quarta-feira, 18 de abril de 2012

domingo, 15 de abril de 2012

Eliseu Visconti - Técnicas diversas, capacidade genial e mãos perfeitas em seu trabalho



















Você já ouviu falar em Eliseu Visconti? Caso sim e caso seja um apreciador da arte, vai adorar a exposição de cerca de 230 trabalhos seus no Museu Nacional de Belas Artes (RJ). Caso não e caso seja um apreciador da arte, vai se surpreender em demasia com este artista que é muito menos reconhecido quanto de fato deveria ser, pois basta ver de perto algumas de suas obras pra se sentir a certeza da capacidade do artista: enorme, forte, bela e extremamente competente.
Sua capacidade é enorme porque é raro um artista que consiga se aventurar a utilizar diversas técnicas diferentes e que faça essa proeza muito bem, não só em obras diversas, como, muitas vezes, na mesma obra. É bela porque ele faz isso tão bem que nos passa beleza sincera em suas obras, estejam elas mais voltadas para o academicismo, que marca suas obras iniciais, pro neo-realismo, que marca sua fase final, ou passando pelo naturalismo e pelo impressionismo, dentre outras correntes artísticas. Ele pintou quadros de nus, de sua família, autorretratos, paisagens (inclusive de muitos locais do Rio de Janeiro), cerâmicas e até selos para o país, como, por exemplo, os selos comemorativos do 1° Centenário da Independência. E não se pode deixar de falar, é claro, que é de parte dele todas as pinturas da sala de espetáculos de um dos mais importantes pontos turísticos de nossa cidade, o nosso querido Theatro Municipal do Rio de Janeiro, feitas a convite do prefeito Pereira Passos. Um artista tão rico só o pode ser através de sua competência em fazer arte, dessa maneira intensa cujo exemplo Visconti nos dá.

Eliseu D'Angelo Visconti nasceu em Salerno (Itália) em 1866, vindo para o Brasil ainda menino. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e na Academia Imperial de Belas Artes. Venceu em 1892 o concurso da República para estudar na Escola Nacional de Belas Artes na França. Nesse momento recebe influências de alguns dos movimentos artísticos que, na época, estavam ocorrendo pela Europa: simbolismo, impressionismo e arte nouveau.
Visconti é considerado o introdutor da art nouveau nas artes gráficas do Brasil e pioneiro do design nacional, uma vez que desenhou selos, ex-libris, cerâmicas, tecidos, vitrais, luminárias, papéis de parede, dentre outros. Faleceu em 15 de outubro de 1944 e deixou como legado uma demonstração de capacidade artística das mais admiráveis e das quais temos que nos orgulhar, pois se nasceu na Itália, foi aqui que se criou e se iniciou como artista, mostrando em diversas obras suas o carinho que tinha pelo Rio. Fazia parte dele e é recomendável que ele faça parte de nós, pois é um artista que merece muito reconhecimento. Vale ressaltar a curiosidade de que uma de suas obras, Gioventú, é considerada a Mona Lisa brasileira.
Parte integrante das principais coleções do país, com destaque para os acervos do Museu Nacional de Belas Artes e da Pinacoteca do Estado de São Paulo, sua carreira de cerca de 60 anos durou dos últimos anos do Segundo Reinado até a Segunda Guerra Mundial, fazendo uma ponte entre o Brasil Imperial e o Brasil moderno. Quem comperecer à exposição de suas obras, além de não se arrepender, vai concordar que é quase inacreditável saber que sua última retrospectiva havia sido em 1949, há mais de 60 anos. A maior parte de suas obras está em coleções particulares e muitas delas não são conhecidas nem ao menos do próprio neto, responsável pelo projeto da retrospectiva e pela busca por obras de Eliseu Visconti, assim como muitas não são conhecidas pelos especialistas. É importante lembrar, nesse contexto, que Tobias Stourdzé Visconti, neto do artista, continua buscando por obras perdidas do avô e pede que aqueles que estejam com alguma obra, que entrem em contato através do email contato@eliseuvisconti.com.br, requerendo solicitação para análise de autenticidade.

Talvez Visconti tenha sido um pouco esquecido pelo público devido à importância e repercussão do movimento modernista no nosso país, tendo como base a famosa Semana de 1922 e que foi responsável pela criação de um certo preconceito em relação à produção artística anterior ao modernismo. Mas é preciso deixar de lado as dicotomias simplistas que demarcaram essa divisão artística (vanguarda/academicismo; nacional/estrangeiro) e se abrir à obra de Visconti, que é tão rica e diversa. Confira!



O que? Exposição maravilhosa de cerca de 230 obras de Eliseu Visconti.
Onde? Museu Nacional de Belas Artes // Av. Rio Branco, 199 - Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Quando? de 04 de abril a 17 de junho de 2012.
Quanto? Entrada gratuita até o final de maio devido à comemoração dos 75 anos de criação do MNBA. Os preços costumeiros do MNBA são: Inteira R$8,00, meia R$4,00. Gratuita aos domingos.




sábado, 14 de abril de 2012

Thiaguinho, o revolucionário do Samba?


Por Carlos Pinho

"Me sinto honrado por ter mudado a história do Samba".
(Thiaguinho)


Discordo da declaração do cantor Thiaguinho. Mas há uma questão a salientar. O Samba, como agregado cultural de valor inestimável na formação da identidade da nossa nação, não é algo estagnado ou uma moldura que devemos apenas contemplar. Ele, assim como a cultura num panorama mais amplo, está em transformação constante, com a inserção de novos elementos e a consequente diversificação do conceito.

Afinal, as pessoas não deixam de interagir (ainda mais hoje) e, a partir dessas relações sociais, aprender e assimilar outras culturas. Se o que resulta disso é tido como bom ou ruim pela crítica, é outro assunto. Nem tudo são flores no processo histórico.

Entretanto, Thiaguinho não mudou a história do Samba. Ele apenas bebe na fonte de uma tendência que vem desde a década de 1980 e que projetou conjuntos como Raça Negra, Razão Brasileira, Só Preto Sem Preconceito, Só pra Contrariar e o próprio Exaltasamba. Isso, em hipótese alguma, significa uma ameaça ao consagrado Samba de Raíz. Este, por sinal, é resultado de muita discussão e choque de estilos, formas e projetos. Os debates entre Donga e Ismael Silva exemplificaram bem esse cenário. Para o autor de “Pelo telefone”, Ismael fazia marcha. Este, por sua vez, dizia que Donga cantava maxixe. No vídeo abaixo, o autor de "Antonico" e "Se você jurar" relembra esse caso.

     
Esse embate teve um papel fundamental para legitimar a matriz da - como chama Nelson Sargento - instituição. Uma tradição que, posteriormente, foi enriquecida com nomes como Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Candeia, João Nogueira, Roberto Ribeiro, Beth Carvalho e tantos outros, além de ter resultado em ramificações, tais quais a Bossa Nova, o Partido Alto, o Sambalanço (ou Sambarock) e o Pagode.  
  

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ao meu lado tu dormes tranquilamente...


Ao meu lado tu dormes tranquilamente, enquanto eu me perco em devaneios...

Não te vejo, mas te sinto.
Eu te sinto a cada segundo de sonho meu,
no qual cavalgas lindamente,
não sob um cavalo branco de contos de fadas,
mas sob mim mesma, deliciosamente.

Não te vejo, mas te sinto.
Eu te sinto em tuas garras sob minha pele.
Marcas de arranhões animalescos de quem,
com muita fúria e paixão, acalmou a mim,
gata no cio com fome de ardor. Com fome de amor.

Não te vejo, mas te sinto.
Eu te sinto em teus dentes caninos me devorando.
Minha carne crua e macia não basta,
Teus anseios pedem por mais: pedem por alma.
Entrega de quem faz amor por pensamento.

Eu te vejo e eu te sinto.
Eu me vejo quando te vejo, eu me sinto quando te sinto.
Nessa procura incessante por ti,
Eu procuro mais ainda por mim.
Procuro em ti minha própria fonte de prazer.

Eu te vejo e eu te sinto
Nos limites entre homem e animal, entre corpo e espírito
Eu me faço em teus meios, tu me satisfazes em meus meios.
Em um simples abrir de portas que te desejam entrando por elas,
Sinto em ti, sinto por ti, fêmea fome quase insaciável.

Eu te vejo, eu te sinto, eu te ouço, eu te cheiro.
Vejo o homem que faz de mim tua mulher.
Sinto o macho que faz de mim tua fêmea.
E os gemidos ouvidos baixinho, sons de uma música luxuriosa.
Cheiro íntimo; odor de flores que não são do campo, mas do corpo.

Eu te sinto, eu me sinto.
Eu me transporto a ti, tornando-me parte tua.
Uma fusão de corpos que multiplica prazeres.
Amor que na cama, no chão, na mesa e na poesia se faz.
Eu te vejo e eu te sinto, aqui, agora, sob meu seio, absorto.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Homenagem a G.M.

Este poema é dedicado a uma amiga muito especial.

Menos feminilidade do que em outras garotas? alguns viam isso. Eu via personalidade.
Aparência "agressiva"? alguns viam isso. Eu via força.
Um certo medo tolo de criança? enquanto alguns sentiam isso, eu sentia indiferença.
Enquanto alguns acham que a internet é incapaz de trazer amizades de verdade,
eu tenho a plena certeza de que a nossa assim surgiu e é forte como uma onça.
Eu acredito em nós duas e após todos esses anos, nada me tira essa crença.

De vestido? nunca lhe vi. Mas quem é bonito, é bonito de qualquer maneira.
Salto alto? nunca vi mesmo, mas confesso que nem eu sou assim muito amiga deles. (rs)
Um certo preconceito infantil? enquanto alguns tinham, era-me indiferente.
Com minhas amigas você não se deu com nenhuma, mas com você eu me dei por inteira.
E esse carinho criado, conquistado, os anos demonstram. Está refletido neles.
E nada o diminui, nem a correria da vida, que nos impede de nos vermos constantemente.

A vida vai seguindo, nós vamos crescendo. Nossas amizades vão se consolidando.
E pensar que nem suas amigas de colégio ainda estão presentes como um dia estiveram...
E que eu, logo eu, aquela que entrou em sua vida meio inesperadamente, de surpresa...
Sim, eu continuo presente. De corpo, mas sobretudo de alma e coração, te amando.
E nesse momento parece tão distante qualquer besteira que outros disseram...
Você foi dádiva ganha por eu não ter nadado com a correnteza.

Eu me orgulho tanto desse carinho que tenho por você, de uma maneira tão especial,
que não tenho dúvidas de que o importante não é acompanhar os acontecimentos diários,
Mas sim ter a confiança que tenho em ti, essa certeza sincera de que é o que eu sinto que é.
É amizade. É carinho, e é forte. É hoje, é amanhã e foi ontem. É atemporal.
Constitui-me. Constitui-lhe. Constitui um bando de bonitos sentimentos involuntários,
Que geram o fato consumado comprovado de que amizade é, simplesmente, pra quem quer.

Pra quem quer conhecer e se deixar levar sem aparências, sem muros, sem preconceitos
Pra quem quer ser amigo sem selecionar de quem, sem ver com os olhos, mas com o coração
E eu gosto de você por ser quem é, não é preciso nenhum ingrediente a mais.
Ser amigo é uma característica como tantas outras, que não vê cores, credos, nem feitos
Sou amiga de alma, sou amiga como se é estudioso ou não, como se é engraçado ou não
E nessa junção de nós duas surgiu essa amizade bonita, que só mesmo o amor faz.


terça-feira, 10 de abril de 2012

Doisneau, a alma do artista exposta na fotografia


"As maravilhas da vida cotidiana são tão emocionantes. Nenhum diretor de filmes pode organizar o inesperado que você encontra na rua." (Robert Doisneau)

O próximo sábado, dia 14 de abril de 2012, marca a data de centerário de Robert Doisneau, falecido em 1994. E é em homenagem a este artista, um dos maiores fotógrafos da história da fotografia, que o Centro Cultural Justiça Federal dá a oportunidade ao público carioca de presenciar uma exposição inédita de grandes obras de Doisneau. Trazida pela Aliança Francesa, com patrocínio da Peugeot e produção da Bonfilm, a exposição contém 152 obras do artista que registrou a vida social da Paris de sua época, transformando seus retratos em cartões postais e em eternas retratações de um tempo que passou e que por ele foi registrado de um modo muito bonito.


Doisneau fotografou não só Paris, mas também seus arredores. Assim como trabalhou em fotografias para publicações em revistas, como a famosa "O Beijo do Hotel de Ville", de 1950. Seu trabalho, ao longo de sua carreira, foi publicado em mais de 20 livros. Foi tema de quase dez filmes (a princípio, nove) e recebeu prêmios como o Grand Prix National de la Photographie (1983), Kodak (1947), o prêmio de Balzac Honoré de Balzac (1986) e o prêmio de Niépce Nicéphore Niépce (1956). E foi nomeado Cavaleiro da Ordem da Légion d'Honneur em 1984.

Nascido em Gentilly, Val-de-Marne, no limite de Paris, zona entre cidade e campo, Doisneau foi um apaixonado por fotografias de rua, tornando-se muito popular. Conhecido por suas imagens irônicas, misturando registro social e humor, classes sociais e ambientes comuns da vida cotidiana, Doisneau fascina-nos através do que ele consegue nos passar através de suas obras: faz-nos rir, choca-nos, faz-nos refletir. Em diversas de suas obras ele questiona a ambiguidade; através de diversas séries suas de fotografias ele nos conta histórias através das sequências. Em suas obras, ele trata de temas como crianças, a periferia, as pessoas simples e os sentimentos que cercam tais temas. Não há como suas obras serem entendidas sem referências às suas origens.

"Robert Doisneau foi o cronista infalível de uma época em
que a banalidade do cotidiano competia com a lenta, porém obcecante evolução da sociedade. Do seu jeito, humano e perspicaz, ele foi o testemunho privilegiado de um tempo em que Paris se expandia para cima da periferia, a qual também devorava o campo, urbanizando o camponês contra sua vontade." (Agnés de Gouvion Saint-Cyr, curadora da exposição)

O que? excelente exposição de 152 fotografias de Robert Doisneau
Onde? Centro Cultural Justiça Federal // Av. Rio Branco, 241 (Centro - Rio de Janeiro)
Quanto? Entrada Franca
Quando? de 8 de março a 17 de junho de 2012

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Março passou e deixou vestígios...

Março, definitivamente, foi um mês e tanto. Felizardos os que souberam e puderam aproveitar. O Rock Progressivo invadiu o Rio de Janeiro e deixou pela cidade uma aura de fascinação. Estará o progressivo ganhando mais lugar nos palcos? Minha falta de disponibilidade de internet nos últimos tempos e a correria da vida não me impedirão de falar sobre, apesar do atraso.
Dias 10 e 11 de março, há quase um mês, o rock invadiu a casa Rio Rock e Blues Club na Lapa e deixou marcas facilmente perceptíveis. Foi um sucesso, encheu a casa e o público pede bis. O Rio Prog Festival deixou bem claro que chegou para ficar, ao menos por um bom tempo. E deixou claro também que não está para brincadeira, chegou para trazer boas bandas, tocando muito boa música e uma grande oportunidade de assisti-las, assim como de comprar LPS e CDs. Ótimas bandas autorais e covers se alternando e satisfazendo muito bem os que souberam aproveitar a oportunidade e compareceram. Não dá para não parabenizar às bandas: SUB ROSA (MG), BANDA TRUCCO (RJ), MAHTRAK (SP) e BY THE POUND (MG).
Logo ali pertinho, tanto no aspecto da data quanto no do endereço, dia 14 de março foi marcadíssimo por um show maravilhoso que vai ficar na memória tanto dos que foram assisti-lo quanto da própria banda: a banda holandesa FOCUS, sem dúvidas, uma das melhores bandas de rock progressivo tocou lindamente no Teatro Rival. É mais que fácil apaixonar-se por Thijs van Leer, seja no órgão ou na, por mim adorada, flauta; é provável. A música é mais do que sons em harmonia, é poesia, é alma colocada pra fora. O Teatro Rival lotou e deu pena não conseguir colocar pra dentro todos os interessados em assistir ao show. O público, durante todo o show, se mostrou totalmente entretido, prestando atenção, não conversando paralelamente como em outros aconteceu e a banda respondeu isso de maneira muito satisfatória: fez um show que durou mais que outros e não disfarçou a alegria em estar tocando para um público que realmente os admira e os acompanha. Com direito à sessão de autógrafos no final do show, bobeou quem foi embora rapidamente. Sem dúvidas, uma noite e tanto!


Um evento um tanto quanto menor, mas que não pode passar por despercebido, foi o que ocorreu no Centro Cultural da Justiça Federal no dia 27 do último mês: a Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro tocou clássicos do rock progressivo. Meus queridos, nada mais, nada menos, do que um espetáculo tocando Emerson, Lake and Palmer(!). Raro como é haver eventos de rock progressivo, parece que a mania está pegando e as produtores, finalmente, estão percebendo que há sim público e que é um genêro que merece mais espaço. Não se pode deixar passar isso como se não significasse nada; os fãs do genêro precisam ficar atentos, pois se procuram programação, esse é o momento de haver mais chances em encontrar. O espetáculo, apesar de pequeno (justamente pelas dúvidas em relação a haver público), foi lindo. Merece repetições e extensões.
E, claro, como não falar sobre o show do Roger Waters que, no Rio, ocorreu dia 29, no Estádio do Engenhão?! Apresentando um espetáculo audiovisual e tanto, tocando o álbum The Wall, é difícil decidir se o fascínio foi maior pelo enorme muro utilizado como o grande componente do espetáculo ou se pela música e pela oportunidade. Apresentando ao público uma enormidade de significações, o muro mostrou imagens, desenhos, pequenos vídeos, etc. Dentre eles, muitos remetendo ao filme The Wall. O muro foi a grande base do espetáculo. Não foi Pink Floyd, mas foi Roger Waters e isso basta pra ser muito bom. Não, eu não vou entrar no aspecto crítico, primeiro por não achar que entendo o suficiente sobre, segundo porque o êxtase de uma programação progressiva é tão delicioso que não há espaço em mim para ver os aspectos ruins ou, pelo menos, não tão bons. Roger Waters tirou o restinho de fôlego que havia em mim.


Agora cabe a nós nos indagarmos sobre o futuro. Já compraram seus ingressos pro show de Roger Hodgson, ex vocalista da banda SUPERTRAMP? E, apesar de não ser progressivo, mas ainda assim ser boa, já compraram seus ingressos pro show da banda Crosby, Stills e Nash?
E imginando o futuro, nos questionamos: quando será a próxima edição do Rio Prog Festival mesmo?! Ao produtor do evento, Claudio Fonzi, perguntamos: e a banda Quaterna Requiem? quando mesmo? os ingressos já estão sendo vendidos, podemos ir agora mesmo comprá-los??? Calma, meus queridos. Em breve, em breve! Tomara! E há ainda boatos sobre a possibilidade de shows da banda pioneira de rock progressivo CURVED AIR. E ainda, entre o hard e o progressivo, há boatos também sobre a possibilidade da banda WISHBONE ASH vir. Será? Será? Tomara! Sejam essas ou outras, que venham mais bandas excelentes como têm vindo. E agora vamos dar um stop na escrita/na leitura e ouvir um som, pois a música é, terminantemente, uma das grandes inspirações e realizações humanas.

domingo, 8 de abril de 2012

S2


São tantos os sentimentos e sensações possíveis de se sentir,
Que achar que nomeamos todos os existentes me soa presunçoso.
Meu querido, o que importa é que nos embebeda a alma como elixir.
Seja amor, alguma espécie de carinho raro ou encanto, é delicioso.

Encontrar alguém com quem fazemos amor no simples ato de um abraço
Substitui qualquer noite de sexo, qualquer saída na night.
Abraços presentes em cada sorriso meu, levados comigo a cada passo.
Belo é um sentimento assim, delicado como uma flor, saudável, light.

Como canta Rita Lee definindo certos momentos tão bonitos entre nós,
"A gente faz amor por telepatia. No chão, no mar, na lua. Na melodia."
E mesmo quando há distância física, podemos sentir que não estamos sós,
Pois eu estou em você e você está em mim, minha alegria.

"When you showed me your eyes, whispered love at the skies. Then I wanted to stay with you."1
Quando eu me enxerguei em seus olhos, eu vi o que não existe no mundo físico.
"Love is all that I can give to you. Love is more than just a game for two"2
A aura de carinho envolta em nós, genuína e intensa; fenômeno psíquico.

"Eu quero a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida"3
E "ando por aí querendo te encontrar. Em cada esquina, paro em cada olhar."4
Quero "Ser teu pão, ser tua comida. Todo amor que houver nessa vida"5
"E as coisas lindas são mais lindas quando você está, (...) porque você está."6

Cássia Eller, uma de minhas intérpretes favoritas, cantou muito do que quero dizer:
"E quem achar alguém como eu achei, verá que é natural ficar como eu fiquei."7
"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você."8
"Eu pensei em tanto pra dizer enquanto esperei. "9

Pensei em tanto pra dizer e estou dizendo agora, enquanto escrevo esse poema
O qual eu dedico a você, meu querido, dizendo que o que sinto independe do futuro.
Sentimentos verdadeiros são eternos dentro de nós. Não, não tema.
Pois mesmo que tudo mude, o que importa é o imutável: terá sido sincero e puro.




¹ Trecho retirado de 'Late Night', Syd Barrett.
² Trecho retirado de 'L-o-v-e', Nat King Cole.
3 Trecho retirado de 'Todo Amor que Houver nessa vida', Cazuza e Frejat.
4 Trecho retirado de 'Palavras ao Vento', Marisa Monte e Moraes Moreira.
5 Trecho retirado de 'Todo Amor que Houver nessa vida', Cazuza e Frejat.
6 Trecho retirado de 'As coisas tão mais lindas', Nando Reis.
7 Trecho retirado de 'Sentimental Demais', Evaldo Gouveia e Jair Amorim.
8 T recho retirado de 'All Star', Nando Reis.
9 Trecho retirado de 'Partners', Paulo Ricardo, Paulo (PA) Pagni e Luiz Schiavon.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Janela de ônibus


A manchinha ali na janela,
é a marca da donzela.
É feita de suor e cabelo
de alguém que se desmanchou
sem nenhum zelo.

Lágrimas rolaram discretas,
angustias fluiram diretas,
pensamentos formaram respostas
e silêncio coroou apostas.

Agora ela segue sem encostar,
a cabeça não vai mais manchar,
o vidro não vai melar.

Não há angustias a partilhar,
apenas um par de olhos
que ficam a brilhar
os belos sonhos,
que irá concretizar.