quando te sinto.
Nessa procura incessante por ti,
Eu procuro mais ainda por mim.
Procuro em ti minha própria fonte de prazer.
Eu te vejo e eu te sinto
Nos limites entre homem e animal, entre corpo e espírito
Eu me faço em teus meios, tu me satisfazes em meus meios.
Em um simples abrir de portas que te desejam entrando por elas,
Sinto em ti, sinto por ti, fêmea fome quase insaciável.
Eu te vejo, eu te sinto, eu te ouço, eu te cheiro.
Vejo o homem que faz de mim tua mulher.
Sinto o macho que faz de mim tua fêmea.
E os gemidos ouvidos baixinho, sons de uma música luxuriosa.
Cheiro íntimo; odor de flores que não são do campo, mas do corpo.
Eu te sinto, eu me sinto.
Eu me transporto a ti, tornando-me parte tua.
Uma fusão de corpos que multiplica prazeres.
Amor que na cama, no chão, na mesa e na poesia se faz.
Eu te vejo e eu te sinto, aqui, agora, sob meu seio, absorto.
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