quinta-feira, 6 de junho de 2013

“Somos Tão Jovens” - O Filme





                Apesar de já estar em cartaz há algum tempo, o filme ainda merece uma atenção maior. O longa de Antonio Carlos da Fontoura apresenta Thiago Mendonça no papel principal, mostrando ao público um jovem Renato Russo intenso, passional e atormentado por suas dúvidas. Um jovem músico, inicialmente influenciado pelo movimento punk e mostrando-se ser, posteriormente, um grande romântico.
                A imagem de Renato Manfredini Júnior que é apresentada ao público é romantizada, idealizada e adaptada aos objetivos do filme e do diretor. O filme não é um documentário; é uma ficção baseada na obra e vida de Renato Russo, uma homenagem a ele. E, como qualquer ficção baseada em alguém, como o próprio gênero já deixa claro, apresenta cenas que não são fatos, ou seja, muito do que é contato ao longo do filme não aconteceu ou aconteceu de modo um pouco diferente.
                A personagem Aninha encarnada pela atriz Laila Zaid, por exemplo, não existiu realmente. Foram condensadas nessa personagem diversas amigas que Renato teve, com as quais viveu momentos diversos de sua vida, chegando mesmo a namorar algumas delas. “"Aninha é uma amálgama de várias pessoas importantes para Renato, alguém que pudesse viver as descobertas com ele", diz o roteirista Marcos Bernstein” (A Folha de São Paulo, 17/05/2013).
                Uma das cenas mais românticas do filme, aquela em que Renato canta a música “Ainda é Cedo” como uma forma de mostrar a Aninha seu sentimento por ela e seu arrependimento pelo erro que cometeu é uma das cenas que mais gera controvérsias. A irmã de Renato, Carmem Teresa Manfredini, tem outra impressão sobre essa música: "Já ouvi dizer que era sobre a cocaína, não sobre alguma menina", afirma Manfredini. O vocalista da banda Plebe Rude, a qual aparece no filme em alguns momentos, diz: "Pelo que eu saiba, a música foi feita para uma ex-namorada do Ico Ouro-Preto [ex-guitarrista da Legião]", diz Philippe Seabra.
                O show na Festa do Milho de Patos de Minas também não ocorreu bem do modo como é mostrado no filme: não foi a música “Que País é Este” que a Legião Urbana tocou, e sim “Música Urbana 2”.  O filme não mostra também o fato de que as bandas Legião e Plebe Rude foram levadas à delegacia após o show, para esclarecimentos.
                Mais de 1,5 milhão de pessoas já assistiram ao filme. Sucesso de vendas e de boas críticas do público, o filme recebeu algumas críticas não tão boas devido a esses acontecimentos mostrados de modo um pouco “retorcido”. Porém, como já foi dito, é importante lembrar que o filme é uma ficção baseada em fatos reais, não um documentário. E, como tal, o filme atinge seu objetivo: o de fazer uma homenagem a um eterno ídolo da música brasileira, que hoje teria 53 anos.

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