quinta-feira, 28 de junho de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Rio+20 adia decisões para a Rio+100


QUEM VAI VENCER ESSE JOGO?

Por Carlos Pinho. 

A Rio+20 terminou com um consenso: de que o que menos ocorreu foi consenso entre os líderes mundiais. Poucos acordos fechados e muito disse-me-disse. Cada vez mais fica claro de que a grande agente transformadora nesse processo é a sociedade. Juntar um bando de tecnocratas tem tido pouco efeito prático. Cada um olha apenas para o seu lado, priorizando os aspectos econômicos e políticos de ganhos a curto prazo.

O documento “final” do evento parece uma colcha cheia de remendos. No frigir dos ovos, como muitos já abordaram, o evento, realizado no Riocentro, foi decepcionante. Pareceu-me mais algo feito por um país emergente para tentar impressionar outras nações e fincar uma bandeira de protagonista no jogo político internacional.

No entanto, a Rio+20 teve a sua importância pelo que a norteou. Discussões, no seio da sociedade civil, entre pessoas de outros estados e paises, exposições, ações culturais e protestos. A Cúpula dos Povos, o protesto contra a mercantilização da vida e a exposição Humanidade 2012 foram alguns dos pontos altos nesses dias em que a presidenta Dilma tentava dialogar com as paredes.  







Para quem pôde acompanhar, pelo menos, uma das ações desse período, fica o germe da conscientização. Ao visitar a Cúpula dos Povos e a Humanidade 2012, carregado de ceticismo, vi meu pessimismo mudar de humor ao ver a presença maciça de crianças e adolescentes que, curiosas, faziam várias perguntas. Não deixam de ser sementes de esperança num meio tão caótico.

 

Nossos políticos sempre empurram com a barriga seus compromissos para o futuro com promessas intermináveis. Transportar expectativas para as próximas gerações também  é uma prática constante. E inevitável. Mas não podemos nos limitar a isso. Pois as necessidades são imediatas. E não se trata de mero idealismo bucólico. Até porque a questão é bem profunda e crítica: a nossa sobrevivência.   


terça-feira, 19 de junho de 2012

Séculos Indígenas e Milton Dacosta

A Caixa Cultural – RJ está apresentado duas exposições que valem à pena ser conferidas:

Séculos Indígenas no Brasil: essa é a IV edição da exposição Séculos Indígenas, parte de um projeto que começou em 1992 em Berlim. Projeto este que consiste em um registro fotográfico e audiovisual sobre a realidade dos indígenas no Brasil, realizado entre o cineasta Frank Coe e o líder indígena Álvaro Tukano. A exposição reúne objetos indígenas, imagens, fotografias e, inclusive, ela se dá dentro de ocas construídas para a exposição. Os indígenas reúnem arte e utilidade, natureza e viver bem. A exposição combina uma linguagem moderna, como com o uso de vídeos que podem ser vistos por um tablet, à cultura tradicional indígena e sua parte documental faz parte do projeto que tem quase duas décadas de atividade. Vale muito à pena conferir a exposição, a qual não é muito grande, porém bastante rica. Quando se vai na exposição não é facilmente perceptível, mas é interessante saber que ela está montada na forma de uma cobra, formada por palha, bambu, troncos e argila que, em conjunto com a formação de ocas e etc, cria um ambiente que tenta remeter a uma aldeia indígena.  A exposição reúne também depoimentos inéditos de pessoas que se tornaram referências indigenistas, como Darcy Ribeiro. A exposição se iniciou dia 1 de junho e vai até o dia 30 deste mesmo mês.



Milton Dacosta, a construção da forma: Milton Rodrigues Dacosta nasceu em Niterói em outubro de 1915 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro em setembro de 1988. Milton Dacosta foi um pintor, desenhista e ilustrador brasileiro. Pintou figuras humanas geometrizadas sob influência do cubismo, aderiu ao abstracionismo geométrico e teve influências também do concretismo e do neoconcretismo. A exposição que a Caixa Cultural dá a todos a oportunidade de ver reúne 45 obras do artista, tanto de coleções públicas e particulares quanto do acervo familiar. A exposição reúne obras de seu primeiro período, o qual se desenvolveu sob influência do impressionismo, do período com influência do cubismo e do período construtivista – este último, por sinal, é aquele no qual o artista produziu aquelas que são consideradas as mais importantes obras de sua carreira. Segundo a curadora Denise Mattar, a exposição tem como objetivo traçar o percurso poético do artista. A exposição se iniciou em 15 de maio e vai até primeiro de julho.


A Caixa Cultural Rio de Janeiro se encontra na Avenida Almirante Barroso, 25 (esquina com a Avenida Rio Branco), no Centro e funciona todos os dias, exceto às segundas-feiras, das 10h às 21h.


sábado, 16 de junho de 2012

Homenagem ao Abrigo Carioca da Liberdade


Quantas possibilidades nos cercam no decorrer de nossas vidas?
Quantas escolhas nós realizamos, quantas opiniões exprimimos?
Quantas pessoas passam por nós a cada dia, quantas poucas se tornam queridas?
E, principalmente, o quanto fingimos ser o que não somos? O quanto nos retraímos?

Em meio a esse mundo de preconceitos e de tentativa de homogeneização,
Em meio a essa sociedade na qual muitos de nós vivemos quase como robôs,
Há na cidade do Rio de Janeiro um recanto de quebra do padrão,
Onde as pessoas podem ser como são, onde a repressão não se impôs.

Entre muitos bares, garrafas de vodka e latinhas de cerveja.
Entre funk tocando em uma ruela, moças de vestidos curtos,
Há aqui um canto onde não importa quem você seja,
Só o que importa é se divertir em alegres surtos.

Surtos de risadas, de luxúria, de momentos com os amigos.
Em meio a um bar tocando forró e o Teatro Odisseia embalado pelo rock e pelo pop,
Em meio a jovens cheios de vida contracenando com prédios antigos,
Há um reduto de liberdade onde as horas transcorrem a galope.

Casais andam de mãos dadas livremente: aqui não há espaço para um mau olhar,
Algumas meninas gostam de meninas, alguns meninos gostam de meninos,
Aqui experiências de todo tipo são bem-vindas e muita beleza nisso há.
Há beleza nessa característica tão rara, que desarma os conceitos ferinos.

Aqueles conceitos criados para excluir, julgar e fazer alguns se sentirem superiores.
Aqui, nesse lugar, a diversidade predomina. Desfila por um tapete vermelho.
Quantos gringos de todo o mundo aqui encontramos, quantas idades, quantas cores.
Talvez o mundo devesse ter este lugar como uma espécie de espelho.

Só aqui, nesse reduto de virgens se autoconhecendo e também de mulheres da noite,
Nesse reduto frequentado por todas as posições políticas e classes sociais,
Só aqui, neste lugar chamado Lapa, “ninguém” é violentado com açoite,
“Ninguém” é ferido com palavras. Os que aqui frequentam se veem como iguais.

Um poema pode ser uma forma de idealização,
Mas não há como andar pelas ruas da Lapa e não se fascinar com a beleza do diferente.
Talvez aqui seja uma idealização de tudo aquilo a que alguns acham que devemos dizer ‘não’,
Ou do contrário, uma idealização daquilo tudo que devia ser inerente a toda gente.

Se por um lado é local de fácil encontro de drogas e da boêmia,
Por outro reúne a fauna humana como iguais que se diferem apenas por suas escolhas.
Todos se divertem juntos, sentam nos mesmos bares, convivem em harmonia.
Neste pequeno paraíso de liberdade podemos sair de nossas próprias bolhas.

Não há pelas ruas que constituem a Lapa muitas árvores nem flores,
Porém sentar na escadaria onde há o Mosaico de Selarón é como se sentir no Jardim do Éden,
Os azulejos mil são como árvores cultivadas com também mil amores,
Amores juvenis, maduros, idealizados, dolorosos. Amores que não se pedem.

Ou amores justamente como os que tanto se pede.
As flores dessa floresta, ora sombria por respirar à noite e por abraçar criaturas diversas,
Ora clara como a luz que só o ser livre irradia; às vezes perfuma, às vezes fede;
Mas sempre tem a sensação de liberdade e de alegria em si imersas.

É aconselhado que se tenha cuidado com suas mochilas, bolsas e sacolas.
E que as moças tenham cautela ao saírem sozinhas pelo labirinto que as ruas formam.
Há os que estão ali procurando sexo, há os pedintes de esmolas,
Há jovens, menores de idade, coroas. Aqui todos se encontram.
 
Céu nublado ou estrelado, só com muita chuva as ruas não ficam cheias,
Durante a madrugada pela Lapa acontece um pouco de tudo.
Sua beleza não está em seu local, mas em sua energia; suas ruas são como veias,
Onde há vida. Há o muito, o livre. O fascínio pelo diferente, sobretudo.














quarta-feira, 13 de junho de 2012

Está rolando no CCBB-RJ...

Douglas Sirk – o príncipe do melodrama: acabou a mostra do Bergman e se iniciou ontem, dia 12 de junho, a mostra dos 30 principais filmes de Douglas Sirk. Diretor alemão, Douglas Sirk é famoso pelos seus melodramas. Uma excelente oportunidade de conhecer melhor esse diretor não tão famoso por aqui. Como o próprio CCBB define, “com filmes tocantes, rodados com as melhores equipes e elenco de Hollywood e usando técnicas inovadoras para a época (Technicolor e Cinemascope), Sirk dirigiu clássicos atemporais, muitos deles inéditos no Brasil. A mostra trará ainda filmes de diretores contemporâneos influenciados pela estética de Sirk e aulas-debates em torno da vida e da obra do diretor”. Até 8 de julho.
                                                                          Douglas Sirk


Sala A Contemporânea: Opavivará: Uma sala pouco iluminada, praticamente só na penumbra, com redes, esteiras e diversas opções de ervas medicinais dão aos visitantes a possibilidade de escolher ervas, misturando-as com água quente, de modo a experimentar os chás com elas feitos.  Com o objetivo de evocar as práticas curandeiras dos pajés, essa interação propicia uma oportunidade interessante de experimentação e se encontra em um ambiente que possibilita o relaxamento através da união de seus elementos (os chás, as redes, a pouca iluminação). Até o dia 15 de julho.

Amazônia – Ciclos de Modernidade: A exposição sobre a Amazônia que se encontra no segundo andar do prédio do CCBB causa, a princípio, estranhamento. Há uma grande reunião de objetos diversos, dentre os quais muitos parecem não fazer sentido, nem serem interessantes o suficiente para se entender o fato deles estarem ali. No entanto, é preciso lembrar que a exposição tem o objetivo de apresentar a Amazônia justamente dessa forma: reunindo objetos diversos, artísticos ou não, que se relacionem tanto com sua história quanto com sua arte. Através de obras de arte, de mapas e documentos originais, de outros objetos históricos, desenhos, objetos que se relacionem de alguma forma com a região – como facões e acessórios indígenas -, livros que falem sobre ou cujas histórias se passem na região, fotografias, vídeos, dentre outros, a exposição tenta mostrar um pouco da arte, da arqueologia e do urbanismo da Amazônia, desde o século XVIII até os dias de hoje. Vale à pena conferir a exposição, mas considerando a ideia de que seu objetivo não é ser bela nem fascinar os visitantes, e sim de situá-los em meio ao seu contexto histórico-artístico e em meio à importância que ela tem, justamente, no contexto histórico-artístico do nosso país. Até 22 de julho.
                                              Fotografia Incluída na exposição Amazônia - Ciclos de Modernidade

Rabin Ajaw: essa exposição pequena, situada no quarto andar, vale muito à pena ser conferida. Ela se divide em duas partes. Uma consiste basicamente em fotografias de guatemaltecos, rostos com expressões belas e fortes, pros quais dá vontade de olhar durante horas. Outra se constitui em diversas peças do vestuário típico da Guatemala, feitos em tear e belíssimos. São teares coloridos, com detalhes e combinações de cores alegres e tão atrativas aos olhos quanto fascinantes à apreciação, de certo modo, até artística. Como define o próprio CCBB, "é uma rica viagem à estética cultural das populações de origem maia da Guatemala". Até 22 de julho.

Galeria de Valores – Exposição temporária Art Nouveau/Art Decó: a exposição no quarto andar reúne alguns objetos típicos da Art Nouveau e da Art Decó à exposição permanente que conta a história da moeda. A parte da Art Nouveau e da Art Decó, no fundo, não acrescenta muito de interessante. Apresenta algumas joias e objetos típicos como estojos de maquilagem e cigarreiras. Mas a exposição sobre a história da moeda, geralmente esquecida pelo público por ser permanente, vale muito à pena ser conferida por quem ainda não a visitou: reúne cerca de 2.000 peças, dentre moedas, cédulas e outras formas de pagamento: cartões de crédito, cheques, dentre outros. A exposição tem muitos momentos interessantes, além da história em si, como a cada vez que apresenta moedas de outros países, moedas comemorativas, perpassando por momentos em que o açúcar foi usado como moeda, pela já tradicional prática de comerciantes brasileiros em oferecer como troco balas, pelo pagamento através da internet, dentre outros.




O CCBB-RJ é, sem dúvidas, um dos centros culturais mais importantes da nossa cidade, se não o mais importante. A razão é simples: está sempre apresentando uma programação de muito conteúdo e qualidade, que passa por todos (ou quase todos) os tipos artísticos e que, quando não é gratuita, é quase de graça (preços realmente excelentes). Evidentemente, sua programação se estende a muito mais do que aos programas citados acima. Aproveitemos!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Amar-te é o Bastante

Quando te amo, elevo-me a Deus.
O que há de mais sublime?
Caso exista, são os sorrisos teus,
Que me dizem: estamos no mesmo time!

Somos companheiros, parceiros de vida(!),
Dizem-me teus abraços.
Estarei sempre contigo, minha querida(!),
Falas tu ao me envolver em teus braços.

Quando minhas pálpebras se fecham,
Deixo-te me amar sem resistência.
Só duas pessoas que assim se elevam,
Compreendem o amor, vital essência.

A emoção que faz brilhar teus olhos,
É a mesma que me faz palpitar.
Meus sofrimentos encontram-se mortos,
Pois basta-me te amar.

Alcançamos do prazer o suprassumo.
Na loucura do amor nos completamos.
Ainda assim quero mais, assumo.
Quero-o todos os dias. E é assim que nos amamos.

sábado, 9 de junho de 2012

Greve dos professores: um grito emudecido?


Quem souber de alguma coisa 
Venha logo me avisar. 
Sei que há um céu sobre essa chuva 
E um grito parado no ar.

(Um Grito Parado no ar, de Toquinho)
Por Carlos Pinho.


51 instituições de ensino superior espalhadas pelo Brasil. Esse é o balanço da greve que ultrapassa os 20 dias. Há muito tempo não víamos uma paralisação dos professores federais, mas quem já passou por uma sabe bem: costuma durar muito tempo. Os estudantes da UFRJ, por exemplo, passaram quatro meses sem aula em 2001.  

Alguns acharam a decisão precipitada, por não aguardar o término do período letivo. Porém, as reivindicações são legítimas como, por exemplo, um plano de carreira dividido em 13 níveis remuneratórios com variação de 5% entre eles a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho. Segundo a Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (Apur),  o panorama atual é desigual. “Tem profissionais com o mesmo cargo, exercendo as mesmas funções, mas com salários que variam em até 40% a mais. Isso, na nossa concepção, não deve existir”, destaca.

Nesse processo, um ponto tem chamado a minha atenção e o outro, causado o meu lamento. Comecemos com a pouca repercussão dada pelos telejornais ao fato. Não tenho acompanhado as publicações impressas, no entanto, tenho reparado a falta de aprofundamento num meio de comunicação de massa como a televisão. É fundamental que o povo conheça a causa e legitime-a. Mas parece que alguns não querem que isso aconteça. Afinal, parte da imprensa é um cardume de piranhas em busca da presa mais suculenta.  

Será que os professores não são capazes de angariar em torno do seu ato uma popularidade semelhante à alcançada pelos bombeiros em 2011? O apoio foi notório, com o uso de faixas e de fitas vermelhas.    

A partir dessa questão, chegamos ao segundo ponto que gostaria de levantar: a falta de integração quando os professores entram em greve. Sempre ouvi que para uma greve terminar logo, ela precisa nascer forte. Só assim, as autoridades sentiriam o drama e cederiam. Entretanto, no magistério, há uma barreira: a falta de coesão da classe. Um movimento que agregasse professores federais, estaduais e municipais enfrentaria a máquina do Estado com muito mais força e, se bem articulado, chegaria ao conhecimento da população de forma mais clara e eficiente. Ademais, revigoraria a luta dos profissionais das redes estaduais e municipais que, como no caso do Rio de Janeiro e das suas cidades, já começa enfraquecida e com o seu grito emudecido.

É triste ter que falar sobre a greve de uma classe essencial na construção de uma nação forte e consciente do seu papel. E não estou falando da pátria de chuteiras que apenas se aglomera para assistir à Copa do Mundo e torcer por feriados. Estou falando daquela que discute, dentre muitos assuntos importantes, os rumos de sua educação. Miremo-nos no exemplo do povo japonês. É dever de toda sociedade valorizar os seus professores.

Infelizmente, muitos, anestesiados por suas rotinas fatigantes, não param e se perguntam: “por que mostrar a mansão do Michel Teló quando há tanto a ser informado, explicado, debatido?” 

Como temos poucos espaços na grande mídia para a aprofundarmos o tema, gostaria de deixar este à disposição. Pode parecer pouco. Pode realmente ser pouco. Contudo, precisamos aproveitar todas as brechas para bradarmos por mais sensatez. E a internet, se bem usada, pode ser uma poderosa ferramenta nesse sentido. 



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Desejo





Sinto sede da tua saliva e do teu suor.
Sinto fome da tua carne e da tua língua.
Dos teus olhares que me fazem sentir melhor.
Da confiança que sinto, ambígua.

Confiança em mim, ora por auto-estima, ora por malícia.
Confiança em ti, porque te adoro e te desejo.
A verdade é que gosto desta realidade fictícia.
Realidade de algumas noites, noites que almejo.

Realidade pouco duradoura, mas boa;
Que sempre transcorre em grande intensidade.
Lembrando dela, minha imaginação voa.
Aflora a súbita felicidade.

Quero sentir a inopinada alegria,
Que teu abraço me causa.
Como a mãe que protege a cria,
Sinto-me em um conforto sem pausa.

Quero me aninhar em teu corpo.
Fazer-me mulher em ti.
Gosto de te observar dormindo, absorto,
Vejo teu reflexo em mim.

Não só por sermos parecidos,
Mas por você me satisfazer.
Os momentos ao teu lado vividos,
Fizeram-me feliz, fizeram-me crescer.