quinta-feira, 29 de novembro de 2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A culpa é da vítima?


Outro dia vi no blog Toalete feminino um post sobre a menina que se matou após sofrer bulliyng virtual. A menina teria mostrado os seios na web cam para uma pessoa mal-intencionada que espalhou as fotos pela internet.

Sinceramente? Acho hipocrisia as pessoas julgarem a garota e a chamarem de piranha e outras coisas. Afinal quem nunca mostrou os peitos para alguém que achava que gostava e que estava pronta para um aprofundamento da intimidade? Fala sério minha gente? Por que esse tabu todo? É natural querer transar com seu namorado virtual. É claro que nos dias de hoje devemos tomar cuidado com pessoas mal-intencionadas, mas se coisas desse tipo acontecem na vida real, mesmo você conhecendo de perto a pessoa, porque chamar a garota de burra, e culpá-la pelo que aconteceu? 

Esse mesmo pensamente de culpar a vítima pelo "golpe" que ela levou, é o que legitima a ação de um estuprador. Muita gente já me disse coisas assim: "ah mas com as roupas que ela usava, estava mais que pedindo pra ser estuprada!" como se fosse a falta de roupa que levasse um homem a violentar uma mulher. O estupro, não é apenas sexo. Conversando com minha mãe que é psicóloga especialista em sexologia, descobri que o estuprador sente prazer não com o ato, mas com o sofrimento da vítima, portanto é um sádico, um doente mental, que tem lá suas taras. Pode ser por prostitutas, pode ser por moças com cara de virgens, por loiras ou por morenas, ou até mesmo as ruivas. Percebe que não é a falta de roupa o estímulo do agressor? O cara pode muito bem se interessar pela garota de saia comprida e bíblia na mão, e não pela prostitua de bustiê e micro short.

Apesar de vítima ser uma classificação meio relativa, e cansativa, acredito que há sempre um lado da situação que paga mais o pato e arca com as consequências que o outro lado .  E muitas vezes carrega essas consequências de maneira injusta. Acho que antes de apontar o dedo pra julgar devemos pensar um pouco se não estamos transformando o mundo num lugar onde não queremos viver, pois as injustiças que sofremos são motivos, não para a solidariedade dos outros, mas sim para o julgamento e a exclusão social.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Dominação







Existem nesse mundo pessoas que precisam ter poder sobre outras. Seja por carência afetiva, por falta de autoestima ou mesmo sadismo, o importante para elas é submeter as pessoas que lhe interessam. Manipulam e se aproveitam dos pontos fracos dos seus "subordinados" querendo dar a eles a direção de suas vidas e que sejam perfeitos só para si(para os dominadores). Enxergam o outro como uma posse, um objeto e os sufocam.



O dominado quando nasce sob os cuidados do dominador, tem muito mais dificuldade de se libertar. Vai aprendendo o certo e o errado na visão deturpada de seu carcereiro, e é constantemente humilhado, mutilado (impedido de ser ele mesmo), cobrado demais e é uma pessoa que vive com culpa. Não enxerga os tentáculos do outro. Não tem forças para resistir. Espera a salvação, espera crescer e ser mais forte. E mesmo quando se liberta fisicamente, a mente de tão condicionada, demora anos para apreciar o gosto da liberdade.



É uma grande jornada aprender a amar sem querer dominar. Normalmente quem tenta ser o forte da relação não vê o outro como ele é. Não o ama porque não o compreende, e não o aceita por ser ele mesmo. Acho que foi por isso que cheguei à conclusão de que uma relação precisa ser entre iguais, quer dizer, com pessoas que tenham "poderes iguais" e que respeitem as diferenças umas das outras. 



Acho que o único jeito de evitar uma situação dessas, é a pessoa conquistar o amor próprio. Só tendo consciência de quem é e se aceitando e amando a si mesmo que poderá ser forte e evitar se relacionar com dominadores. Até acho que seja normal ter ciúmes, mas não se pode viver pelo ciúme. Vai causar muito sofrimento à toa. Se seu parceiro te deixou, aceite. Pode ser que um dia vocês voltem, mas amarrar a pessoa a ti, só vai alimentar uma guerra infernal.



Eu sou do tipo que fujo de pessoas assim. Prefiro os mansos e pacíficos. Aliais, acho que ultimamente eu só tenho conhecido pessoas que se libertaram de prisões parecidas com as minhas, e parecem ser mais compreensivas quanto a esses problemas. E você já sofreu isso?

sábado, 29 de setembro de 2012

Um momento antológico no palco de Hebe Camargo



Chico Buarque e a Velha Guarda do Samba

Por Carlos Pinho.

O ano, 1966. Mestres de duas gerações da música popular brasileira reunidos no programa de Hebe Camargo na TV Record. Dentre eles, Dorival Caymmi, Pixinguinha, Donga e Chico Buarque.

Inegavelmente, a história da Hebe, que hoje nos deixou aos 83 anos, confunde-se não só com a da televisão. Ela é um ícone da nossa cultura.

No tempo em que a qualidade de uma programação televisiva tinha um impacto maior numa sociedade com o acesso mais limitado e menos seletivo, Hebe foi uma fomentadora da nossa cultura, sempre buscando levar o que de melhor tínhamos para abrilhantar o seu palco, já tão iluminado pelo seu inconfundível carisma.

Vai deixar saudade.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O não entendimento faz parte do plano


 

Quebrando correntes...
O que eu senti fica pra sempre, mesmo que as pessoas por quem eu senti se percam de mim no meio do caminho. Amar, para mim, se conjuga no passado apenas gramaticalmente, na vivência não. Guardo o sentimento, mesmo quando não é mais atual, ainda assim é presente dentro de mim. Faço questão de não jogar fora o carinho que tenho por cada um que passou por mim de uma maneira especial. Faço questão é de alimentar. Não quero esquecer um ex-namorado porque o namoro acabou. Nem quero esquecer alguém com quem partilhei muitos bons momentos só porque não nos relacionamos mais diretamente. Eu, do meu modo, continuo me relacionando com todos, mesmo que indiretamente. Posso não me relacionar mais com diversas pessoas que passaram pela minha vida através da fala, do contato direto, de encontros físicos, mas eu me relaciono através da lembrança, do pensamento, da saudade, do reconhecimento.  Eu me relaciono também através da escrita. Disso aqui que eu escrevo pensando em amigos que por algum motivo se distanciaram, em outros que já se foram pro além-mundo terreno, e outros ainda que tiveram passagem rápida, às vezes só de um dia, mas que por algum motivo me marcaram.
Há lembranças tão saborosas, com gosto de chocolate e aroma de dama-da-noite (aroma de que mais gosto), que faço questão de rechear minha memória com elas diariamente. Não quero esquecer. Nada que foi importante. Nem a dor da perda, a decepção por achar que conhecia e descobrir que não, nem a lágrima do amor sofrido, nem o silêncio sufocante da melancolia depressiva. Nem a gargalhada com sabor de brilho nos olhos eterno, nem o abraço com jeito de porto-seguro acompanhado de pôr-do-sol. Nascer do sol. Nasço novamente todos os dias e em cada nascimento meu surgem novas características, sonhos e planos. Quimeras doces com cheiro de erva doce e delicadas como violetas, corpo de água que nada como sereia dentro de si mesmo. Nascem comigo todos os dias novas expectativas, novas possibilidades capazes de gerar outras mil. Novas capacidades de olhar diferente pro mesmo objeto, de sentir diferente o mesmo cheiro, de se deliciar de modo diferente com a mesma língua.
Mãos que movem móveis em casa, mãos que constroem os móveis da vida, nos quais nos apoiamos para sentar, deitar, comer e amar. Pensamento que move a mente e sentimento que move a alma. Energia que move o corpo e poesia que renova a capacidade de viver. E de viver bem. Nasce comigo a cada madrugada, prontos para serem aproveitados a partir de cada manhã.
Morre comigo a cada noite o que foi concluído. Às vezes não chega ao fim, mas ainda assim é concluído por já ter alcançado o sentimento desejado. O objetivo não é no plano material, mas naquele plano onde os sentimentos brincam de pular corda e de pique-esconde. E também de colorir. Colorem momentos, pessoas e paisagens e são mutuamente coloridos por si mesmos, entre si mesmos e também por aquilo que colorem.
Mas guardo comigo também a morte. O não vivo é também presente em minha alma. Não me esqueço de nada. E não quero esquecer. Morreu. Apagou. Não respira mais. Mas ainda guardo o sentimento ou, pelo menos, a lembrança querida do sentimento.
“Poesia não é para compreender, é para incorporar.” (Manoel de Barros)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

ELIS REGINA E ANTONY GORMLEY NO CCBB

        Não é preciso falar muito sobre Elis Regina. Nossa querida ‘pimentinha’, dona de uma das mais belas vozes femininas e uma das maiores, se não a maior, intérprete de nosso país, está sendo homenageada na exposição “Viva Elis”, parte integrante do projeto de mesmo nome realizado e patrocinado pela Nívea.
                A exposição se divide em três núcleos sobre a vida e carreira de Elis, incluindo fotografias, documentos escolares e contratuais, biografia, vestidos usados por ela em shows, muitos vídeos e espécies de computadores interativos nos quais se pode ouvir toda a sua discografia. É possível passar uma tarde inteira ouvindo seus discos, deliciando-se e emocionando-se com sua voz divina e arrebatadora.
                Não tão rica em conteúdo e com pequenos defeitos como, por exemplo, a má organização das legendas das fotos, vale à pena conferir a exposição, tanto para conhecer melhor Elis quanto para se enternecer com os timbres de sua voz.

                Já Antony Gormley talvez não seja um nome tão facilmente reconhecível em meio a nós quanto o de Elis, porém sua exposição vale muitíssimo a pena ser conferida e é de igual grandiosidade. Enquanto Elis surpreende com sua música, Antony surpreende com sua criatividade absurda, que choca pela inovação de ideias.
                Muitos já devem ter lido a seu respeito devido às suas famosas estátuas espalhadas pela cidade, em topo de prédios, calçadas e no próprio prédio do CCBB. Usando seu corpo e existência como modelo, essa sua obra “Event Horizon” trabalha o corpo humano e o espaço, transformando os horizontes da cidade. O espaço, por sinal, é perceptivelmente seu tema central e, a partir de seu próprio corpo, Antony une um ao outro em diversas de suas obras. A genial obra “Amazonian Field”, realizada em 1992 em Porto Velho, na qual o artista produziu, em conjunto com 60 pessoas, cerca de 24 mil formas corporais feitas em barro, é uma das mais surpreendentes. Foram 18 toneladas de terra trabalhada com o objetivo de preencher, com essas pequeninas esculturas, um espaço – como uma sala – no qual “cada observador se torna uma interface viva entre o passado e o presente; entre o espírito dos ancestrais e os ainda não nascidos: o tópico involuntário da obra”, como é descrita a obra do artista.


 


                A exposição, realizada pelo Ministério da Cultura e pelo Banco do Brasil, é uma retrospectiva desse artista londrino que já ganhou diversos prêmios e já expôs em importantes mostras, como a Documenta de Kassel e a Bienal de Veneza. Como diz Marcello Dantas no encarte da exposição, “Antony Gormley construiu uma das mais coerentes pesquisas estéticas das últimas décadas da arte contemporânea. Baseando-se na tensão entre o corpo e o espaço, ele criou espaços, redefiniu o vazio e o pleno e endereçou a observação sobre o corpo como um procedimento participativo. Para entender Gormley, é preciso ver com a pele, mensurar com os olhos e se deixar ocupar pelo essencial sentido de presença, ferramenta fundamental para vivenciar sua obra.”
                Aberta até o dia 23 de agosto, a exposição reúne ainda obras da série “Blockwork”, que consiste em uma tentativa de mostrar o corpo como se fosse uma construção, através de blocos de aço; a obra “Floor” é o trabalho mais antigo da exposição, a qual reproduz o contorno dos pés do artista, fazendo “alusão a um campo de energia que torna a zona corporal porosa e aberta”, como diz a legenda da obra; modelos de projetos; a interessantíssima “Mother’s Pride IV”, uma versão nova de uma obra de 1981, realizada a partir de fatias de pães de fôrma secas e mergulhadas em parafina para a sua conservação; a fantástica e interativa “Breathing Room IV”, que funciona como uma mandala tridimensional, cheia de contrastes entre o conforto e o confronto, o meditativo e o interrogativo, a observação e a interação; dentre outras. Confiram! 


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Vem aí o RIO HARD BLUES FESTIVAL...

Divulgo aqui o release escrito pelo próprio produtor, Claudio Fonzi:

"Além do RIO PROG FESTIVAL que acontecerá de 21 a 23 de setembro, tenho a honra de divulgar que produzo agora também o RIO HARD BLUES FESTIVAL.
Através dele, espero conseguir viabilizar que mais bandas internacionais de Hard e Blues se apresentem no Rio.
Quem gostar desses estilos musicais não deixe de comparecer, pois certamente não se arrependerá.
RIO HARD BLUES FESTIVAL
1ª edição do Festival que trará semestralmente atrações nacionais e internacionais dos estilos ligados ao Blues e ao Hard Rock.

BANDAS
1 - Davi Kaus e os irmãos Metralha (DF)
Excelente trio de Hard Rock e Blues da cidade de Taguatinga (DF) - Formada no final de 2011 pelos músicos Davi Kaus (guitarra e voz), Luís De Vita (baixo e backing vocal) e Tiago Araújo (bateria), com o intuito de tocar covers de bandas que os influenciaram em sua vida musical, tais como Led Zeppelin, Jimi Hendrix, Black Sabbath, The Strokes e The Doors. Todos são músicos experientes: Davi Kaus desenvolve paralelamente um trabalho autoral com as bandas Vitrine e This Fusion e já pertenceu aos grupos Psicotrópico, A Máquina e DF76;Luís De Vita já tocou nos grupos Fibra e Gangorra entre outros; Tiago Araújo é baterista da banda Kika Ribeiro e Jahya e, além de músico freelancer bastante requisitado na região, já foi baterista da River Phoenix. Com toda essa experiência e com a paixão que sentem pelas músicas que executam, transformam cada acorde em garantia de arrepios para os fãs da eletricidade do Rock.


2 – BLUES DE LUXE (RJ)
Fantástica banda carioca de Blues-Hard, grande sucesso nos anos 90, retorna com sua formação original.
Fundada em 1996 pelo guitarrista Haroldo Fonseca (ex-integrante da lendária banda Calibre 38), conta também com Luciano Rially no vocal, Ricardo Infante no baixo e Waldir “Russo” na bateria. Lançado em 1998, seu 1º CD, “Free of Everything”, foi muito bem aceito pelo público e pela crítica especializada.Absorvendo o blues de raiz e eletrificando-o ao máximo, adicionam adicionamdoses pulsantes de improviso, tornando o blues pesado e vigoroso sem perder a magia de suas nuances. Suas canções autorais e seus show são seus pontos mais fortes, não somente pela excelente qualidade em si, mas também pela contagiante visceralidade das suas interpretações. Muito poucas bandas nacionais de Hard ou Blues atingiram esse nível. Realizaram inúmeros grandes shows no período, inclusive dividindo palco com alguns dos maiores expoentes do Blues nacionail, tais como Blues Etílicos, Big Allanbik e Baseado em Bues.



3 – MASSAHARA
Quarteto original de SP, celebrarão 10 anos de carreira com um grande show autoral de Hard Progressivo, baseado em seu último CD. Entre muitas dezenas de shows em SP, o grupo marcou presença nos importantes Festivais Psicodália 2009 e 2010 (SC) e no RIO PROG FESTIVAL (RJ) em 2011. Destaque também para o importante evento Rock na Vitrine, organizado pela Prefeitura paulistana e onde se apresentaram com grande sucesso em 10 de setembro de 2011.
Seu CD recém-lançado tem recebido resenhas extremamente elogiosas e expressivas vendas. Suas composições extremamente elaboradas, mesclam a energia e volume sonoro do Hard Rock com passagens instrumentais típicas do Progressivo e agradam plenamente aos fãs de cada estilo.
Seus membros são: Fábio Gracia (Guitarras e Vocais), Renato Amorim (Bateria ePercussão), Allan Ribeiro (Baixo) e Ronaldo Rodrigues (Teclados)
 



LOCAL: Rio Rock & Blues Club - Rua do Riachuelo, 20 - Lapa - Rio de Janeiro
CONVITES: Antecipados a 30,00 e na data a 50,00
DATA: 11 de agosto de 2012
HORÁRIO: 20:30 (abertura da casa às 20:00)
Contatos e locais de venda antecipada: Claudio Fonzi / Renaissance Discos – Rua Alcindo Guanabara, 17, Sala 1508 - Cinelândia
Tels: 2524-0216 e (24) 9218-2407 "
 

domingo, 29 de julho de 2012

Salvador Dalí com A Divina Comédia, Macanudismo e Quadrinhos de Liniers, Mural Itália-Brasil

A Caixa Cultural do Rio de Janeiro está apresentando boas exposições:

Dalí: A Divina Comédia
A exposição “Dalí: A Divina Comédia” reúne 100 pinturas de Salvador Dalí inspiradas na obra “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri. Um grande pintor surrealista inspirado em uma grande obra da literatura.
Para quem não conhece, “A Divina Comédia” é sobre uma viagem por três mundos, os quais são o Inferno, o Purgatório e o Paraíso, com os personagens Dante representando o homem, Beatriz representando a fé e Virgílio, a razão. A exposição acompanha esta divisão.
A série de cem aquarelas foi encomendada a Dalí pelo governo italiano na época da comemoração dos sete séculos de “A Divina Comédia”, a qual foi escrita de 1304 a 1321.
Salvador Dalí fez telas e gravuras para outras obras importantes também, como “Alice no País das Maravilhas” e “Dom Quixote”. Nasceu em 1904 e faleceu em 1989. Famoso por sua imaginação intensa, com obras fascinantes, tornou-se um dos maiores nomes da arte surrealista.
A exposição fica até o dia 2 de setembro, tem entrada gratuita e classificação 12 anos.



“Macanudismo, Quadrinhos, Desenhos e Pinturas de Liniers”.
Liniers é um famoso quadrinista argentino, que começou fazendo fanzines e depois, com o desenvolvimento da mesma, passou a ter trabalhos seus mostrados em importantes revistas como a Rolling Stone, Spirou, La Mano, etc.
A mostra exibe cerca de 650 obras, entre tirinhas originais de quadrinhos, ilustrações e livros. As tirinhas, publicadas no jornal La Nación e depois em jornais de todo o mundo, apresentam situações cômicas que, cercadas pelo recurso da ironia, dentre outros, provocam reflexão sobre diversos temas importantes através de sua linguagem. ‘Macanudo’, em espanhol, significa extraordinário, excelente. Como está no site da Caixa Cultural, “é um retrato da realidade com fantasia, diversão e melancolia”. Há, na mostra, livros de Liniers para se ler. Vale à pena passar uma tarde inteira lendo-os, pois suas tirinhas realmente são macanudas!
A exposição fica até 9 de setembro, tem entrada gratuita e classificação livre.


Mural Itália-Brasil
Oito artistas dos dois países se uniram para a realização do trabalho apresentado nessa mostra. Cinco italianos e três brasileiros, mais especificamente, fizeram juntos grandes murais, utilizando técnicas da Street Art: grafitti, pôster-arte, máscaras de estêncil e adesivos.
Esse trabalho em conjunto formou um grande mural em cada cidade local dos artistas brasileiros: Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Os artistas locais receberam convidados italianos para a realização do trabalho. Essa exposição encerra o “Momento Itália-Brasil”, que reuniu antes diversas outras exposições e programações.
Como se pode esperar de obras que se encaixam na Street Art, vê-se cores vivas, imagens que expressam muito e muita beleza misturada ao fascínio que o grafitti costuma causar. O grafitti vem se fortalecendo cada vez mais como forma de arte. Uma arte urbana, que veio das ruas e que não deve ser confundida com pichação.
A exposição fica até 12 de agosto, tem entrada gratuita e classificação livre.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Rio é primeira cidade a receber título de Patrimônio Mundial como paisagem cultural



 Foi noticiada no início deste mês a tão aguardada decisão da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura): a primeira cidade do mundo a receber o título de Patrimônio Mundial como paisagem cultural é a cidade do Rio de Janeiro. A cidade do Rio se candidatou a este título pela primeira vez em 2002, não indo muito longe. Foi em 2009, com a entrega de um dossiê completo sobre sua beleza e interação entre a natureza e seus moradores elaborado e entregue pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pelo governo estadual, a prefeitura, a Fundação Roberto Marinho e a Associação de Empreendedores Amigos da Unesco, que começou a haver chances da cidade receber o título. E no último 1° de julho tornou-se real o título.
                O título de Patrimônio Mundial como paisagem cultural avalia a relação entre o homem e a natureza, portanto, o título dá jus a uma vivência harmoniosa entre homem e natureza. O conceito de paisagem cultural surgiu em 1992 e o título de Patrimônio Mundial foi instituído em 1972 pela Unesco. Até antes do Rio receber o título, ‘paisagem cultural’ era um termo que só havia sido usado designando áreas rurais, agrícolas, jardins históricos e de cunho simbólico, afetivo, religioso.
                O título, no entanto, não é permanente. Os locais da cidade que justificaram seu título foram o Pão de Açúcar, a Floresta da Tijuca, o Aterro do Flamengo, a Praia de Copacabana, o Corcovado, o Jardim Botânico e a entrada da Baía de Guanabara. Como o título avalia a interação harmoniosa entre o homem e a natureza, estes locais da cidade não são avaliados individualmente e isoladamente, mas sim em todo o seu conjunto, que inclui o forte e o morro do Leme, o forte de Copacabana, o Arpoador, o Parque do Flamengo e a enseada de Botafogo. Agora estes locais têm que receber ações contínuas e fixas de preservação, pois caso não sejam muito bem preservados, a cidade corre o risco de perder o título. O que, é claro, faz muito sentido. Se houver falta de preservação a um nível que não faça mais a convivência do homem e da natureza na cidade ser considerada harmoniosa, não faz sentido o título e nem há merecimento para ele. É bonito ganhar o título, mas é também responsabilidade. E uma responsabilidade bem-vinda, que para dever ser cumprida nem é preciso nenhum título (ou não deveria ser). A responsabilidade se justifica pelas próprias paisagens.

Ana de Hollanda, atual ministra da Cultura, disse que, agora, o país terá um compromisso internacional com a Unesco. “Nas apresentações que fizemos, foi lembrado, por exemplo, que a Floresta da Tijuca era antes um cafezal, mas que foi reflorestada. Ou seja, essa preocupação com a natureza é algo a que os próprios moradores da cidade dão grande importância. Só que agora, passamos a ter um compromisso internacional com a Unesco” — afirmou a ministra, em entrevista à GloboNews. “Todos os locais mencionados na proposta de candidatura passarão a ser acompanhados pela Unesco e nós vamos apresentar relatórios dos trabalhos que vão sendo feitos. Eles cobram mesmo da gente, esse reconhecimento não é fácil. Mas o compromisso de manter isso é muito importante. E nós vamos honrar esse compromisso com a Unesco” — explicou Ana de Hollanda.
                Para o presidente do Iphan, preencheu-se uma lacuna na lista do patrimônio mundial:
— Essa conquista representa um reconhecimento muito importante. Se a gente observar que a lista do patrimônio mundial representa o país, então faltava o Rio de Janeiro dentro dessa lista. O Rio representa a imagem mais difundida do patrimônio brasileiro no mundo. Ou seja, foi preenchida uma lacuna da representação do Brasil para fora do país — disse Luiz Fernando de Almeida. — Mas isso coloca um grande desafio para todos nós, que é o de conseguir construir uma política pública que harmonize com as políticas que são de natureza setorial: política de habitação, de meio ambiente etc. Passaremos a pensar numa política transversal que consiga realmente responder aos desafios de fazer a gestão de um território.
                O Brasil tem ainda 18 bens culturais e naturais na lista dos mais de 900 reconhecidos pela Unesco. Os culturais são o Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto (MG), o Centro Histórico de Olinda (PE), as Ruínas de São Miguel das Missões (RS), o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas (MG), o Centro Histórico de Salvador (BA), o Conjunto Urbanístico de Brasília (DF), o Parque Nacional Serra da Capivara (PI), o Centro Histórico de São Luís (MA), o Centro Histórico de Diamantina (MG), o Centro Histórico de Goiás (GO) e a Praça de São Francisco, em São Cristóvão (SE). Os naturais são o Parque Nacional do Iguaçu (PR), a Costa do Descobrimento (BA e ES), Reserva Mata Atlântica (SP e PR), Parque Nacional do Jaú (AM), Pantanal (MT e MS), as Reservas do Cerrado: Parque Nacional dos Veadeiros e das Emas (GO) e o Parque Nacional de Fernando de Noronha (PE).





terça-feira, 17 de julho de 2012

Pedidos

Bem pessoal, mas que poema meu não é?

Quando meu corpo quiser o teu apenas como companhia,
Não se chateie, é que luxúria demais tira o gosto excitante que a coisa tem.
Apenas se encaixe nesse ritmo com toda a harmonia
Que nossos corações simultaneamente sentem.

Quando, porém, meu corpo pedir por mais,
Não se acanhe em tornar real o que em nossa mente já acontece.
Deixa a insegurança juvenil de lado e faz.
O receio, o medo, esquece.

Quanto houver um momento de estresse,
Apenas se cale e espere o tempo necessário.
Sabemos que no final é o perdão que aparece.
E que um abraço apaga todo o desentendimento involuntário.

Nossos olhos se leem e nosso abraço nos conforta.
Segurança e paz não são possíveis onde não há amor.
Sentimos isso, é o que mais importa.
Nasceu o sentimento como desabrocha uma flor.

E como a flor que necessita de água, nós nos regamos diariamente.
Como a flor que se alimenta do sol e libera o gás que não lhe serve,
Os parasitas, eliminamos. As más raízes, cortamos rente.
E nos alimentamos de sentimentos cujo bem que nos faz é evidente.

sábado, 14 de julho de 2012

150 anos de Gustav Klimt

               Gustav Klimt nasceu em Baumgarten, perto de Viena, em 14 de julho de 1862 e faleceu em Viena em 6 de fevereiro de 1918, sendo um dos mais importantes pintores simbolistas austríacos. Klimt estudou arte desde os 14 anos e perpassou diversos estilos. Começou pintando os vitrais da “Igreja Votiva”; junto com seus irmãos Ernst e Matsh, que o ajudaram muito em suas obras, fundaram a Künstlercompagnie (Companhia dos Artistas), com a qual trabalhou em quadros de tetos do Teatro Imperial (Burgtheater) em sua cidade natal. As escadarias seriam decoradas por outro artista, porém este faleceu antes de terminar e então a Companhia dos Artistas foi contratada para concluir a pintura, devendo manter o modelo histórico. Pintou também alegorias para o teto do Palácio Sturany em Viena e decorou s Villa Hermés, ambos os trabalhos com seus irmãos. Em 1888 Klimf foi premiado com a “Cruz de Mérito de Ouro”. Em 1892 seu pai faleceu, vítima de apoplexia, da qual o artista também seria vítima. No mesmo ano, seu irmão Ernst morre também. 
           Em 1883 foi encomendado a Gustav Klimt painéis alusivos aos cursos de Teologia, Filosofia, Medicina e Jurisprudência do nodo edifício da Universidade de Viena. O painel de Filosofia, em vez de representar a Escola de Atenas, como geralmente ocorre, chocou ao ter sido influenciado por Schopenhauer, representando o mundo como “Vontade, em que os seres vagueiam.”
             Em 1894, já famoso como decorador de grandes construções culturais (muito além das aqui citadas), Klimt foi encarregado de criar quadros que representassem as faculdasdes de Medicina, Filosofia e Jurisprudência. Rejeitando os temas sujeridos, membros da faculdade se opuseram ao seu trabalho. Klimt não queria representar o papel racional da ciência; Klimt fugia dos clichês. Devido a não aceitação de suas obras por parte dos membros da faculdade, a nomeação de Klimt para o cargo de professor na Academia das Artes Decorativas é recusada pela primeira vez. Sua obra “A Jurisprudência” não pôde ser exposta na “Exposição Universal de Saint-Louis” e foi a esta obra que se atribuiu a recusa de sua nomeação como professor. Klimt pensava que a arte não podia e não devia sofrer nenhum tipo de imposição. Ele reincide o contrato dos quadros da faculdade, readquire suas obras e as têm queimadas muito após a sua morte, em 1945.
              É nesse momento que Klimt vive uma mudança de estilo. Sai do historicismo-realista e entra naquele que viria a ser o seu estilo mais conhecido: o período dourado. É aqui que surgem os motivos geométricos, com poucas partes essenciais realistas aparecendo, possibilitando o entendimento das obras. Uma cobertura cerrada como mosaicos onde realismo e abstração se enfrentam. É frequente em suas obras o uso do dourado.
Seu último grande mural é o Friso. Em "O beijo" (1907/08), ou "Der Kuss" no original em alemão, a mulher aparece submissa, transparecendo uma sexualidade intensa. O artista, nesta obra, se baseia em si mesmo e em sua amante Emilie. "O Beijo" constitui o auge do período dourado e torna-se o emblema da Secessão.
No início do século XX, o dourado de Klimt é substituído pelo expressionismo. Em 1912 Klimt substitui por fundo azul (à maneira de Matisse) o fundo de ouro. Isto ocorre a partir do momento em que Klimt viaja a Paris e entra em contato com o fauvismo e com obras de artista como, por exemplo, Toulouse-Lautrec. Suas obras passam a representações menos elaboradas, sem os motivos geométricos e sem o dourado, pintando também paisagens e elementos naturais como vegetação e água.
         As últimas obras do artista são eróticas. Quadros de modelos nuas, incluindo poses íntimas e atitudes mais íntimas ainda. São cerca de 3000 desenhos dessa fase. Em 1915 sua mãe falece e suas obras se tornam mais sombras, tombando para a monocromia. Klint morre em 1918, deixando várias obras inacabadas. 
  Klimt foi o único aluno da Escola das Artes Decorativas, no século XIX, que conseguiu dar início a uma grande carreira artística. Estudou desenho ornamental, associou-se ao simbolismo e foi importante nome na Art nouveau da Áustria. Foi um dos fundadores da Secessão de Viena, movimento que recusava o academicismo nas artes. Destacou-se nas pinturas e nos murais e na criação do seu estilo dourado, cheio de personalidade e toques pessoais, símbolos de uma individuade artística fora dos padrões, distante do clichê e do tradicional. Surpreendeu, chocou, empalideceu muitos que viram obras suas na época. De certo modo, revolucionou, tornando-se um eterno grande artista.
<><><><> <><><><> <><><><>
              Retrato de Adele Bloch-Bauer I (vendido em 2006 por 135 milhões de dólares. Neue Galerie, Nova Iorque.)





                    O beijo ou Der Kuss no original em alemão (1907-08)

                                      Masturbação feminina


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Vem aí o MAR – Museu de Arte do Rio

Está prevista para o dia 10 de setembro a abertura do MAR – Museu de Arte do Rio. O MAR faz parte da revitalização cultural da Zona Portuária, localiza-se na Praça Mauá e pretende abrir as portas nessa data para aproveitar a agenda da ArtRio, a feira de arte do Rio, cuja segunda edição acontecerá entre os dias 12 e 16 de setembro.

O museu foi engenhosamente pensado, unindo dois prédios vizinhos de estilos arquitetônicos diferentes, ambos da primeira metade do século XX, com uma cobertura ondulada que lembra um tapete voador. Os prédios são o Palacete Dom João VI, em estilo eclético e tombado, e o prédio modernista que já abrigou o hospital da Polícia Civil. Foram cerca de três anos de trabalho para que o museu ficasse pronto. A cobertura escoa a água da chuva e todo o material de demolição foi reaproveitado, devido à preocupação com a sustentabilidade. O museu trabalha para obter a certificação LEED, principal selo de construção sustentável.

O museu abrirá com quatro exposições temporárias, uma em cada andar: “Abrigo, poética e o direito de morar” reunirá obras contemporâneas que dialogam com a obra “Mineirinho”,de Clarice Lispector (obra em que Clarice contrapõe sentimentos de um nativo ao de um forasteiro); “Vontade Construtivista” apresentará ao público 150 das 200 peças de uma das coleções mais importantes do país, a coleção Hecilda e Sérgio Fadel, com obras de Lygia Clark, Lygia Pape, Sergio Camargo, Cildo Meireles, dentre outros; “A arte brasileira e internacional” apresentará a coleção de Jean Boghici, com obras de Kandisnky e Tarsila do Amaral, dentre outros; a quarta e última dessas exposições apresentará paisagens e documentos inéditos do Rio. As exposições citadas estarão do térreo ao quarto andar, respectivamente.

O museu, com curadoria de Paulo Herkenhoff, tem acumulado um acervo próprio também. O objetivo é que o palacete apresente exposições e que o prédio onde foi o hospital da Polícia Civil apresente projetos pedagógicos da futura Escola do Olhar, que pretende, a partir de janeiro de 2013, envolver alunos do ensino público em pesquisas sobre arte.

Uma curiosidade sobre o museu é que quem o visitar irá pegar um elevador no prédio da Escola do Olhar até o último andar, cruzar uma passarela externa e entrar no palacete pelo último andar, fazendo com que o visitante veja a exposição do quarto andar e vá descendo progressivamente de escadas até o térreo. A administração do MAR seguirá os modelos dos museus do Futebol e da Língua Portuguesa em São Paulo.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Rio+20 adia decisões para a Rio+100


QUEM VAI VENCER ESSE JOGO?

Por Carlos Pinho. 

A Rio+20 terminou com um consenso: de que o que menos ocorreu foi consenso entre os líderes mundiais. Poucos acordos fechados e muito disse-me-disse. Cada vez mais fica claro de que a grande agente transformadora nesse processo é a sociedade. Juntar um bando de tecnocratas tem tido pouco efeito prático. Cada um olha apenas para o seu lado, priorizando os aspectos econômicos e políticos de ganhos a curto prazo.

O documento “final” do evento parece uma colcha cheia de remendos. No frigir dos ovos, como muitos já abordaram, o evento, realizado no Riocentro, foi decepcionante. Pareceu-me mais algo feito por um país emergente para tentar impressionar outras nações e fincar uma bandeira de protagonista no jogo político internacional.

No entanto, a Rio+20 teve a sua importância pelo que a norteou. Discussões, no seio da sociedade civil, entre pessoas de outros estados e paises, exposições, ações culturais e protestos. A Cúpula dos Povos, o protesto contra a mercantilização da vida e a exposição Humanidade 2012 foram alguns dos pontos altos nesses dias em que a presidenta Dilma tentava dialogar com as paredes.  







Para quem pôde acompanhar, pelo menos, uma das ações desse período, fica o germe da conscientização. Ao visitar a Cúpula dos Povos e a Humanidade 2012, carregado de ceticismo, vi meu pessimismo mudar de humor ao ver a presença maciça de crianças e adolescentes que, curiosas, faziam várias perguntas. Não deixam de ser sementes de esperança num meio tão caótico.

 

Nossos políticos sempre empurram com a barriga seus compromissos para o futuro com promessas intermináveis. Transportar expectativas para as próximas gerações também  é uma prática constante. E inevitável. Mas não podemos nos limitar a isso. Pois as necessidades são imediatas. E não se trata de mero idealismo bucólico. Até porque a questão é bem profunda e crítica: a nossa sobrevivência.