terça-feira, 22 de maio de 2012

Entre o que fui, o que quis ser e o que me tornei



Eu fui erro, fui contradição, fui decepção.
Fui tristeza, choque sem amortecimento.
Fui calo, corte na pele, ingratidão.
Incoerência, soco no nariz, eu fui sofrimento.

Fui arranhão, insensatez, tempo perdido.
Lágrimas derramadas, noites mal dormidas.
Fui preocupação, irritação, fui grito.
Violência, tapa na cara. Oportunidades perdidas.

Eu fui vazio, escuridão, falta de razão.
Fui tolice, estupidez e a doença mais cruel.
Solidão, grosseria, egoísmo e aflição.
Fui medo, covardia e orgulho. Eu fui fel.

Mas eu quis ser acerto, ser coerência, surpreender.
Quis ser alegria, conforto sem pausa.
Quis ser a cura da ferida; satisfazer-lhe.
Quis ser carinho, da sua felicidade a causa.

Quis ser beijo, sensatez, motivo de agradecimento pela vida.
Sim, eu quis ser tesão, sorrisos e noites quentes.
Afago, cafuné. Quis ser querida.
Eu quis ser desejo, sexo e te fazer contente.

Quis ser preenchimento, luz, boa emoção.
Inteligência, maturidade e o melhor remédio.
Fui má. Fui boa. Sobretudo, fui paixão.
Paixão que se percebeu atemporal, por seu intermédio.

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