segunda-feira, 28 de maio de 2012

O pesar do drama


Meus fracassos pessoais deixam claro o quanto sou autodestrutiva.
Meus defeitos demonstram o quanto sou produto defeituoso.
Com tantas más experiências, perco a esperança em uma nova tentativa.
E frustada eu vivo, sentindo-me amarga no que era pra ser gostoso.


Eu me esforço pra ser amorosa, mas me perco em meio ao dramalhão.
Meu drama não se dá por exagero, mas por eu de fato sentir muito.
No entanto demonstrar isso é visto como infantilidade, com indignação.
Como pode uma mulher sentir como se fosse proposital o fortuito?


Fortuito em sua definição já é o imprevisto, o que acontece por acaso.
Mas como pode tanto fracasso não ser culpa minha própria?
Algum defeito tão extremo que acentue meu mental atraso.
Algum aspecto tão absurdo que não admita cópia.


Algo tão grave que seja também tão incomum a ponto de qualquer outra pessoa agradar mais.
Alguma atitude minha cotidiana que faça parecer que é proposital para me autodestruir.
Minhas lamentações sobre sentimentos tão reais,
que têm feito minha base, um dia tão sólida, simplesmente ruir.


Enquanto eu desconhecia sentimentos fortes como o mais profundo espiritual corte,
Sentimentos intensos como a adrenalina, sentimentos vorazes como os lobos,
Eu me considerava uma guria de até muita sorte.
Agora eu considero meus pensamentos tolos, como eu, singelamente bobos.


Mas paro, penso e repenso: será mesmo?
Talvez tolo seja aquele que prefira nada sentir do que sofrer,
Que tenha vergonha de mostrar sua falta de firmeza, seu andar a esmo,
Meio perdido, encontrando-se à medida que passa a melhor se conhecer.


Mas paro, penso e repenso: há algum sentido nisso tudo?
Talvez infantil seja aquele que prefira fingir que não sente o que sente,
Só para parecer maduro, bem resolvido, sisudo.
Pra parecer que é o que não é, como quem pra si mesmo mente.


Talvez a tolice não esteja em chorar por amor,
Mas sim em fingir que todos nós não o fazemos.
Talvez a tolice não esteja em dramatizar algo que se sente de fato,
Mas sim fingir que não se quer o que, sabemos, todos nós queremos.


Em meio à dúvida insolucionável, o que fazer?
Continuar vivendo me parece a única saída.
Matar-me nada resolveria, apenas acabaria de vez com as chances de acontecer.
Acontecer o que? aquilo que, espero, ainda está por vir. Uma nova alegria que será construída!



MAGOOU? TOME REMÉDIO E ESQUEÇA!



É difícil de acreditar, mas nossos digníssimos cientistas estão perto de criar uma das coisas que a humanidade mais sonhou em ter durante toda a sua existência: a pílula do esquecimento. E alguém aí sabe o por que da minha animação? É que a partir da criação da nova maravilha, más lembranças e situações traumáticas poderão ser completamente apagadas de seu cérebro.

Deixa eu tentar explicar. Estudos comprovam que a memória não está relacionada apenas com o passado. Cada vez que nos lembramos de algum fato, a estrutura responsável por esse setor do cérebro é modificada baseada no momento em que estamos vivendo, alterada pelos nossos sentimentos e pelo conhecimento adquirido através dos anos. Trocando em miúdos, quanto mais o tempo passa, mais o medo e a tensão passam de sensações momentâneas a partes integrantes da própria lembrança.

Segundo os responsáveis pelos estudos, o cérebro não procura um ambiente perfeito de lembranças, e sim uma espécie de atualização natural. É como se o cérebro se certificasse de que as informações que ocupam espaço em nossa cabeça ainda são úteis. Isso até pode tornar nossa memória menos precisa, mas também a torna mais relevante para o futuro.

Com relação ao nosso organismo, sempre que o cérebro mantém uma lembrança, ele utiliza uma pequena quantidade de produtos químicos. A boa nova é que a neurociência descobriu que uma família igualmente pequena de compostos químicos pode ser sintetizada em forma de pílula para tentar neutralizar aqueles encontrados no cérebro, funcionando como uma verdadeira borracha.

Tudo ocorre assim. Nossa memória tem seu início em um conjunto modificado de ligações entre as células do cérebro. Para podermos reconstruir algum fato, buscar uma lembrança, é preciso que um conjunto de tecidos elétricos seja unido mais firme que o normal, de modo que um dispara as células do tecido imediatamente acima. Só assim essa lembrança é “edificada”. Quando um circuito de células que representam uma memória é ligado em conjunto.

Para estabilizar as células nervosas e mostrar para o resto do corpo o bom e o ruim, o cérebro precisa sintetizar proteínas. Uma delas já foi identificada pelos cientistas e se chama PKMzeta.

É tudo muito complexo, mas, está enganado quem pensa que esses estudos estão distantes da realidade. Os neurocientistas envolvidos no projeto já têm avançado em suas pesquisas com cobaias. Choques elétricos repetitivos, fez com que ratos de laboratório criassem em sua memória o alerta de que, ao se aproximarem de um dos cantos da gaiola, se machucariam.

Algum tempo depois, os pesquisadores passaram a administrar pequenas quantidades de hormônios inibidores de PKMzeta, e notaram que em pouco tempo os ratos voltavam a frequentar o canto da gaiola que lhes causava tanto pavor.

Mas apesar do sucesso nas experiências com cobaias, outras pesquisas ainda terão de ser realizadas em breve, para testar a eficácia da pílula, o que aproxima, cada vez mais, os testes em humanos.

Achei essa matéria sensacional! Imagina você não se lembrar da dor da perda de um ente querido apenas tomando um simples comprimido.

Viva a Ciência!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Entre o que fui, o que quis ser e o que me tornei



Eu fui erro, fui contradição, fui decepção.
Fui tristeza, choque sem amortecimento.
Fui calo, corte na pele, ingratidão.
Incoerência, soco no nariz, eu fui sofrimento.

Fui arranhão, insensatez, tempo perdido.
Lágrimas derramadas, noites mal dormidas.
Fui preocupação, irritação, fui grito.
Violência, tapa na cara. Oportunidades perdidas.

Eu fui vazio, escuridão, falta de razão.
Fui tolice, estupidez e a doença mais cruel.
Solidão, grosseria, egoísmo e aflição.
Fui medo, covardia e orgulho. Eu fui fel.

Mas eu quis ser acerto, ser coerência, surpreender.
Quis ser alegria, conforto sem pausa.
Quis ser a cura da ferida; satisfazer-lhe.
Quis ser carinho, da sua felicidade a causa.

Quis ser beijo, sensatez, motivo de agradecimento pela vida.
Sim, eu quis ser tesão, sorrisos e noites quentes.
Afago, cafuné. Quis ser querida.
Eu quis ser desejo, sexo e te fazer contente.

Quis ser preenchimento, luz, boa emoção.
Inteligência, maturidade e o melhor remédio.
Fui má. Fui boa. Sobretudo, fui paixão.
Paixão que se percebeu atemporal, por seu intermédio.

O BRASIL PRECISA DE CARINHO!



Meu coração, não sei por quê... Bate feliz quando te vê...”

Não, não... Não é sobre a letra da música, Carinhoso, de Pixinguinha, que nós vamos falar aqui hoje. E sim de um novo programa do governo federal que se chama, Brasil Carinhoso.

Trata-se de um pacote de medidas, criado pela turma da Dilma, que tem por objetivo tirar da miséria crianças de até seis anos de idade e que prevê R$ 10 bilhões em investimentos nos próximos dois anos.

Segundo a própria presidente da República, a medida visa aprimorar a atual forma de transferência de renda buscando aumentar a proteção social e alcançar uma faixa da população considerada mais vulnerável à extrema pobreza. Com a implantação do programa, o governo tenta proteger mães e filhos contra a fragilidade econômica que, em muitas partes do país, chega a ser mortal.

Uma das principais medidas do programa será a ampliação de recursos do Programa Bolsa Família para garantir renda mensal mínima de R$ 70 para cada pessoa daquelas famílias que têm pelo menos uma criança com até 6 anos.

A aproximação das eleições de outubro faz com que a oposição tente alertar sobre uma possível jogada política. Mas, apesar de não descartar essa suspeita, acredito que isso fique para escanteio se colocarmos na balança a extrema necessidade de grande parte da sociedade brasileira, o que torna a medida muito importante no combate à miséria. Esse tipo de investimento social tende a ser visto com maus olhos, no entanto, ninguém nega os benefícios alcançados pela administração petista desde à época de Lula.

Todos sabemos da necessidade de se cuidar dos menos favorecidos. Contudo, entendo que a extensão do Bolsa Família deveria ser a criação de um programa continuado para efetivamente realizar investimentos em educação, saúde e saneamento básico. A precariedade atual destes serviços, junto com a miséria, formam o conjunto de mazelas sociais que, infelizmente, ainda impera aqui no Brasil. Que se combata tudo isso sem a necessidade de aproveitamento eleitoreiro!

Isso sim seria uma demonstração de carinho!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Lindo é o que eu acho de nós


Minha alma encontrou a sua no instante de um abraço.
Nosso abraço eternizou minha alma no instante do encontro.
Minha alma ao abraçar a sua constituiu profundo laço,
Que em um errôneo passo, formou um nó e um desencontro.

O desencontro me fez abraçar a amargura.
A amargura me fez agir tolamente.
A lembrança do abraço me faz chorar de ternura.
Na amargura eu desacreditei do que você sente.

No ato de desacreditar me rebaixei ao infantil.
No ato infantil me descobri uma criança.
Ao duvidar de seus princípios me fiz vil.
Ao perceber minha atitude perdi qualquer esperança.

Na perda de esperança a felicidade me figurou impossível.
Na visão do impossível a vida passou a ser morte.
Na sensação de desfalecimento me descobri ainda sensível.
Na capacidade ainda viva de sentir me percebi mais forte.

Minha força se desvela no sentimento que em mim há.
O qual não irei negar com o fim, o qual suporta o sofrimento.
Se tudo passa, que passe ao seu tempo; sem nada a isso forçar.
E que fique concretizado no meu peito o nosso lindo sentimento.

sábado, 19 de maio de 2012

PESQUISA INGLESA AFIRMA: SUCO DE ROMÃ AGE COMO UMA ESPÉCIE DE VIAGRA NATURAL!


E mais essa agora, leitores,

Se a música é o alimento do amor, então romãs parecem funcionar de forma bem parecida para o sexo.

Segundo informações do tabloide ingês Daily Mail, homens e mulheres que beberam um copo diário de suco da fruta por quinze dias tiveram um aumento no hormônio testosterona, que aumenta o desejo sexual em ambos os sexos.

O estudo, realizado por pesquisadores da Queen Margaret University, em Edimburgo, envolveu 58 voluntários com idades entre 21 e 64.

A pesquisa mostrou que os níveis de testosterona aumentaram entre 16% e 30% entre os sujeitos, enquanto a pressão arterial despencou. As emoções positivas aumentaram e os sentimentos negativos diminuíram.

No caso dos homens, o nível de testosterona afeta características como a barba, a voz e o apetite sexual, enquanto nas mulheres, que também produzem o hormônio, o efeito percebido foi o aumento do desejo por sexo, além de ter reforçado ossos e músculos. O alto nível de testosterona pode ajudar a melhorar o humor e memória e até mesmo aliviar o estresse.

Pesquisas anteriores sobre o suco de romã encontraram antioxidantes que podem ajudar a evitar doenças cardíacas e ajudar a circulação sanguínea. A fruta também ajuda a combater as várias formas de câncer, alivia os sintomas da osteoartrite, problemas de estômago e conjuntivite.

Imagina só se Adão soubesse disso naquela época... Para que, maçã?

Pano rápido!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O MUNDO É DOS ESPERTOS!




Imagem da Internet.
Quem aí nunca se deparou com alguém tentando usar o chamado “jeitinho brasileiro” para tirar proveito de alguma coisa? Vai dizer que não conhece ninguém com essas características? Aquele indivíduo que sempre tenta levar vantagem. Pronto, se você entendeu aonde eu quero chegar, agora fica mais fácil tentar explicar a minha opinião sobre o tema.

Já incorporada à cultura brasileira, a lei de Gérson, segundo a Wikipédia, é um princípio pelo qual determinada pessoa age de forma a obter vantagem em tudo que faz, no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas ou morais. E como vemos isso por aqui em terras brasileiras, não é mesmo?

A expressão surgiu, em 1976, a partir de uma propaganda dos cigarros Vila Rica, protagonizada pelo tricampeão do mundo pela Seleção Brasileira, Gérson, o Canhotinha de Ouro, na qual ele dizia a seguinte frase em tom carioquês:

"O importante é levar vantagem em tudo, certo?"

Só que o craque se arrependeu, e tentou, por muito tempo, se desvencilhar da imagem de espertalhão, malandro, golpista... Sociólogos e até antropólogos tentaram explicar essa nossa condição gersoniana, mas até agora nada de concreto. Não teve jeito, a referida “lei” pegou!

Mas afinal, nós brasileiros somos uma nação de egoístas e corruptos, que só pensam em si e só querem saber de levar vantagem? E se isso realmente for verdade? E daí? Alguém aí teria orgulho de fazer parte de uma nação de trouxas e otários?

E não sou eu que vou aqui defender um comportamento antiético ou ilegal com base na lei de Gérson. Se ela existe, é por que é cópia fiel da nossa realidade, dos nossos atos ou de alguns de nós, até porque uma nação é formada pelos indivíduos que nela habitam.

Vejamos o caso dos nossos ilustres “representantes”, todos mergulhados em um espesso mar de lama, do qual, a qualquer momento, aquele que está na beira do precipício, pode esticar a mão e, apesar de estar com os dois pés dentro da sujeira, vai tentar ajudar o infeliz mergulhador a sair de tão vergonhosa situação, assim como se não for do seu interesse, pode empurrá-lo ainda mais pra dentro. Vai depender da vantagem que o sujeito vai receber em troca. (olha aí a lei de Gérson de novo!)
Furar filas, tirar vantagem do cargo que ocupa, favorecer amigos e familiares, criticar alguém só por que esse não lhe favorece, tudo isso está previsto na “lei”. E a proposta para quem defende essa tese é simples: tirar proveito das situações que o dia a dia lhe apresenta. Aquela personagem que analisa o cenário e percebe a oportunidade de garantir lucro, de preferência sem esforço.

E não tente se “incluir” fora dessa! Parece que o povo brasileiro vive uma tensão entre duas forças. Por fora, a força da imagem, enquanto em público, todos têm de ser como padres, freiras, com comportamento e moral impecáveis. Mas quem nunca teve vontade de estacionar na vaga para deficientes físicos em um domingo de shopping lotado? Ou talvez sentar em locais reservados para idosos ou gestantes? Fatos como esses não pesariam a consciência de um verdadeiro Gérson.

Mas então por que toda essa hipocrisia? Nada disso precisaria ser assim! A lei de Gérson deveria sim, nos honrar! Basta retirar essa máscara para perceber que é a esperteza nacional que tem feito o Brasil se destacar em meio à mediocridade que reina nesse planetinha politicamente correto, em que tudo tem de ser igual, padronizado. Por onde anda a improvisação característica do brasileiro?

Um bom exemplo disso são os nossos “hermanos” argentinos que afogam suas mágoas e choram suas tristezas frustradas em um ritmo melancólico como o tango, enquanto aqui no Brasil, o povo, muitas vezes vivendo em situações subumanas, dá risada até das maracutaias dos nossos políticos e cai no samba.

Então alguém me explica qual o problema de sermos espertos e felizes? Quem disse que ser esperto é ruim ou antiético? Por que ter vergonha disso em vez de usar a esperteza a nosso favor?

Abram os olhos, pois num país onde os discursos têm muito mais peso do que propriamente as decisões tomadas, a lei de Gérson faz sucesso. Inclusive nas urnas!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

EXAMES DE ROTINA SOMADOS A VIDA SAUDÁVEL EVITARIAM MUITOS CASOS DE CÂNCER NO BRASIL!

Nos últimos anos, pudemos acompanhar a luta de José Alencar, Ana Maria Braga, Dilma Rousseff e até mesmo da Hebe, contra o câncer.

A doença é a segunda que mais mata no mundo e muitos desses casos poderiam ser evitados com uma simples mudança de hábitos de vida saudáveis e a realização periódica de exames de rotina.

Se todos fizessem a mesma coisa, três em cada dez casos de câncer registrados no país poderiam ser evitados.

Um em cada cinco casos é herança genética, mas para a maioria dos pacientes, a falta de cuidado com a própria saúde é o que dispara o gatilho.

Quase 170 mil brasileiros pagam com a própria saúde o preço de anos e anos de maus hábitos como o fumo, a bebida, o excesso de carnes vermelhas e dos alimentos gordurosos.

Tem também o problema da obesidade, que aumenta as chances de uma pessoa ter câncer de intestino, de próstata ou de mama.

A grande mudança, que começa com hábitos de vida mais saudáveis, deveria terminar em um consultório médico. É lá que onde muitos casos podem ser descobertos e evitados.

Todos sabemos que hábitos saudáveis e exames periódicos podem reduzir a ocorrência de novos casos, mas e se os médicos conseguissem tratar o paciente antes mesmo de surgir a primeira célula doente?

Os primeiros estudos sobre quimioprevenção começaram ainda na década de 90, nos Estados Unidos. A técnica consiste em medicar pessoas que ainda não tenham a doença, mas que possuem alto risco de desenvolvê-la.

As pesquisas se concentram na menor porção do corpo humano, afinal, é dentro das células que estão os genes que sofrem as mutações e originam o câncer. O objetivo é interromper o processo e evitar a doença.

Um grupo de oncologistas americanos e europeus está defendendo a quimioprevenção.

Coordenados pelo epidemiologista Jack Cuzick, do centro de pesquisas em câncer do Reino Unido, médicos e pesquisadores afirmam que remédios hormonais são eficazes na redução do risco de câncer de mama, mas ainda são muito pouco utilizados.

Um desses remédios é o tamoxifeno, que bloqueia os receptores de estrogênio na mama e já foi bem pesquisado para a prevenção. Seu uso foi aprovado pelo órgão regulador de medicamentos dos Estados Unidos, mas ainda não passou pela análise da Anvisa.

"- A indicação pode ser feita individualmente pelo médico, mas a maioria não faz", diz o oncologista Auro del Giglio, da faculdade de medicina do ABC e do hospital Albert Einstein.

Isso porque, segundo Giglio, o remédio pode aumentar o risco de trombose e câncer de útero.

A indicação da droga costuma ser feita para casos de alto risco, mas há tentativas de estender esse uso. O mastologista José Roberto Filassi, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo acredita que há interesses comerciais por trás.

"- Há um estudo sobre o uso preventivo de outro tipo de droga hormonal para câncer que deve ser publicado em 2012. São os inibidores de aromatase, que impedem a formação de estrógeno. Pode haver interesse dos fabricantes, porque esses remédios estão perdendo a patente."

Em artigo publicado no periódico Lancet Oncology, os principais autores do consenso declaram conflitos de interesse. Eles receberam patrocínio da Astra Zeneca, Novartis e Eli Lilly, que fabricam inibidores de aromatase.

Contrário a essa opinião, Michael Sporn, professor de farmacologia da faculdade de medicina Dartmouth, nos Estados Unidos, em artigo publicado na revista Nature, sugere que o uso preventivo de remédios para câncer pode se tornar tão comum quanto o de estatinas para evitar doença de coração. As estatinas diminuem o colesterol, fator de risco para infartos. Os remédios hormonais reduzem ou bloqueiam o estrógeno. Em 70% dos casos de câncer de mama, o aumento desse hormônio no tecido mamário está associado ao desenvolvimento da doença.

"- É preciso diferenciar as coisas. O colesterol pode ser medido objetivamente. O risco de câncer de mama não. É só uma projeção a partir de dados clínicos, e mesmo assim, ter maior risco não significa que você vai desenvolver a doença", diz a coordenadora de oncologia clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Pilar Estevez.

Além de a definição de risco ser problemática, Estevez questiona o uso de remédio por pessoas que não estão doentes.

"- Se ela tiver complicações por causa do remédio, será a troca de uma probabilidade de doença, por problemas induzidos pelo medicamento."

Essa doença ingrata ainda não tem (pré) diagnóstico confiável, quanto mais cura.

Lembro que desde que era pequeno ouvia falar que o principal desafio dos cientistas era a descoberta da cura do câncer e até agora nada...

“- Não. Não tenho medo de morrer. De forma alguma. Mesmo porque, se Deus quiser me levar, Ele não precisa do câncer. Tenho medo é da desonra!” José Alencar (17/10/1931 - 29/03/2011).

Que a vontade de viver demonstrada pelo nosso saudoso ex-vice-presidente sirva de exemplo para todos nós e como incentivo e motivação para os cientistas!

sábado, 12 de maio de 2012

Esvaindo-se


Não me peça pra compreender o seu desaparecimento
Como quem compreende um atraso num encontro.
Não nos reduza a algo que possa cair no esquecimento,
Porque se formos algo assim, realmente há entre nós um desencontro.

Um desencontro de ideias, de concepções e de sentimentos.
Uma total confusão que podia ter sido evitada.
Se pra você o que há entre nós é capaz de se esvair com os ventos,
Faltou-nos discernimento pra não cairmos nessa piada.

Piada de muito mau gosto, diga-se de passagem.
Porque esforço não compensa falta de consideração,
Porque a vida é só uma e não permite tanta defasagem,
Não entre dois corpos que se propõem estar em uma relação.

Mas se só o meu corpo se propôs a isso e eu por acaso me enganei,
Continue a me ignorar, como já tem se tornado de costume.
Estuda, trabalha, se forma. Faça sua vida. Pelo menos por ela eu passei,
Se fui indiferente, não creio. Mas se fui, assume.

Não tenho mais medo do ‘não’ e da decepção,
Pois já aprendi que é o que mais ocorre.
Não faço questão de manter a doce ilusão,
De que amor que é amor não morre.

Suas mil horas de estudo eterno
Impedem-lhe de viver tudo aquilo que vale muito mais.
A vida em si, com seu céu e seu inferno,
De sentimentos intensos, cujo valor não se perde jamais.

Talvez eu não tenha um futuro profissional tão promissor quanto o seu,
Mas lamento menos por mim do que por você,
Pois serei feliz em cada amor, paixão e sentimento meu,
Sabendo que o mais importante da vida é a completude de viver.

Pra mim, viver bem não é apressar a vida.
Não há dinheiro que compense a falta de tempo pra se viver bem.
Ter tempo pra quem eu amo, pra mim é a ideal medida.
A qual eu creio valer mais que qualquer “vintém”.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Programa Imperdível de Dia das Mães: Maria Rita cantando Elis



Existe modo mais bonito de passar o dia das mães do que homenageando a própria mãe? Isso é o que fará Maria Rita no próximo domingo, dia 13. Maria Rita apresentará um show no Aterro do Flamengo, gratuitamente, cantando apenas músicas interpretadas por Elis Regina. Agora que já tem uma carreira sólida construída e que já provou a todos que não é apenas uma cópia de Elis, que descobriu sua própria personalidade musical e dos palcos, Maria Rita se sente segura para fazer este show que por muitos é esperado desde o início de sua carreira.

O show faz parte do projeto "Viva Elis" e é o último show da turnê que passou por Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo. Patrocinado pela Nívea, o show homenageia Elis Regina, cuja morte está completando 30 anos. O projeto inclui também uma exposição sobre a maior intérprete que o nosso país já teve, a qual está atualmente em São Paulo no Centro Cultural São Paulo e que tem previsão de passar pelo Rio entre outubro e novembro no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Elis morreu quando Maria Rita tinha apenas quatro anos. Deixou como herança o talento facilmente perceptível. No show que fez em Recife Maria Rita disse:"Há mais de vinte anos não tinha contato com a música de Elis. Poder entrar em contato com a arte dela; com a voz dela, é muito bom. Como cantora, como filha, e, principalmente, como mulher". Em Recife, em Porto Alegre e em Belo Horizonte ingressos foram distruibuídos para manutenção de espaço e quantidade de pessoas; a capital pernambucana recebeu cerca de 40 mil pessoas, POA recebeu cerca de 60 mil e muito estranhamente o show de Belo Horizonte foi apenas para privilegiados: cerca de apenas 10 mil pessoas conseguiram ingressos, fato ocorrido, segundo organizadores do evento, por exigência dos moradores do bairro em que o show ocorreu, com fins de evitar tumultos. Mas, pelo que se divulgou, quem foi não se arrependeu da luta por conseguir ingresso. Pelo contrário, se emocionou tanto que o fariam de novo.

Elis Regina é a maior intérprete de nosso país, intensa e com uma voz ímpar. Personalidade forte, explosiva e também cativante, emociona e apaixona mesmo após sua morte. Não será Elis, mas será uma grande cantora que, além disso, é também sua filha. Alguém tem dúvidas de que este show é imperdível? Pois eu não tenho! E que presente melhor para se dar às mães (e a si mesmo) do que boa música, vinda da alma, fruto de amor pela arte e pela melodia?!




O que? Show da Maria Rita cantando Elis.
Onde? Aterro do Flamengo - RJ.
Quanto? gratuito.
Quando? dia 13 de maio, domingo.
A que horas? 16h.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Raul e Heleno: fortíssimas personalidades

Apesar do atraso, vou falar sobre dois intensos e ótimos filmes (e consequentemente sobre as personalidades de que tratam) que estão em cartaz atualmente e já há algumas semanas: o documentário " Raul - O Início, o Fim e o Meio" com direção de Walter Carvalho e de Evaldo Mocarzel e "Heleno" com direção de José Henrique Fonseca.
Um nos apresenta o grande astro do rock Raul Seixas, forte candidato ao troféu de mais "doidão" (ou de "maluco beleza", pra ficar mais de acordo) dentre todos os artistas brasileiros já existentes e sem dúvidas um dos maiores rockeiros e artistas do nosso país; o outro nos apresenta o grande jogador de futebol Heleno de Freitas, que morreu na solidão do fim do abismo da desgraça de suas próprias atitudes e escolhas. O que eles têm em comum além da nacionalidade? Personalidades fortíssimas. Foram ambos homens apaixonados. Um apaixonado pela música, pela sua capacidade de revolucionar, sendo considerado por muitos o pai do rock brasileiro, pelo álcool e pelas mulheres. O outro, apaixonado por futebol, pelo Botafogo mais especificamente, pelo cigarro, também pelas mulheres e, acima de todas as paixões, foi apaixonado por si mesmo.
O documentário sobre Raul Seixas não tem apenas o mérito de ser sobre um grande artista nacional, cujas letras passaram pela censura militar justamente pela sua inteligência em ocultar seus duplos ou múltiplos sentidos e cuja revolução na música o faz ser considerado por muitos como o maior rockeiro do país; tem mérito também por se desenvolver através de um decorrer dos fatos e dos depoimentos de uma maneira tal que se dá em muito mais que simplesmente apresentá-los: mostra de uma maneira divertida, intensa, engraçada e apaixonante. O documentário consegue perfeitamente passar para o público a intensidade de Raul, de sua música e de sua história. Este baiano passou por dificuldades na cidade maravilhosa, por um bom número de esposas, por filhas com as quais teve pouco contato, pelo grupo "Raulzito e Os Panteras", pela parceria com Paulo Coelho (ao mesmo tempo maravilhosa e com efeitos sombrios), por uma tal Sociedade Alternativa que fazia até sacrifícios de animais, pelas drogas - as quais lhe foram apresentadas por Paulo Coelho, como o próprio confessa no documentário, ao dizer que a única sobre a qual ele não tem certeza é a cocaína - pelo auge, pela queda, e passa até hoje pela nossa lembrança, pelo nosso reconhecimento, carinho e pelo nosso gosto por sua música.

O filme sobre o jogador Heleno de Freitas nos mostra um antiherói do futebol da era de ouro do Rio de Janeiro, os anos 40. É importante ressaltar que o filme em preto e branco e com excelentes closes em Santoro não é exatamente uma biografia, não se propõe a documentar a vida de Heleno e que a cantora estrangeira é fictícia e está ali como resumo de suas aventuras amorosas. Nas palavras de Santoro, Heleno foi um homem "obcecado pela perfeição". Tão talentoso e tão arrogante; como conciliar sua paixão pelo campo, o que exige união e companheirismo entre os componentes de um time, com sua paixão por si mesmo e por mais ninguém? Um egoísta que queria fazer o melhor pelo seu time do coração: o Botafogo, mas que acabou fazendo o pior para si mesmo. Coisa que não atingiu só a ele próprio, como também a sua esposa e filho e a todo um público e imprensa reconhecedores tanto de seu talento quanto de sua personalidade perturbada, que o levou para a solidão e levou sua esposa para um caminho em que acabou por gostar e se casar com aquele que era o melhor amigo de Heleno. Interpretado maravilhosamente por Rodrigo Santoro, o filme é apaixonante pelo mesmo motivo que o documentário de Raul: por conseguir passar ao público a intensidade de Heleno, de sua carreira e de sua história. Infiel, viciadíssimo em cigarro, sem disposição para jogar bem em outros times que não fossem o Botafogo, formado em Direito, um eterno insatisfeito, que falava o que pensava sem antes refletir sobre se as consequências valiam à pena ser sofridas. Falava por impulso, algum déficit mental que lhe impedia de acalçar o equilíbrio e a sensatez ou, talvez, por achar que o mais importante era ele ser ele mesmo sem limites?! A resposta dessa questão não nos é possível alcançar, mas nos é possível perceber, através da atuação impecável de Santoro, o quão forte foi sua personalidade, lamentavelmente, de um modo (muito) negativo. Alinne Moraes também merece elogios pela sua atuação, linda como sempre e mostrando, mais uma vez, não ser só um rosto bonito.


Raul morreu por consequências de seu alcoolismo e da diabetes que havia em seu corpo instalada. Heleno morreu por consequência de sua escolha em não tratar a doença que dominava seu corpo: a sífilis. Raul aos 54, Heleno aos 39. Ambos morreram precocemente e não só por doenças, mas também pelas suas escolhas em viver intensamente e loucamente, cada um a seu modo, em vez de viver por mais tempo. Eu posso dar exemplos de outros artistas que optaram por esse destino (como a recentemente falecida Amy Winehouse) e também de outros jogadores de futebol que, talentosos e com possíveis grandes futuros, "estragaram" suas vidas tolamente (como o caso Bruno), mas no momento não me recordo de exemplos que, além de um final trágico, tenham tido também personalidades tão fortes. Raul e Heleno: focos de dois filmes que merecem ser vistos e prestigiados e dois brasileiros que serão eternamente lembrados, ao mesmo tempo sob a ótica da admiração e também da tristeza e lamentação.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Viradão Cultural: iniciativa mais que bem-vinda



Neste último fim de semana ocorreu no Rio de Janeiro o Viradão Cultural e em São Paulo a Virada Cultural - mesmo estilo de evento, com uma pequena diferença de nome e com muita diferença de conteúdo -, que em sua oitava edição em SP e em sua quarta edição no RJ, vem se consagrando como uns dos melhores eventos culturais gratuitos de ambas as cidades, se não os melhores.


Acho que já é clichê discorrer sobre a importância de eventos desse tipo, mas ainda assim corro esse rico para ressaltar, mais uma vez, o quão proveitosa é a oportunidade que um evento como esse dá a todos nós. No caso do Viradão Cultural Carioca especificamente, pudemos presenciar shows, stand-up comedy e até apresentação em telão das finais do campeonato carioca de futebol, com palcos em diversos locais da cidade. Este tipo de evento dá a oportunidade de se ver gratuitamente excelentes shows, aproximando a cultura de um público que inclui pessoas que, muitas vezes, não têm oportunidade de assistir a shows pagos.
Mas entre shows populares e outros menos, entre cantores renomados há décadas e entre outros mais novos, dando oportunidade a eles próprios de participarem de um evento bacana como esse e de se apresentarem na cidade, assim como dando oportunidade ao público de conhecê-los; entre diversos genêros musicais e entre o reconhecimento do valor que o evento tem, há sim críticas.
Uma crítica é quanto à divulgação do evento que varia entre vários jornais e sites geralmente confiáveis como Uol ou do próprio O Globo. Este link do portal Globo -
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/04/viradao-carioca-2012-ja-tem-mais-de-60-atracoes-confirmadas-confira.html -, por exemplo, não divulga o show do cantor Baia depois da homenagem ao Clube da Esquina (programação de sexta-feira no palco Arpoador). Mas o show ocorreu, para a minha surpresa e de quem mais não sabia sobre, e foi excelente. Isso porque o evento ocorre com patrocínio da própria Globo Rio em conjunto com a Riotur. Outra crítica é quanto à programação de certos palcos. Qual é o sentido de colocar Ana Carolina em meio a Naldo, Gusttavo Lima e Jammil e uma Noites? Respeitamos todos os genêros musicais e seus públicos, mas não podemos negar que há uma linha de sentido entre genêros como o funk carioca, sertanejo universário e axé por serem genêros mais festivos, de massa e com um público de predominância jovem. Sei que posso ser mal interpretada por esta passagem do texto, mas sei também que o que estou dizendo é de fácil compreensão. Não tenho dúvidas de que muitas pessoas que gostam de Ana Carolina não foram por ser um estilo de show e de música que não tem a ver com os demais shows da programação de domingo no palco da Quinta da Boa Vista.

                                      
Conferi de perto o palco do Arpoador e garanto que vale à pena comparecer. Mas entre excelência de oportunidade e atrizes bonitas apresentando os shows, há algumas questões sobre as quais percebo o público discorrendo. Por exemplo, qual é o sentido de colocar o palco de costas para a praia? Seria muito mais adequado se colocasse de frente pra praia, possibilitando um público maior, maior ventilação de ar e maior proveito da paisagem maravilhosa que se tem ali. Outra questão é sobre os técnicos de som: cada banda usa o seu ou há um técnico geral? pergunto isso pelo fato de que em alguns shows o som perto do palco fica tão absurdamente alto que chega realmente a machucar os ouvidos e isso é mais que inadequado ou não saudável, é absurdo que isso ocorra em shows de profissionais e em um evento desta proporção. Conferi de perto o Viradão também no ano passado e esse ano não só eu mesma pensei novamente nessas questões como ouvi, de novo, o público também comentando sobre.
                                    
O Viradão Cultural Carioca se inspira na Virada Cultural de São Paulo, a qual já se encontra em sua oitava edição. Ainda não tive a oportunidade de conferir presencialmente a Virada de São Paulo, mas estou torcendo não só pra ter a oportunidade, como também para que o Rio se aproxime mais do evento de lá: programação durante 24 horas ininterruptas, inclusive com atrações internacionais. A Virada Cultural de São Paulo ocorre, atualmente, sob organização da Secretaria Municipal de Cultura, sem patrocínio de empresa privada. Poder-se-ia alegar, quanto às 24h ininterruptas de São Paulo, que no Rio de Janeiro se oferece programação de sexta a domingo, enquanto em São Paulo o Viradão ocorre no sábado e no domingo "apenas". No entanto, isto com certeza não é o suficiente. Na edição desde ano foram mais de 2000 atrações em São Paulo contra cerca de 60 aqui no Rio de Janeiro. As atrações de São Paulo vão mais além do que shows e stand-up comedy, tem teatro, exposições, apresentações de dança, sessões de cinema, dentre outros, e esse ano contou com uma novidade: uma feira gastronômica. A Virada Cultural de São Paulo conta com o envolvimendo dos principais museus, teatros e centros culturais da cidade, em conjunto com a rede Sesc e com a Secretaria Estadual da Cultura. Além disso, os paulistas e os visitantes da cidade podem contar com o metrô funcionando durante 24h excepcionalmente para o evento. Ou seja, podemos facilmente concluir que por melhor que seja o nosso Viradão Carioca, o evento ainda tem muito o que crescer. Apesar disso, continuamos reconhecendo a importância do evento e torcendo para seu bom desenvolvimento, até porque não nos é um favor. O evento é, no mínimo, uma obrigação da prefeitura. No entanto, sabemos que diante de tantas dificuldades e carências, já é um bom começo.



sábado, 5 de maio de 2012

Cachoeira e o mar de lama


O deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ) e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pareciam relaxados nesse banho de cachoeira até que. . .
Por Carlos Pinho

Afinal, recordar é viver. . .

E a presença do bicheiro Carlinhos Cachoeira em escândalos envolvendo nossos políticos está longe de ser uma novidade.

Para refrescar a memória do leitor, em 2004, o mesmo gravou e divulgou um vídeo no qual Waldomiro Diniz, então assessor de José Dirceu, o ministro-chefe da Casa Civil na época, aparece extorquindo o contraventor. A propina seria destinada às campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores e do Partido Socialista Brasileiro no Rio de Janeiro. Por sua vez, Diniz garantia-lhe ajuda em concorrências públicas.    

José  Dirceu

O caso ganhou repercussão internacional. Foi a primeira crise política do governo Lula. Dirceu perdeu força, já que Waldomiro Diniz 
era seu homem de confiança – seu amigo e assessor direto entre os anos de 1992 e 2004. De certa forma, o caso foi abafado, o tempo tratou de diluí-lo na lembrança popular e José Dirceu ganhou uma sobrevida no cargo – até que o escândalo do Mensalão o derrubasse em 2005.

Waldomiro Diniz
O que há de mais estarrecedor na relação do bicheiro com a política brasileira é o grande número de gente que está saindo “molhada” a cada vez que uma manobra escusa ligada à Cachoeira “deságua” em investigações, na imprensa e na opinião pública.

Ministros, governadores, prefeitos, deputados, senadores, jornalistas, enfim. . .

Nesse mar de lama não há qualquer tipo de discriminação. Essa cachoeira, que já afogou gente da situação, agora inunda os gabinetes de membros do governo, aliados e opositores. Uma rede de negociatas que possui, em sua pauta, os mesmos interesses desbaratados em 2004, dentre eles, o favorecimento em licitações públicas.

Segundo a revista Isto é, em conversas telefônicas, Cachoeira fala sobre contratos públicos em São Paulo nas gestões de Serra e Kassab.















Nessa enxurrada de acusações, a construtora Delta está mergulhada até o pescoço. Ela seria a maior beneficiada nessa trama. E, nadando ao encontro das suspeitas, não seria de se pasmar. Ela está presente numa quantidade avassaladora de obras vinculadas a estados, a municípios e ao próprio governo federal.  

Sérgio Cabral faz a festa com os seus secretários e os diretores da Delta em Paris.
“Aqui come todo mundo, cara. Se não pagar pra todo mundo não funciona. Eu tô nisso há 16 anos!”, explica Lenine Araújo de Souza, o braço direito de Cachoeira, em diálogo gravado pela Polícia Federal.
Àqueles que estão ilhados na desinformação, os nomes do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), do deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ), dos governadores Agnelo Queiroz (PT-DF), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ), além de José Serra – quando prefeito de São Paulo –, se pesquisados juntos ao de Carlinhos Cachoeira, dão um panorama da poluição existente da foz à nascente do rio Brasil. 

Carlinhos Cachoeira

Mas, que fique bem claro, límpido e cristalino: estes são apenas alguns que figuram nessa cascata, que nada tem de marolinha e que, para alguns, já se tornou um tsunami.  

terça-feira, 1 de maio de 2012

Fotografias apaixonantes. Mais que isso: natureza, conscientização e beleza.



Você já ouviu falar em Yann Arthus-Bertrand? fotógrafo, jornalista e ambientalista, este homem não só trabalha em prol da conscientização da importância da preservação ambiental como também é, sem dúvidas, um grande artista.

Arthus-Bertrand, francês nascido em Paris em março de 1946, dá a nós, cariocas, a oportunidade de nos fascinarmos e de ficarmos boquiabertos com suas fotografias e com as paisagens e situações por elas mostradas. A exposição vai até dia 24 de junho e se iniciou no último dia 27, na Praça Floriano, na Cinelândia. Expostas em tamanho bem grande, são 130 fotografias, todas acompanhadas de legendas e, acreditem, vale muito à pena tirar horas de um dia pra ver e lê-las uma por uma. Pode até ficar cansativo no final, mas o vislumbre do entendimento, do conhecimento e do fascínio pela arte compensa em demasia. Até porque muitas são incompreensíveis sem lê-las. Diversas nos remetem a quadros a óleo de arte abstrata, enquanto, na verdade, são imagens de coisas bem reais como derramamentos de petróleo e coisas do genêro. As fotografias foram todas tiradas por ele de um helicópero a alturas que variaram entre 300 e 30.000 metros.

Quando o francês tinha 30 anos, em 1978, ele foi para o Quênia realizar um estudo sobre o comportamento dos leões. Acompanhado por sua mulher, que também integrou a realização do estudo, Arthus-Bertrand teve que arrumar um meio de se sustentar: ser piloto de balão. Este é o momento crucial que demarca o início de muitos projetos, pois foi neste momento que ele se apaixonou completamente pelas paisagens vistas do céu. Descobrindo a fotografia aérea, tirou fotos de desertos, ilhas, vulcões, praias, plantações, dentre muitos outros. "A Terra Vista do Céu", nome da exposição que está sendo exposta na cidade e que já passou por 110 países, mostra-nos diversas dessas fotografias.

Nesse caminho, Arthus-Bertrand fundou uma agência de fotos: a Altitude, especializada em fotografias aéreas. E o artista esteve aqui presente no último dia 26 como convidado do Encontros O GLOBO. Convite este que não lhe foi oferecido apenas por conta de seu trabalho como artista, mas sobretudo pelo seu trabalho como ambientalista. Afinal, estamos contando os dias para a realização do evento RIO+20, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento sustentável e economia verde, que ocorrerá entre 13 e 22 de junho. E mais que isso: sua exposição não poderia mesmo deixar de passar por aqui, cidade que, de certo modo, é o seio materno dela. Foi a RIO 92 (também conferência realizada pela ONU há 20 anos, visando discussões sobre questões ambientais, mudanças e metas) que inspirou Arthus-Bertrand a realizar este tabalho e foi logo após sua vinda ao evento que as fotografias começaram a ser produzidas. Ao longo de oito anos ele tirou essas fotografias arrebatadoras.

Arthus-Bertrand diz: "É preciso fazer uma revolução já. E ela não pode ser ecônomica, científica ou política. É preciso que seja espiritual. Mas não no sentido religioso, e sim com a pergunta: como podemos fazer para viver melhor?", referindo-se à situação atual do mundo em relação aos problemas ambientais, os quais podem sim ter solução. Nomeado Embaixador de Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, suas fotografias merecem ser mais que conferidas: merecem ser admiradas.

Como não se apaixonar, assim como Bertrand, pela fotografia aérea? Depois de comparecer à exposição isso se torna inevitável. São simplesmente fascinantes. Pode-se, é claro, visitá-la mais de uma vez. Uma exposição em praça pública tem mais que o objetivo de apenas apresentar as obras, ela objetiva trazer pra perto de nós, cidadãos, não só a oportunidade mais prática de vê-la, como, no caso, a conscientização em relação à natureza: como ela nos afeta, como nós a afetamos e, acima de tudo, como precisamos refletir sobre e preservá-la.

Deixo aqui um gostinho de quero mais: