terça-feira, 31 de maio de 2011

THC, por FHC.

REPRODUÇÃO DA INTERNET

E não é que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu sair de sua toca e de seu período de ausência pública.

E foi logo tocando em uma ferida que no Brasil todos têm medo de tocar: A questão das drogas!

FHC é o personagem principal, na verdade ele é um dos entrevistados do documentário “Quebrando o Tabu”, que estreia nas telonas brasileiras neste final de semana.

“- Este é um tema a ser levado para todas as famílias, pois é muito mais próximo a nós do que parece. A gente tem de sacudir a sociedade”, afirmou o ex-presidente à imprensa.

Nos últimos anos, FHC tem se aproximado da questão e assumido abertamente a descriminalização da maconha e outras medidas que não mandem o usuário para a cadeia.

O documentário veio aos holofotes no mesmo momento em que manifestantes foram reprimidos em São Paulo pela Polícia Militar na Marcha da Maconha. O movimento questiona a criminalização do usuário e pretende discutir alternativas à repressão e à prisão, como já acontece em Portugal, onde o consumo diminuiu.

Sobre a repressão à Marcha da Maconha, Fernando Henrique Cardoso diz não aprovar a violência policial.

“- Numa sociedade democrática, você não pode impedir as pessoas de se manifestarem. Quem não concorda com a descriminalização tem de fornecer argumentos e entrar no debate”.

Fernando Henrique preside atualmente a Comissão Global de Política Sobre Drogas e afirma que a discussão tem de partir da sociedade e não do Legislativo.

“- Depende apenas de se ter as informações pertinentes. Existem setores não informados, mas que tomam partido na questão. Não existem fórmulas, cada país tem de se adaptar. No Brasil, por exemplo, existe o problema social, enquanto na Suíça o uso da droga é encarado como problema de saúde”.

Na próxima quinta-feira, a comissão irá apresentar um relatório propondo alternativas.

Fernando Henrique hoje faz mea culpa sobre o conservadorismo de sua administração, e quando questionado sobre a eficiência para levantar o debate apenas depois do término de seu mandato, diz que esbarrou em escolhas políticas.

“- Na época, eu não tinha informação e o tema não estava candente na sociedade. Há limitações como presidente e existe o jogo da sociedade com o governo. Se ela não se convence, o governo não avança na conversa. Não posso dizer que, se fosse presidente hoje, faria e aconteceria, afinal não poderia prever minha relação com o Congresso e se valeria a pena politicamente”.

No documentário, além do ex-mandatário brasileiro, que assumiu o erro de basear a política de drogas de seu governo apenas na repressão, podemos ver também um Bill Clinton, também atestando o fracasso da política de Guerra às Drogas, intensificada pela administração Nixon e que perdurou até o mandato de George W. Bush, encerrado em 2009. Outros entrevistados são os ex-presidentes César Gavíria, da Colômbia, Jimmy Carter, dos Estados Unidos, além de Ethan Nadelman, diretor do Drug Policy Alliance, Ruth Dreifuss, ex-presidente da Suíça, o médico Dráuzio Varella, o ator Gael Garcia Bernal e o escritor Paulo Coelho.

Aqui no Brasil, as principais discussões em torno da política de drogas acontecem no Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas, o CONAD.

Atualmente, o usuário que é pego com pequena quantidade de droga não é preso, mas mesmo assim fica com a ficha suja. Mas, a legislação não determina qual a quantidade de droga que diferencia usuário ou traficante, cabendo ou ao policial ou ao juiz a tipificação.

“- Isso gera um problema porque o policial pode extorquir. Ou, se quem for pego vier de uma comunidade pobre o tratamento será diferente. Se descriminalizar rompe a relação com a polícia”, argumenta Ilona Szabó, corroteirista de Quebrando o Tabu, que defende a descriminalização da maconha e uma política eficaz de redução de danos como alternativa.

Países como Espanha, Itália, Portugal, Argentina, República Tcheca e México já usam novas regras para a posse de drogas para consumo pessoal e até construíram alternativas à prisão de usuários.

Fernando Grostein Andrade dirige o documentário e explica que a ideia de realizá-lo surgiu quando, há cerca de dez anos, foi à Rocinha gravar o videoclipe de uma banda de pagode.

“- Lá vi jovens no tráfico, segurando uma AK-47 e fiquei me perguntando: se na Holanda as pessoas vão comprar maconha legalmente num coffee shop, por que aqui elas seguram fuzis?”.

A produção do filme teve dificuldade para conseguir financiamento devido ao receio das empresas em serem relacionadas com um filme sobre drogas.

“- No começo foi difícil. Somente obtivemos patrocinadores quando apresentamos trechos das entrevistas, mostrando que havia gente séria na discussão”, conta o produtor Fernando Menocci.

Daí a força do ex-presidente para atrair credibilidade ao filme.

“- Quando o conheci, levei trinta argumentos para conseguir conquistá-lo para o filme. Consegui apenas mostrando como o tratamento à questão era hipócrita e que estava na hora de discuti-la seriamente”, define o diretor.

Existe um projeto em discussão desde 2009 que pretende reformar a Lei Antidrogas.

“- Se você perguntar para a sociedade se ela é a favor da legalização, acho que 80% vai dizer que não. Porém, se perguntar se a solução é colocar as pessoas na cadeia, a maioria vai dizer que isso não resolve. Depende apenas de como se coloca a questão”, afirma o diretor do documentário.

A questão principal para mim é: será que a sociedade brasileira estaria preparada para essa discussão, já que não existe política nacional e nem campanhas publicitárias em todo o território nacional?

O modelo da proibição do fumo de cigarros poderia ser seguido?

Uma coisa é certa, reprimir nunca foi solução para nada, nem com crianças, nem com jovens e muito menos com adultos.

Roda o filme, FHC!

O Brasil respira moda



Por Ribamar Filho


As semanas de moda brasileiras já fazem parte do calendário mundial. Podem não fazer frente às de Nova Iorque e de Milão. Mas já figuram entre as mais importantes do mundo. Nomes como Alexandre Herchcovitche e Giulia Borges e marcas como Salinas, Rosa Chá e Lenny são somente alguns dos ingredientes que nos esperam no Fashion Rio, que começa hoje. Então, todos para o Rio de Janeiro, que, até 4 de junho, vai ser a capital da moda no nosso país.
E depois do Rio vai ser a vez de São Paulo se tornar capital. A partir do dia 13 de junho, mais uma edição da São Paulo Fashion Week (SPFW), que já se consolidou como uma das semanas de moda mais esperadas do mundo. Sempre com grandes surpresas para o “fashion world tupiniquim”.

E para quem não pode perder nenhuma novidade, vale um clique no site oficial das duas feiras: http://www.ffw.com.br/


Mas para terminar a postagem, cabe um registro importante: não podemos esquecer de outros pólos de grande força na moda nacional, como o Espírito Santo e as Minas Gerais, é claro. E que semana de moda tivemos no Nordeste, a "Dragão Fashion". Foi um arraso!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Educação, princípio de tudo!


Por Carlos Pinho

A educação é um elemento essencial na formação do homem como cidadão e na construção de uma sociedade forte, ciente dos seus direitos e deveres.

No Brasil, muitas vezes, falta vontade política de muitos governantes, a fim de realizar um trabalho sério nessa área. Inúmeras escolas funcionam em condições precárias em nosso país.

Esse descaso ocorre, entre outros motivos, pelo fato desses políticos tirarem vantagem da ignorância da população. Um povo consciente e politizado é um povo que não se deixa levar por qualquer balela.

O Japão é um grande exemplo de revolução por meio da educação. Durante a Era Meiji (1868-1912), a terra do sol nascente vivenciou um período de acelerada modernização, ascendendo como uma potência mundial. Muito desse sucesso deveu-se a importância dada pelo Imperador Meiji ao desenvolvimento de um ensino de qualidade para todos os cidadãos. O lema da época era “aprender é a chave do sucesso na vida”. Uma lei educacional japonesa de 1872 previa: “dali em diante, em todo o país, em nenhuma vila haverá uma única casa sem educação, em nenhuma casa uma só pessoa ignorante”

Monteiro Lobato já dizia: “um país se faz com homens e livros”. Parafraseando o “poetinha”, Vinícius de Moraes: desculpe-me a ignorância, mas educação é fundamental!

domingo, 29 de maio de 2011

O jogo desleal de Brasília


Por Carlos Pinho

O que o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, os ruralistas e o kit anti-homofobia têm em comum? Na verdade, nada. Só que, do “toma lá, dá cá” dos corredores políticos, é capaz de sair as mais surpreendentes negociatas a fim de fazer valer interesses. Esses três assuntos distintos e polêmicos se encontraram nos meandros da política brasileira na última semana.

O combate à homofobia tem sido fruto de muitos debates em todo o país. A bancada de deputados federais que defende os direitos do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros), liderada por Jean Wyllys, encontram muita resistência de setores da Câmara para avançar com as suas propostas. Exemplo da acirrada briga política travada pelos deputados são os vários pronunciamentos e manifestações do deputado Jair Bolsonaro, homofóbico assumido.

Elaborado pelo Ministério da Educação, um dos focos da crítica de Bolsonaro é a cartilha anti-homofobia, chamada por ele de “kit-gay”. Essa cartilha, que está na pauta de discussão no parlamento, seria distribuída nas escolas com o objetivo de estimular os jovens do ensino médio ao debate com relação à diversidade sexual e o enfrentamento do preconceito. Esse material tinha seu início de circulação previsto para o segundo semestre.

Eis que, em contradição com o próprio governo, a presidenta Dilma Rousseff vetou o projeto, alegando que o material faria “propaganda de opção sexual”. Mas há muito caroço debaixo desse angu. E aí entram os casos envolvendo Palocci e os ruralistas.

As acusações sobre o aumento do patrimônio de Antônio Palocci deu força à oposição, dependente de escândalos para voltar a baila. Esses setores contrários ao governo buscam, de todas as formas, levá-lo ao plenário para prestar depoimento. A presidenta, temerosa que isso aconteça, iniciou um processo de “troca de favores” a fim de blindar Palocci, peça chave de seu governo.

Dentro dessa disputa de interesses, parlamentares ligados aos ruralistas propuseram um acordo com o Executivo: a “anistia” ao ministro pela anistia aos desmatadores. Dilma rejeitou essa hipótese, dizendo que não favoreceria os desmatadores. Sobrou para a cartilha anti-homofobia, que sucumbiu diante da barganha feita entre o governo e a bancada evangélica, na corrida desenfreada de novamente varrer a podridão para debaixo do tapete e diante dos olhos míopes do povo brasileiro.

Nesse jogo desleal, adivinha quem venceu? A intolerância. 

sábado, 28 de maio de 2011

Eu vivo para quê?

É inegável o poder que a música tem. Creio que a forma de arte mais completa é o cinema, mas por mais que todas as formas sejam maravilhosas e tenham o seu valor, a música é a que mais emociona e, principalmente, une as pessoas.
Ir a um show como o do Paul McCartney é uma experiência ímpar. Incomparável. E os motivos são vários. Não é só porque ver um Beatle em breve se tornará algo impossível - e eu lamento muito pelos meus futuros filhos; ainda bem que música boa não tem idade e que os Cds, DVDs e Lps estão aí para eternizá-las -, afinal, eles revolucionaram a música e se tornaram a banda de música popular mais bem-sucedida comercialmente e aclamada até os dias atuais - e creio que demorará a alguém ultrapassá-los, pois não é só questão de vender muito, é também da revolução musical que se expandiu até questões sociais e culturais, e da qualidade musical -; é também pela característica incomum da platéia: crianças, adolescentes, adultos e idosos se encontram nela.
Paul arriscando-se no português, levando fãs ao palco para dar autógrafos e agradecendo a nós pela presença (nós também agradecemos a ele, é claro; é uma relação mútua) são apenas detalhes. O mais importante é estarmos todos ali pelo mesmo motivo: a música. E, esquecendo-se do cachê por um instante, isso inclui o Paul.
Vale a pena ficar horas em pé esperando o espetáculo começar ou chegar horas antes no local do show para garantir um bom lugar. A emoção que se tem da pista é diferente da que se tem da arquibancada. O ideal seria ver um dia da pista e um dia da arquibancada. Pois ver o show em si mesmo, ou a pessoa deve ser bem alta ou ir de arquibancada. Mas SENTIR a sensação de alegria extrema que é estar em meio a uma multidão de idades, cores e credos, aclamando a boa música, cantando os sucessos e se emocionando, é mais do que bonito: são em momentos como esse em que temos a oportunidade de sentirmos paz. Paz interior, paz exterior. Acho que é por isso que até os marmanjos se permitem chorar em shows como esse.
Paz interior porque a música tem esse poder, e a situação causa isso automaticamente em qualquer um que se jogue de verdade no show, que se entregue àqueles momentos e se permita descobrir que, na verdade, a música não foi feita só para ser ouvida e admirada, e o show para ser visto, mas acima de tudo, para ser sentida. Feche os olhos em meio à multidão e sinta a sensação que só a música gera, conselho de amiga. E paz exterior porque só a música une as pessoas, como o meu pai diz, permite que até inimigos fiquem lado a lado e cessem guerra pelo menos durante o precioso tempo em que estiverem VIVENDO a música, em conjunto com o turbilhão de emoções que é simplesmente estar ali. Ali não há espaço para brigas, problemas, dramas. Esquece-se do mundo e encontra-se o verdadeiro porquê de viver: sentir. Eu vivo para quê? Eu vivo para presenciar, deliciar-me e sentir momentos como esse.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A vaca


Quer ver mais imbecilidades deste nível? Visite o site pessoal de Rodrigo Shampoo ou o blog do Dogcão e sua turma, basta clicar nos nomes ou procurar que nem retardado no Google.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Melô das bactérias


O meu almoço caiu no chão
agora as bactérias se arrastarão
pelo arroz e pelo feijão.
Não coma a comida que caiu no chão!
Não coma a comida que caiu no chão!
As bactérias o envenenarão.
Comerão seu cérebro
e você falará célebu
e terá diarréia
seu esôfago e traquéia
virarão geléia.

Não coma a comida que caiu no chão!
Não coma a comida que caiu no chão!
As bacterias o envenenarão!

Tem que varrer e passar desinfetante
esfregar com pano de chão
e patinar com cuidado
para não quebrar o braço
e se juntar às bactérias
no piso liso da cozinha.

se vc gostou acesse: www.diariodebordo-2.blogspot.com se não acesse www.diariosdebordo-2.blogspot.com :D

Vasco da Gama na final e todo prosa


Por Carlos Pinho

O Vasco se fez valer da vantagem de ter a melhor equipe, maior do que qualquer benefício de regulamento, e garantiu a sua vaga na final da Copa do Brasil. Com o gol contra Revson, do Avaí, e uma “pintura” do meia Diego Souza, o Gigante da Colina despachou qualquer possibilidade de zebra catarinense na corrida pelo título nacional, considerado o caminho mais curto para a Libertadores.
 
Talvez, essa partida tenha sido a melhor atuação do cruzmaltino, em 2011, até o momento. Diego Souza, tão contestado por conta de suas exibições anteriores, foi o nome do jogo. Chamou a responsabilidade pra si e conduziu o time rumo à classificação.


Felipe, com a experiência e astúcia que só os grandes craques possuem, deu as cartas no meio de campo. Com uma elegância no tratar a bola, até os mais brucutus pediam permissão para, sem sucesso, marcar a sua premonitória perna esquerda.

Dedé, o que dizer sobre Dedé? Incansável, magistral, tem a saída certa para o momento “aparentemente” mais assustador. “Aparentemente”, pois nada amedronta esse defensor, um ser onipresente entre as quatro linhas.

Eder Luís, caboclo arisco, moleque endiabrado. Mais rápido que notícia ruim, faz do latifúndio um kitnet e do futuro distante, o presente glorioso.

Prass, soberano em sua meta de frustrar a meta do adversário, salta destemido, além do que pode chegar. Quando se joga com alma por razões que a própria razão desconhece, corpo embriaga os seus próprios limites e desafia a lógica com exatidão.

Desde de 2003 sem levantar um título de primeira divisão, o lema em São Januário é “vencer”. Os torcedores já desacreditavam com tanto tempo passando em branco. Basta agora que os protagonistas do espetáculo sejam portadores de boas novas e escrevam as mais lindas páginas em preto e branco.

domingo, 22 de maio de 2011

Leviana!

Isto sim é música popular brasileira. Aí está a beleza do samba, para aqueles preconceituosos do "odeio pagode". No samba não há o sub-entendido, não há pudor, não há meias palavras. E com a devida licença poética, a grosseiria vira arte. Poderia existir isto na bossa-nova, tão impregnada de um cavalheirismo aristocrático? Ou ser dito no rock, no qual não me lembro de nada proveitoso ter sido dito?

A princípio não imaginaríamos uma mulher que merecesse tal ofensa. Mas, possivelmente, todos nós já tivemos vontade de dizê-lo a uma. Quem não conheceu uma leviana? Siga com Zé Keti!

sábado, 21 de maio de 2011

Simplesmente Paul


Por Carlos Pinho 

Com shows marcados para os dias 22 e 23 de maio no Rio de Janeiro, Paul McCartney já mobiliza os amantes do Rock e admiradores da boa música. Como um camaleão, Sir James Paul McCartney migrou por várias tendências e estilos, sem perder sua essência musical.

O beatle Paul


Na “beatlemania”, que dominou todo o planeta, dividiu os holofotes com John Lennon desde a fase dos cabelinhos comportados, mergulhando na moda hippie e na psicodelia do Yellow Submarine.


McCartney pós-Beatles


Após o polêmico fim dos Beatles, Paul lançou em 1971 o compacto Another Day, com grande sucesso. No mesmo ano, com sua venerada Linda, gravou o álbum Ram. 

  
Mas como Lennon, também foi criticado por conta de uma suposta falta de talento da parceira. Só que Ram é considerado, por muitos, como o melhor álbum de sua carreira solo.

Anos 80: Duetos e parceria com o Rei do Pop 


Na década de 1980, Paul formou duetos com notáveis nomes da música, como Stevie Wonder, David Gilmour (Pink Floyd), Carl Perkins e Elvis Costello. E com o Rei do Pop, Michael Jackson, nasceu a grande parceria dessa fase. Mas a separação foi para lá de conturbada. 




Michael arrematou, num leilão, os direitos sobre as músicas dos Beatles, incluindo canções do próprio Paul. Esse fato causou um nítido incômodo no músico britânico e estremeceu a relação entre os dois. Tanto que, numa entrevista de 2008, não escondeu de ninguém a insatisfação por ser obrigado a pagar para cantar suas próprias canções.


Paul e o Brasil


Em 1989, no álbum Flowers in the Dirt, a faixa How Many People presta uma homenagem ao líder seringueiro Chico Mendes, morto em 1988. A história das apresentações em solo brasileiro começou em abril de 1990, com apresentações nos dias 20 e 21 de abril no Maracanã. Apesar da forte chuva no primeiro dia, o show contou com nada menos que 140 mil espectadores. Mas, no dia seguinte, o tempo chuvoso deu lugar a um céu limpo e estrelado, e o artista bateu o recorde de público num espetáculo de um artista solo, com 184 mil pessoas. 


Em 1993, durante a turnê Paul is Live, McCartney esteve em São Paulo e Curitiba. Em novembro de 2010, veio ao Brasil pela terceira vez, para se apresentar no Gigante da Beira-Rio, em Porto Alegre, e duas vezes no Morumbi, em São Paulo. Sobre a sua passagem no Morumbi, Paul revelou: "Eu acho que o primeiro show em São Paulo, para 65 mil pessoas, foi incrível. Os brasileiros amam minha música, então nós amamos tocar para eles e foi uma apresentação fora de série. Foi um dos melhores shows de todos os tempos. Foi brilhante".


Pois bem, no domingo e na segunda serão escritas novas páginas na trajetória de Paul McCartney no Brasil. O palco do espetáculo é novo, o Engenhão, que com as obras no Maracanã, passou a ser o principal estádio do Rio de Janeiro. Tudo bem que não vai dar para repetir os públicos anteriores. Mas isso é o de menos. O que importa mesmo é termos Paul mais uma vez no Brasil! 


quinta-feira, 19 de maio de 2011

O beijo da revolução

Reprodução da cena do beijo gay de Amor e Revolução do SBT

Por Ribamar Filho

O primeiro beijo gay da teledramaturgia brasileira, exibido na novela Amor e Revolução, do SBT, na semana passada, foi literalmente uma revolução. A cena vai repercutir por muitos anos, mesmo quando o beijo gay for corriqueiro nas telinhas do país. Gol de placa do dono do Baú, sempre na vanguarda. Globo e Record marcaram passo.

Em tevês de países como os Estados Unidos, Canadá, México e em todo o continente europeu, o tema, há muito, já é tratado de forma tão natural que vem derrotando de goleada o preconceito.

Mas, aqui no Brasil, há tempos a cena era só ensaiada. Autores como Aguinaldo Silva, Gloria Perez e Manoel Carlos tentaram, de todo jeito, emplacar o tal beijo. Mas, na hora H, a tesoura da censura entrava em cena e ..... barrava a cena.

Em América, de Gloria Perez, o beijo chegou a ser gravado, mas foi vetado na edição final. Nas novelas Senhora do Destino e Mulheres Apaixonadas, de Aguinaldo Silva e de Manoel Carlos, respectivamente, houve até estalinho. Mas ficou por aí.

E eis que, sem tanto estradalhaço, as atrizes Luciana Vendramini e Gisele Tigre marcaram época na trama de Tiago Santiago. Nunca mais a teledramaturgia brasileira será a mesma. O beijo gay da trama do SBT é somente a ponta do iceberg. A tendência é que, daqui em diante, o tema seja tratado com menos pavor. Coitados dos armários.

Vale a pena ver de novo? Claro que vale!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Água para Elefantes": Drama como pano de fundo para romance

Com direção de Francis Lawrence e roteiro adaptado por Richard LaGravenese, a obra se baseia no livro homônimo de Sara Gruen, 1° lugar entre os Best-Sellers do New York Times. Os 122 minutos de duração da produção contam a história de Jacob Jankowski (Robert Pattinson), que aos 23 anos perde seus pais em um acidente de carro, tem sua casa e bens confiscados pelo Banco devido à dívidas do pai e por isso deixa de fazer os exames finais da faculdade de veterinária que cursava. O drama inicial se passa no período da Grande Depressão nos EUA, mas ao contrário do que se poderia pensar, isso não torna os fatos mais dramáticos ainda, pois esse início de enredo logo se perde quando Jacob entra clandestinamente em um trem. Trem este que carregava nada mais nada menos do que um circo: o Esquadrão Voador dos Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.
E é nesse circo em que Jacob acaba por colocar em prática seus conhecimentos veterinários, fato que o proporciona oportunidade de lá trabalhar, e graças a isso ele conhece suas grandes duas paixões: Marlena (Reese Whiterspoon), quem, por sinal, era a mulher do bruto e violento August (Christoph Waltz), o dono do circo; e Rosie, uma aliá (“elefanta”) que chega ao circo após o cavalo da atração principal ter de ser sacrificado. Um animal aparentemente estúpido, que se releva inteligentíssimo. Obedece às palavras, e não à violência. É nesse cenário mágico do circo que se desenvolve um bonito romance, inicialmente baseado apenas em olhares e compreensão.
Ao longo da obra observa-se os maus tratos com os animais, que consistem na parte mais triste do filme, e a que mais emociona; a boa atuação de Christoph Waltz, como August, um homem que não tem dó de maltratar os animais e jogar trabalhadores para fora do trem com ele em movimento para não ter de pagá-los; a beleza inegável da atriz Reese Whiterspoon e o amadurecimento do ator Robert Pattinson, conhecido pela sua participação na série de filmes “Harry Potter” e posteriormente (ainda atualmente) pela série vampiresca e adolescente “Crepúsculo”/”Lua Nova”/”Eclipse”/”Amanhecer” (o último ainda será estreado nos cinemas), baseado nos livros de Stephenie Meyer.
A produção não é surpreendente, mas não deixa de ser boa. Algumas críticas têm sido negativas pois o filme tem sido julgado como pertencente ao gênero Drama. Mas os distribuidores da produção erraram. O filme não é um drama, é na verdade um Romance. O drama serve apenas como pano de fundo para contar a história de Jacob e Marlena, que possuem um final previsível, ou seja, feliz.

domingo, 15 de maio de 2011

O outro lado da Abbey Road (The Other side of Abbey Road)


Este álbum de George Benson é uma regravação de várias músicas dos Beatles. Do outro lado da Abbey Road (ou do outro lado do Atlântico), Benson dá um toque de jazz e soul aos Beatles, bem ao seu estilo. Acima é um medley com "Because" e " Come Together". No álbum ainda estão " Golden Slumbers", " Here Comes the sun", " Something"  e outras.

sábado, 14 de maio de 2011

Uma viagem pelo Ceará

Pedra furada, na praia de Jericoacoara, uma das principais atrações do litoral cearense.

Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.
Patativa do Assaré

Por Carlos Pinho

O bonde sem freio do favoritíssimo Flamengo, de Ronaldinho Gaúcho, caiu diante da "carroça desembestada" do Ceará, que conquistou sua classificação para as semifinais da Copa do Brasil. E por meio da maior paixão popular do país, o futebol, os olhares incrédulos dos brasileiros se voltam para o Ceará, estado com uma história riquíssima, com grandes serviços prestados à cultura nacional, de belíssimas praias e de uma vasta miscigenação popular.
 Macunaíma, quadro do pintor cearense Aldemir Martins

Celeiro de grandes talentos nas artes, como Chico Anysio, Renato Aragão, Raimundo Fagner, Patativa do Assaré e Belchior, o estado nordestino  ficou historicamente conhecido por sua sociedade rural baseada na pecuária. E apesar desse panorama ter mudado a partir da década de 1960, com o início do processo de industrialização e urbanização na região, o passado camponês manteve as suas raízes na memória popular.

É por isso que ao contrário dos cariocas, que comparam seus times de futebol a veículos como trem e bonde, os cearenses apelidaram o Vozão - como carinhosamente é conhecido o time do Ceará - a uma “carroça desembestada”. Mas, como o futebol é um esporte democrático, a carroça atropelou o bonde.

 Washington comemora o gol que classificou o Ceará na Copa do Brasil. 

E vamos terminar a postagem com um Você Sabia:

Você sabia que o Ceará declarou a abolição da escravatura em sua província em 1884, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel?
 Jornal abolicionista "O Libertador", de 25 de março de 1884.

 Pois é! Uma grande lição para todo o país àquela altura de nossa história.

Não seja por isso!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

“Rio“: bela retratação da cidade e críticas sociais camufladas

Produzido pela Blue Sky Studios e pela Twentieth Century Fox Animation, e distribuída pela última citada, “Rio” é uma animação em 3D que possui 1h36min de duração e que tem encantado o público por onde passa.
Há quem não goste de filmes de animação, mas vale a pena vê-lo
nem que seja para prestigiar o nosso querido Rio de Janeiro. A história se desenrola a partir do tráfico clandestino de aves, problema real e mais que atual em nosso país, cuja flora e fauna constituem uma das maiores biodiversidades do planeta. Por outro lado, o filme mostra de forma idealizada o quanto é possível um ser humano e um animal se relacionarem de forma amável, de modo a se tornarem realmente amigos.
O personagem principal, Blu, uma ararinha-azul, é perdido em meio à cidade de Moose Lake, em Minnesota, nos EUA. Linda o acha e promete cuidar dele para sempre. Ainda menina quando o encontrou, é retratada já adulta quando um cientista carioca (Túlio) a pede para que ela e sua ararinha se desloquem ao Rio de Janeiro para que Blu possa se acasalar com uma fêmea de sua espécie (Jade), pois eles seriam as últimas ararinhas de que se teria notícia.
A partir disso, muitos contratempos ocorrem até o romance entre as ararinhas se concretizar; alguns talvez pudessem ter sido evitados se Blu não tivesse uma característica bastante estranha para uma ave: ele não sabe voar. Mas como é de se esperar, o final é feliz. Previsível. Mas gostoso de se ver.
É um filme de animação que não fica pra trás e nem à frente da maioria dos outros de mesmo gênero. Pode ocorrer uma identificação, para nós, pela história se passar no Rio. Ela é o que chamamos de “bonitinha”, é muito musical e regada a alguns momentos engraçados. A produção não foge dos estereótipos criados como “características gerais do Brasil”, pois são ressaltados o futebol, o carnaval e as diferenças sociais. Mas ela vence pela retratação intensamente real das paisagens da cidade maravilhosa: os arcos da lapa, o Jardim Botânico (onde, no filme, se localiza o laboratório em que Túlio trabalha), o nosso famoso Cristo Redentor, a praia e a calçada de Copacabana, os bondinhos do Pão de Açúcar e também os de Santa Teresa. Parece filmagem, e não produção feita em computadores. Até mesmo na maneira com que as aves falam, não há dúvidas de que são cariocas. “Cara”, só vendo pra confirmar!
Uma cena intensa e até dolorosa é a de Fernando, um menino sem família e muito pobre (e que por isso cometeu atitudes não muito legais), em seu barraco quase caindo aos pedaços e atrás, a linda Zona Sul toda iluminada, com os nossos queridos morros da Urca e do Pão de Açúcar. É de fazer chorar a diferença social existente em nosso país. Mas Don Rhymer, o roteirista do filme, foi bacana ao não mostrar estereótipos em relação às favelas. Em um primeiro instante achamos que é o contrário, pela cor do menino. Mas depois vemos o menino se arrepender, ajudar a encontrar as ararinhas e, no final, é adotado pelo casal Linda e Túlio. Está mesmo mais do que na hora da sociedade ver que favela é apenas um morro com diversas casas com algumas características “peculiares“, mas que não fazem de todo morador má pessoa.
Com uma trilha sonora brasileiríssima, incluindo a bela “Garota de Ipanema”, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, além das singelas batidas de funk que em alguns momentos aparecem, a produção de direção de Carlos Saldanha, o mesmo de “A Era do Gelo”, está fazendo sucesso não só no Brasil, mas também nos EUA, em Portugal, na Argentina e até no Casaquistão.
Vale lembrar que a história é baseada em fatos reais. De fato, a ararinha-azul (uma espécie de arara-azul, só que de tamanho menor), cujo habitat natural é a caatinga baiana, corre risco de extinção. Ela possui apenas 71 representantes (conhecidos pelo homem) ao redor do mundo, e todos são de cativeiro. A maioria, 53 aves, encontra-se no Centro de Preservação Al Wabra, no Catar, onde o Sheik Saoud cultiva e cuida de sua coleção particular. Responsável por grande parte da caça clandestina às ararinhas-azuis, o Sheik Saoud agora reconhece a questão e está agindo com o governo brasileiro na elaboração de um plano que tem como objetivo a libertação de algumas aves a partir de 2012, no qual parte de sua coleção voltará ao Brasil.
Vamos torcer para que dê certo!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Nunca é tarde para falar de Noel Rosa

O feitiço de Noel. . .


Por Carlos Pinho

Sambista por natureza. Poeta em sua essência. Boêmio de corpo e alma. Assim era Noel Rosa, o poeta da Vila, dono de uma obra riquíssima para uma vida abreviada precocemente. Nascido de um parto difícil, os médicos tiveram de usar um fórceps para salvarem a mãe e o filho, causando-lhe a marcante lesão no queixo. Além disso, tinha um problema pulmonar crônico.

Uma preocupação que acabou em samba. 

Desde muito cedo, o aspecto franzino de Noel foi motivo de preocupação de sua mãe, dona Marta. Ela não gostava das escapulidas do filho, exigindo-lhe que voltasse cedo para casa. Certa vez, escondeu todas as suas roupas, ao saber que ele sairia num sábado. Os seus amigos, ao chegarem para apanhá-lo, ouviram de um confuso Noel: “Com que roupa?” A situação inusitada virou samba e sucesso no carnaval de 1931. 



A faculdade de medicina

Autor de pérolas da nossa música, como “Feitio de oração” e “Conversa de botequim”, poucos sabem que Noel quase enveredou na carreira de médico. Do período na faculdade, compôs “Coração”. Perdeu-se um médico. Ganhou-se um mestre do samba.

Noel Rosa X Wilson Batista

Noel travou, em sua curta carreira, uma disputa que ficou marcada na história do cancioneiro popular, com o, também sambista, Wilson Batista. Por meio de canções, ambos se alfinetavam e a “briga cantada” teve grande repercussão. Só para se ter uma ideia, a partir dessa rivalidade, surgiram lindos sambas, tais como “Feitiço da Vila” e “Palpite infeliz”.

Mensageiro entre dois mundos

Noel teve grande importância na história do samba, levando o gênero do morro para o conhecimento do asfalto. Numa época em que a distância entre o morro e o asfalto era gritante, o poeta da Vila Isabel – área de classe média – era frequentador assíduo das periferias, onde fez amizade e sambas com nomes do calibre de Cartola, Heitor dos Prazeres, Donga, Ismael Silva, entre outros.

A década de 30 e os seus grandes artistas: Francisco Alves, Noel Rosa, Carlos Lenine, Carmem Miranda, Josué Bastos, Almirante, Betinho e João Martins; no detalhe o famoso intérprete de Noel, Francisco Alves.

Suas composições são retratos de sua época, verdadeiras crônicas musicadas, feitas sobre os casos mais corriqueiros. Exemplo disso, foi o samba “Não tem tradução”, sobre a moda dos estrangeirismos na nossa língua, causada pela onda dos filmes franceses e americanos ("Amor lá no morro é amor pra chuchu/ As rimas do samba não são ‘I love you’/ E esse negócio de ‘alô’, ‘alô, boy’, ‘alô Johnny’/ Só pode ser conversa de telefone"). Outras, possuem uma triste atualidade, como “Filosofia” ("Nessa podridão sem fim/ Vou fingindo que sou rico/ Pra ninguém zombar de mim").

Os últimos anos

A vida boêmia acabou por comprometer a sua, já combalida, saúde. O pouco que ganhava pelas suas composições e a ajuda da mãe, Noel gastava com mulheres e bebidas, no sereno da madrugada. Sofrendo de tuberculose, Noel morreu no Rio de Janeiro, em 04 de maio de 1937, aos 26 anos.

Confira, na voz de Cristina Buarque, "Quando o samba acabou", pérola de Noel em parceira com Mário Reis:

 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Reflexões

Às vezes eu me pergunto se, por acaso, existe uma explicação maior para todas as catástrofes naturais que ocorrem, sejam as enchentes, os furacões, terremotos, a seca, ou quaisquer outras. Creio que os desastres de avião podem ser explicados através das possíveis falhas motoras ou essencialmente humanas. Mas como ninguém descobriu ainda como e porque o mundo existe e explicou cada detalhe sem deixar nenhum furo, eu me pergunto se o único agente causador de tais fenômenos naturais são de fato apenas o modo como os elementos da natureza agem e reagem aos fatos e mudanças ao seu redor (e que não falem na Teoria do Big Bang da origem do universo, pois afinal, para a famosa explosão ter acontecido, já tinha que existir algo antes, nem que fossem só gases; ao meu ver, o que chamamos de “mundo” não deve ser referente apenas à sua concepção atual e sim à qualquer forma que ele já tenha possuído).
Pode-se dizer que enchentes podiam ser evitadas se não houvesse tanto asfalto, concreto, poucos bueiros e rios para escoação, dentre outros, no entanto, isso é válido em alguns casos somente. Afinal, ocorrem enchentes também em áreas arborizadas, pouco urbanizadas (como na nossa própria Floresta Amazônica, é um ciclo natural), e em lugares em que as construções que prevalecem não são “barracos” e sim boas casas, o que significa não ser exatamente uma área desvalorizada em que predomina uma classe social menos favorecida, inclusive sem se localizar em áreas propícias à desmoronamentos, às vezes são totalmente planas (como na região de Itaipava e proximidades (Petrópolis - RJ), que sofreram com as fortes chuvas no início deste ano, causando diversos desastres). E, de qualquer forma, ainda restam todas as outras maneiras com que a natureza se expressa...
Pode-se não concordar comigo, é claro, mas será que isso tudo não ocorre para que o ser humano aprenda a ser humilde, a ser generoso para com o próximo? Para que enxerguemos que precisamos uns dos outros?! Não só para ajudarmos às vítimas, que um dia podemos ser eu ou você (e aí nós que precisaremos de ajuda), mas também para vermos o pouco valor que possui o ‘material’ diante da vida.
Talvez isso seja apenas um delírio meu, mas se for, é quase lamentável. Afinal, creio que seria uma explicação mais digna de aceitação do que a incapacidade do homem em prever, prevenir e evitar tantos desastres mesmo havendo tanta tecnologia a sua disposição (apesar de obras muito mais rápidas e eficientes, e de um povo muito mais organizado, nem o Japão escapou; às vezes o homem não previne por egoísmo mesmo, ou por coisas até piores, mas isso não vem ao caso no momento).
Mesmo que não seja um motivo de fato, uma explicação, ainda assim é algo que devemos e podemos aprender com tudo isso. É bastante válido, diga-se de passagem.

domingo, 8 de maio de 2011

Grandes obras de arte


A próxima grande obra de arte que será analisada por Dogcão, será a pintura Os Comedores de Batata, de Vincent Van Gogh, de 1885 (ele deve tá velho, hein!).

Para iniciar esta profunda análise, é necessário saber porque o gênio do impressionismo, Van Gogh, deu o nome Os Comedores de Batata ao quadro. A resposta é bem simples: “Porque eles comiam batata” disse o pintor em entrevista exclusiva à jornalista Patrícia Poeta, no Fantástico de domingo passado.

Van Gogh sofria bullying na escola por ser orelhudo, sendo chamado de Dumbo todos os dias. Anos mais tarde, quando já trabalhava no Banco Itaú, arrancou sua própria orelha para se vingar dos antigos colegas de escola. Quando Vincent Van Gogh completou 18 anos, comprou um carro para participar da Fórmula1. Revoltado por ter ficado atrás de Rubens Barrichello, o pintor vendeu o carro e comprou tudo em batatas, doando para Cândido Portinari, que repassou as toneladas de batatas para os pobres do sertão nordestino.

Após a boa ação, Van Gogh foi convidado por uma família pobre que recebeu a doação de batatas, para tomar uma sopa de batata, acompanhado de purê de batata, batata rostie, batata sauté, batata portuguesa, batata cozida, batata noisette, batata salteada, batata palha e batata frita, e para beber um suco de batata. O pintor holandês não pensou duas vezes e aceitou o convite. Assim nasceu a pintura, durante um jantar cheio de batata com vários comedores de batata.

Após o episódio, Van Gogh viciou-se em batatas, e foi para um centro de reabilitação para se livrar do mal que lhe atingia. Lá ele conheceu Charlie Sheen, Britney Spears e Lindsay Lohan, com quem teve um caso. Ele conseguiu se livrar do vício em batatas 13 minutos depois de entrar na clínica, mas teve recaída. O vício em batatas era tão grande que ele passou a fumar batata, cheirar batata e injetar batata e, infelizmente, suas veias entupiram e ele morreu.

Esse é o Dogcão revelando mais um mistério das grandes obras de arte.

OBS.: Jamais leve a sério nada que esteja escrito neste blog. Jamais mesmo. Nunca!

sábado, 7 de maio de 2011

Ronaldinho, um craque em dívida com o bom futebol

(Foto: Paulo Sergio)

Por Carlos Pinho

Desde que chegou ao Flamengo, em janeiro, o meia Ronaldinho Gaúcho passa pelo seu pior momento com a torcida rubro-negra. As atuações abaixo da média, para um jogador do seu status e salário, eram esquecidas por muitos torcedores, satisfeitos com a invencibilidade da equipe e com o título estadual.

Entretanto, o empate contra o Horizonte-CE, no Engenhão, já começou a estremecer a relação. Ontem, em casa, veio a gota d’água. Em mais uma atuação apagada do “craque”, eleito o melhor do mundo nos anos de 2004 e 2005, o Flamengo jogou mal e foi facilmente envolvido pelo Ceará, que venceu a partida pelo placar de 2 a 1.

Ronaldinho saiu de campo vaiado e com a sensação de que precisa mostrar muito mais, pois o Flamengo é um gigante que se alimenta de vitórias. E apenas nome e prestígio não são capazes de agradar a nação.

Passado pode até impor “respeito” por algum tempo. No entanto, passado não entra em campo. E o respeito, sem as aspas, não se impõe, conquista-se. A cada carrinho, gol ou vitória. A cada gota, de suor ou até mesmo sangue, derramada na relva.

Quando isso não acontece, quando se é presunçoso e acomodado, achando que tudo já foi realizado, que nada mais há senão viver dos louros de outrora, acaba-se por cair no ridículo. E creio que essa não seja a intenção deste “craque” que deu tantas alegrias a várias torcidas, pelo mundo. Mas está irritando a maior delas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Um agradecimento pessoal, não menos importante do que outras postagens

Tenho de confessar que eu fico impressionantemente feliz em ver nosso blog crescendo. Temos crescido no número de visualizações, de seguidores, de comentários e acima de tudo na qualidade de nossas publicações. É claro que isso não seria possível sem os integrantes que começaram a fazer parte da nossa equipe há pouco tempo. Eu também entrei há pouco no blog, e já me sinto parte dele em uma intensidade que não corresponde ao tempo real, simplesmente porque ele já faz parte de mim. Há um pouco de mim aqui e muito dele na minha pessoa.
Escrever, seja na forma de artigos, notícias, crônicas, poemas, tirinhas ou quaisquer outras formas de texto, é um costume que deve ser sempre cultivado e estimulado, porque é uma atitude que se reverte em muita satisfação. Cada um tem o seu talento e nem todos têm para escrever, alguns têm para a música, para o teatro ou para a pintura (as possibilidades não se limitam a essas, é claro), mas quando é esse o caso, então que a pessoa estimule a si mesma a ler. Porque como com a música, o cinema, etc, nós aprendemos muito lendo. Não aprendemos só sobre o conteúdo do texto, o assunto abordado, a notícia revelada, mas também crescemos como pessoa pois vamos acrescentando desde palavras novas ao nosso vocabulário até modos de pensar, de agir, de interpretar, de sentir.
Um texto pode ensinar, fazer rir, revelar, emocionar. E esse poder, essa possibilidade de ser útil a alguém de alguma forma, é um gás e tanto para nos incentivar a continuar. É um ótimo combustível para que esse blog e tantos outros projetos nossos, pessoais ou coletivos, continuem seguindo suas respectivas trilhas. Sou grata a todos vocês, desde aos integrantes até aos leitores.
Obrigada!

Elis Bondim

Estava admirando o blog quando, de repente, senti muita vontade de dizer isso a todos vocês. Se me permitem, estou fazendo o que me deu na telha. :)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Barça X Real: uma história para além das 4 linhas



Por Carlos Pinho

No mundo do futebol, existem várias equipes que rivalizam e proporcionam, aos seus torcedores, partidas de grande repercussão. No Brasil, por exemplo, temos o caso de Flamengo e Fluminense. Entretanto, nos últimos anos, nenhum jogo conseguiu movimentar tanto os amantes da bola de diversas partes do mundo como um Barcelona e Real Madrid.

No entanto, nem todos sabem como surgiu essa rivalidade, que nasceu a partir de questões sociais, políticas e culturais das regiões onde se encontram esses clubes. E o que isso tudo tem a ver com o futebol?

A cidade de Barcelona é a capital da comunidade autônoma da Catalunha. O idioma catalão é preservado, assim como a sua cultura. Porém, não possui autonomia política. O nacionalismo catalão é muito forte e o estatuto espanhol prevê o direito à sua nacionalidade. Algo que, em outras épocas, não existia.  E a equipe da capital, foi um símbolo de resistência. Em 1925, durante a ditadura de Primo Rivera (1923-1930), a torcida barcelonista vaiou o hino da Espanha. Em represália ao ato, o clube foi fechado por seis meses e o seu presidente na ocasião, Joan Gamper, pressionado, teve de renunciar à presidência. No regime do General Franco (1939-1975), as manifestações culturais, que não as castelhanas, foram oficialmente proibidas. Um dos poucos lugares onde se podia falar o idioma catalão era o estádio do Barça, o Camp Nou.

 Di Stéfano com a camisa do Barcelona

O Real Madrid é o time da capital espanhola e representa a nobreza e o poder de Madrid. O “Real” que inicia o nome do clube merengue é um título concedido pela realeza. Contudo, a rivalidade acirrou-se a partir de 1953, com a polêmica transferência do craque argentino Alfredo Di Stéfano, do Barcelona para o Real Madrid. Na época, o Real estava em decadência e o grande time madrilenho era o Atlético. Mesmo assim, os torcedores do Barcelona não se conformaram e viram o caso como uma “traição” por parte de Di Stéfano.   

Di Stéfano no Real Madrid

Hoje, essas duas equipes de vastas histórias e tradicionalíssimas se enfrentarão, pela fase semifinal da Liga dos Campeões da Uefa. O jogo será realizado em Barcelona e o clube catalão tem a vantagem do empate e de perder por até um gol de diferença, já que no primeiro jogo, em Madrid, venceu o Real por 2 a 0. Ironia ou não, o time da Catalunha poderá ser campeão da Europa na casa do maior rival, o Santiago Bernabeu, sede da final desta edição do torneio.    

  Os protagonistas atuais: Messi (Barcelona) e Cristiano Ronaldo (Real Madrid)

Que vença o belo futebol!