terça-feira, 29 de janeiro de 2013

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

No Rules



Não quero regra.
Quero liberdade.
Quero tudo que agrega.
Quero a diversidade.

Não quero o que classifica.
Nem o que me limita.
Quero tudo aquilo que unifica.
E que ao máximo me permita.

Se existem limites, estão em nós mesmos.
Não em regras impostas sem questionamento.
Há possibilidades, basta abrirmos os olhos para as vermos.
E apreendermos o que nos é oferecido em cada momento.

Não quero as regras da monogamia.
Quero beijar a boca que eu desejar.
Tampouco quero as regras da poligamia.
Apenas não quero regras para amar.

Quero o que melhor me convir em cada situação.
Hoje sou de um jeito, amanhã já mudei.
A razão, acompanhando ou não o coração,
Importa-me mais sentir que pus alma em tudo que vivenciei.

Não quero as regras do dinheiro.
Quero a carteira no bolso
E o bom senso no corpo inteiro.
E, na privada, o que me for insosso.

Não quero as regras da menina comportada.
O que eu quero varia e dane-se quem não concorda.
Não sou marionete nem boneca empalhada.
A liberdade e a paixão é que me dão corda.

Não vou matar ou trair confiança.
Porque não quero suas consequências.
É com a vida que faço aliança.
Sigo o aprendizado das minhas vivências.

Não me imponha enunciados prescritivos.
Não quero regras mesquinhas e autoritárias.
Os limiares de minha vida são só por mim definidos.
Às vezes podem ser bem-vindas até atitudes contrárias.


"Mas sou minha, só minha e não de quem quiser..." (1° de julho, Legião Urbana)


"No Rules

Anything I wanna do - No rules!
I won't take no shit from you - No rules!
I don't care if you don't like me - No rules!
Do you think I really care? - Let's go!


C'mon lets go and start a riot - No rules!
I like to make noise, I hate to be quiet - No rules!
They can't tell me what to do - No rules!
'Cause I will never ever loose - Let's go!


No rules!
No rules!
No rules!
No rules!


Stand up and shout for what you want - No rules!
Don't give in until you won - No rules!
Never compromise your feelings - No Rules!
'Cause I got the right to show my feelings - Let's go!"
(G.G. Allin)







terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Uma pitada de samba e um bocado de histórias

Episódio de hoje:

O negro, o mestiço e o mulato – Os primeiros passos da identidade brasileira.

A Semana de Arte Moderna de 1922 reuniu  escritores, pintores, músicos e intelectuais em defesa da cultura brasileira



No final do século XIX, intelectuais brasileiros debatiam sobre a identidade nacional e o atraso brasileiro com relação à Europa. A pergunta era: O que fazia o Brasil ser pior do que a Europa? A resposta mais sensata pareceu ser a mestiçagem, que foi usada como bode expiatório. Os intelectuais da virada do século XIX para o século XX olhavam com desprezo para as manifestações culturais. Essa desvalorização daquilo que era brasileiro perdurou por muito tempo, até surgirem os modernistas que defendiam o mulato e o mestiço como a raça genuinamente brasileira.

A valorização do que é nacional foi a principal pauta da Semana de Arte Moderna de 1922, ocorrida em São Paulo. Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Plínio Salgado, Heitor Villa-Lobos, Menotti Del Pichia, entre outros modernistas, participaram do movimento que visava romper com a vanguarda europeia, valorizando a cultura brasileira.

                                                   Gilberto Freyre



Mas a reviravolta começou mesmo com Gilberto Freyre, que valorizava o caráter positivo do negro e do mestiço, definindo o povo brasileiro como uma combinação harmoniosa e conflituosa de traços africanos, indígenas e portugueses. Freyre mostrou que a cultura mestiça não era a causa do atraso do país, mas sim algo que deveria ser cuidadosamente preservado, pois era a identidade e a especificidade do país diante das outras nações.
Os modernistas que valorizavam a cultura nacional, eram os mesmos presentes nas reuniões, como as citadas no capítulo anterior, que ocorriam desde o século XVIII. Eram membros da elite, políticos, intelectuais e músicos. Eles discutiam temas culturais e, faziam inclusive, saraus musicais. Uma dessas reuniões está relatada no livro O Mistério do Samba, de Hermano Vianna, no qual ele descreve o encontro de Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Prudente de Moraes Neto, Heitor Villa-Lobos e outros intelectuais da época com Pixinguinha, Donga e Patrício Teixeira, no ano de 1926. Gilberto Freyre publicou em seu diário, que mais tarde seria parte do livro Tempo morto e outros tempos, um trecho no qual se refere a este encontro.

Sérgio e Prudente conhecem de fato literatura inglesa e moderna, além da francesa. Ótimos. Com estes saí de noite boemiamente. Também com Villa-Lobos e Gallet. Fomos juntos a uma noitada de violão, com alguma cachaça com os brasileiríssimos Pixinguinha, Patrício, Donga (Vianna, 1995: 19).


Encontros como estes não eram novidades, mas foram destas reuniões que partiram os primeiros passos para a valorização das coisas brasileiras, a começar pela nossa raça e nossa música, ou seja, aquilo que nasceu nas terras tupiniquins: o mestiço e o samba. Outros personagens importantes como Afonso Arinos, Lima Barreto e Graça Aranha participaram do movimento de valorização daquilo que era brasileiro, inclusive nomes internacionais tiveram importante participação, caso do poeta francês Blaise Cendrars e do compositor suíço Darius Milhaud.


Veja o episódio 1 em Os primeiros passos do Samba

Veja o episódio 2 em Tia Ciata



 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Água mole, pedra dura... Tanto chove até que inunda!


Por Elis Bondim e Felipe Cavalcanti

            Mas afinal, estamos em terra firme ou em uma pequena ilha em meio ao oceano? Nosso estado, dentre outros no país, já é conhecido por suas chuvas no verão (principalmente), causando situações devastadoras. Devastadoras não por culpa da chuva, geralmente, mas por culpa da ação do próprio homem que constrói em demasia sem deixar para onde a água escoar e que gasta milhões (quando não bilhões), por exemplo, com eventos de grande porte como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, sem nem ao menos cuidar da infraestrutura básica do estado e da cidade. Se uma infraestrutura que dê conta melhor das chuvas é fundamental para a vida da população, é também muito importante para os turistas, para a imagem do país e para que não se destrua tudo que está sendo construído, seja para algum evento ou não. Ou seja, de todo modo, é contraditório não haver uma preocupação enorme do governo em torno dessa situação e uma pesquisa estratégica sobre como modificá-la.
            Na madrugada da última sexta-feira, do dia 17 para o dia 18 de janeiro de 2013, fui surpreendida por ruas alagadas em pleno centro da cidade do Rio de Janeiro, vendo-me cercada pela água e demorando cerca de uma hora (ou mais) até encontrar um caminho viável para ir para casa. Estava eu a míseros dez minutos de casa e acabei tendo de dar uma volta enorme para nela chegar.  Essa tem sido a situação de diversas ruas do centro do Rio de Janeiro quando em grande temporal:





   
É interessante lembrar que muitas das obras que têm sido realizadas no Centro do Rio de Janeiro, tanto de revitalização quanto de infraestrutura básica, estão mexendo nas tubulações. Corre-se o risco de haver prejuízos para as próprias obras ainda em processo e também para as já finalizadas. Afinal, a chuva, sem ter para onde correr, traz prejuízos.

Lixo
Podemos perceber os bueiros entupidos de tanto lixo, problema que se agrava, principalmente, pela má educação dos moradores. Em noites de quinta-feira, sexta-feira e sábado, principalmente, quando a Lapa ferve, é fácil observar uma quantidade enorme de lixo nas ruas. Mas, independentemente dessas noites, o centro da cidade é conhecido por todos como um lugar não muito limpo. Atualmente, além de lixo nas ruas, observa-se uma quantidade de poeira absurda devido às obras. E nos perguntamos se isso não pode estar contribuindo de alguma forma também para os entupimentos dos bueiros.



 Justiça impediu obras de prevenção à chuva
Segundo link do portal Ig, http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/2013-01-03/antes-das-chuvas-rio-parou-na-justica-obras-de-prevencao-a-deslizamentos.html, o Governo do Estado teria entrado na Justiça “para parar obras de prevenção a escorregamentos”. Como diz o link, o “Estado pediu e presidente do TJ suspendeu trabalhos para evitar escorregamentos em áreas de alto risco nas regiões Metropolitana e Serrana”.
            Não é de se surpreender que grande parte do problema, causado por todos esses impactos socioambientais, borbulhe quando nos vemos inseridos em um planejamento (sim, um planejamento!) que visa apenas receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O qual, na busca de mitigar as demandas mais elementares da infraestrutura urbana, aparenta, ironicamente, ter como consequência inevitável a provocação de sucessivos vexames e risadas das organizações internacionais.
            Todavia, como se era de esperar, desde que a cidade maravilhosa se lançou ao mundo esportivo, reivindicando para si as atenções mundiais, de modo a barganhar o palco dos eventos – fato que está ocorrendo desde o Pan Americano de 2007 – as questões sociais gritantes tentaram ser abafadas mais rapidamente, como com a militarização das favelas, criando-se as UPP´s. Porém se por um lado muito investiram na questão da segurança – a qual, evidentemente, é de igual (se não maior) importância – pouco investiram em infraestrutura básica, como se pode perceber com as consequência das grandes chuvas nos últimos 4 anos. O fenômeno da chuva e suas flutuações são de ordem natural, já a consequência que se tem delas é, também, política, à medida que se investe no que se quer prioritário (e talvez a segurança fosse mesmo prioritária). Fazendo um mapeamento histórico dessas chuvas, deparar-nos-emos com um quadro revelador:

Xerém (Duque de Caxias) - 2013
No primeiro dia útil do ano, recém-saídos de uma comemoração universal ocidental – o réveillon – a população do Quarto Distrito de Duque de Caxias (Xerém) sofreu com um terrível alagamento, o que já vem sendo recorrente no verão fluminense e na abordagem midiática incessante. O desastre foi de tal escala que fez com que a comoção pública se mostrasse engajada, a exemplo do ponto de coleta de donativos que sempre vejo bem abastecido, na estação das barcas Araribóia. Todas as doações têm como objetivo suprir minimamente as necessidades mais básicas das famílias vítimas dessa última enchente emblemática que castigou Xerém.

Vale do Cuiabá, Teresópolis - 2011
Prova de que os fenômenos naturais extremos – até então chamados de excepcionais e que vêm ocorrendo em uma constância até agora insuficientemente explicada – não “escolhem” só áreas de baixa renda, a enchente no Vale do Cuiabá no ano de 2011 foi bem emblemática. Em manchete publicada pelo canal IG Rio, a 12 de janeiro do referido ano, tem-se a notícia de que a chuva causou a morte de quase uma dezena de familiares do executivo Erik Conolly, por exemplo, em Itaipava. Esta enchente ficou conhecida como o maior desastre natural que o país já conheceu. Se olharmos para o perfil das maiores vítimas, constata-se que há uma grande concentração nas classes médias altas. Quando olhamos para o espaço, constata-se que as áreas mais atingidas foram aquelas de expansão da especulação imobiliária, cujas construções comprometem a vegetação e o solo. Uma vez vinda a chuva daquela intensidade, que rapidamente atinge à rocha dura, tudo acima desliza como se água fosse graxa.

Morro do Bumba - 2010
O estado do Rio de Janeiro, além das áreas de risco de enchentes, também mostra a outra faceta do problema: a dos movimentos de massa. O sítio urbano combina formas variadas de baixadas e morros. Onde há morro de rocha sobreposta por uma camada de sedimentos, tudo vem a baixo. Caso do morro do Bumba: ainda que a rocha não se fizesse presente, toda a carga sedimentar foi carregada pela enxurrada. Como agravante, havia o funcionamento irregular de despejos de lixo por anos, e bastou a fatalidade ocorrer para que inúmeros especialistas viessem dizer, à época, que era uma tragédia anunciada. A comunidade localizada no município de Niterói teve, oficialmente, a perda de 267 vidas, segundo o portal de notícias da Terra. A favela que se formou em cima do depósito de lixo era sim um risco, negligenciado até as últimas consequências pela prefeitura. Além das chuvas, explosões também eram muito possíveis de ocorrer, dado a alta liberação de gás metano, altamente inflamável. Ambos os casos causaria os movimentos de massa, que de fato explodiram no referido ano.

“Terceiro mundo, se foi
Piada no exterior
Mas o Brasil vai fica rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos indios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?”
É A P**** DO BRASIL! 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

“Amor”, novo filme de Michael Haneke – Será que o amor acaba quando em situação limite?

   


Aviso: contém spoiler

            O novo filme de Michael Haneke, cuja pré-estreia na cidade do Rio de Janeiro se realizou sábado passado (dia 12 de janeiro) no cinema Odeon, e cuja estreia no país está prevista para a próxima sexta (18 de janeiro), tem espalhado sensibilidade pela crítica e dado o que falar.
            Ganhador do Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira, o austríaco Michael Haneke aborda em seu filme a convivência de um casal aposentado, Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva), que antes eram professores de música clássica. Certo dia Anne sofre uma espécie de derrame e passa a precisar de cuidados, os quais se tornam, com o passar do tempo, cada vez mais especiais. Georges, corajoso, enfrenta a situação sozinho praticamente até o fim, apesar de todas as dificuldades. Dificuldades geradas, no aspecto físico, pela sua idade e, no aspecto psicológico, pelo forte abalo emocional nele causado por ver situações demasiadamente tristes ocorrendo com sua mulher.  Anne, personagem triste, se vê cada vez mais dependente e, consequentemente, cada vez mais desejosa da morte.
            Através de um olhar extremamente realista sobre a chamada terceira idade, Haneke apresenta (e muitíssimo bem) um filme que fala sobre o que acontece em muitos lares de senhores idosos. E nos faz questionar: Georges enfrentar tudo praticamente sozinho é a maior prova de amor que ele poderia dar a Anne ou seria o que ocorre no final? Surpresa para todos que ainda não assistiram ao filme, o certo é que, em algum momento, Georges chega em seu limite e, o que por alguns pode ser visto como perda de controle, por outros pode ser compreendido como amor. E, inclusive, não só amor pela mulher, como também amor-próprio.
            Contenho-me aqui para não fazer mais spoiler, deixando claro que o filme é triste e maduro. Os protagonistas do filme são dois grandes atores do cinema francês: Emmanuelle Riva é a estrela de “Hiroshima, mon amour” e Jean-Louis Trintignant é o astro de clássicos modernos como “Um homem, uma mulher”.  A atuação de ambos é excelente, dando destaque a Emmanuelle, cuja atuação é brilhante, apresentando ao público uma atuação tão real quanto possível (lembrando que é a sua personagem que mais exige isso, portanto, Jean-Louis não fica para trás, apenas a dificuldade de seu personagem não nos parece ser a mesma). Emmanuelle merece todos os prêmios possíveis.
            O filme é uma coprodução de Áustria, França e Alemanha. Além do Globo de Ouro, recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes (melhor filme), venceu o European Film Awards na categorias de ‘Melhor Filme’, ‘Diretor’, ‘Ator’ e ‘Atriz’ (além de outras duas indicações), dentre diversos outros. Concorre ainda ao BAFTA, considerado o Oscar inglês, nas categorias de melhor diretor, melhor atriz, melhor filme não-inglês e melhor roteiro original; a premiação ocorrerá dia 10 de fevereiro. Concorre também ao Oscar, inclusive nas categorias tanto de ‘Melhor filme em Língua Estrangeira’, representando a Áustria, quanto na categoria de ‘Melhor Filme’, o que é algo raro; além das categorias de ‘Diretor’, ‘Atriz’ e ‘Melhor Roteiro Original’.  A premiação do Oscar 2013 ocorrerá dia 24 de fevereiro. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Quem, eu?


Mais divertido do que "A Praça é Nossa", mais engraçado do que "Zorra Total", mais comovente do que "Criança Esperança", mais dinâmico do que "Domingão do Faustão", mais legal do que "Programa do Gugu", mais carismático do que a "Xuxa", mais polêmico do que "Big Brother Brasil", ele é o... Dogcão

sábado, 12 de janeiro de 2013


Exposição Impressionista


Ontem em pleno temporal saí de casa para assistir a Exposição Impressionista do CCBB. Eu tenho pavor de sair quando está caindo um aguaceiro, mas como estava chegando ao fim dessa mostra internacional (Museu D'Osay da França emprestou as pinturas originais), e estava saindo nos jornais que estava mega lotado, resolvi não deixar para ultima hora porque a situação só pioraria. Então com chuva ou sem chuva eu estava obstinada a ir, mas mesmo assim morri de medo de ficar presa na enchente como da ultima vez.

Bom, cheguei no CCBB eram 11:02 mais ou menos. A fila dobrava os lados do prédio, e por isso quando achei que tinha chegado ao final tive que andar beeeem mais. As meninas não atendiam o telefone e eu fiquei meio desesperada achando que tinham me dado bolo. "Bom com elas ou sem elas, espero nessa fila até 1 hora da tarde, se até isso eu não vir a entrada do prédio eu desisto!" Gabi chegou uns 20 minutos depois de mim, e foi uma sorte danada porque eu já estava ficando entediada. Trocamos presentes de Natal atrasado (eu lhe dei uma vela branca muito fofa e ela me deu o livro "A garota Americana" e sua continuação) e conversamos um pouco até Gleice chegar. Até que elas se entrosaram bem, e tivemos bastante papo pra por em dia, o que veio a calhar durante as 2 horas e 40 que ficamos esperando para entrar.

Descobri que tenho cara de gringa, porque elas acharam que eu parecia francesa, e meu tio sempre disse que eu parecia holandesa. O papo ia bom quando de repente o moço chamou 30 pessoas para entrar na exposição. A Gabi foi primeiro e nós ainda tivemos que esperar um tempão para liberarem a fila da prioridade e depois permitirem que a nossa fila entrasse de novo. Haja paciência! Quase pedi pela milionésima vez que a Gleice contasse a história da vida dela, porque já aconteceu muuuuita coisa com ela, e daria pra nos distrair bem.

Quando enfim chegou nossa vez, Gleice se enfureceu com as pessoas que estavam furando a fila dos armários porque ela estava de mochila e não poderia entrar com ela. Ainda bem que Gleice não é barraqueira kkkk. Entramos juntas com a Gabi que tinha ficado nos esperando apesar de ter a ficha. de entrada Infelizmente não podíamos fotografar a exposição, mas tudo estava muito lindo lá dentro. Vimos um vídeo sobre a História do Museu D'Orsay e aprendemos que paredes em tons vibrantes valorizam as pinturas, além de detalhes da construção e reforma desse museu que nos emprestou uma coleção tão importante das obras de arte francesas.

Não sei se consigo eleger um quadro favorito dessa exposição. Tinha tantos artistas que eu gosto como o Van Gogh, Monet, Renoir, Gaugin, Degas e outros que já tinha ouvido falar como: Toulouse- Lautrec e Camille Pissarro. Gabi ficou emocionada quando viu as pinturas do Monet porque  um dos primeiros livros que ela leu foi sobre ele, e ela adorava esse livro. Emocionada não fiquei não, mas ver uma pintura bonita, é um prazer diferente. Eu gosto de algumas pinturas cinzentas porque me trazem melancolia, mas nem todas  são tão bacanas. Tinha uma lá que parecia ter sido pintada de dentro de um ônibus   que tinha as janelas escurecidas de sujeira. Não gostei muito do tom, mas até que o que estava representado era legal. Nessa exposição, o que se destacou foram os quadros coloridos. Tinha um que parecia ser pintado no nascer do sol de tão rosado que era, e outro que iluminava o ambiente, de tão brilhoso que era. Desse ultimo ganhei um marcador de livros, nele estavam representados duas meninas tocando piano.

Teve um que representava camponeses colhendo trigo, e acho que não há nada mais bonito do que um campo de trigo ou de alfazema, aliais, acho que dos quadros sobre paisagens esse e um outro que tinha uma ponte eram os mais bonitos. Eu queria tanto ter tirado uma foto para colocar aqui! Só não fiz isso porque não podia entrar com câmera, pois o flash deteriora os quadros e eu já estava com uma cara mortalmente cansada rss. Depois que saímos da exposição, entramos na Livraria Travessa, onde tinha vários livros para comprar sobre os pintores expressionistas, mas a maioria era muito cara. Gleice só pode me presentear com um marcador pequenininho  kkkk.

Mas foi um dia legal. É engraçado né? Às vezes chamamos poucas pessoas para sair e o dia fica maravilhoso, e em outras poucas pessoas deixam um clima de solidão. Acho que nunca vou esquecer desse dia que a coragem me fez enfrentar a chuva e sair de casa, principalmente porque não foi qualquer chuvinha. Em casa quando liguei no jornal, descobri que houve muitos deslizamentos nos morros e muita gente ficou ferida. É uma pena que algo tão bonito como a chuva possa fazer tantos estragos na vida de alguém...

E esta foi sua repórter Alê Lemos em mais uma exposição de arte do Rio de Janeiro.  Isso é tudo pessoal!

PS: As fotos daqui foram tiradas do Google, mas estavam na exposição.
PS 2: A exposição vai até esse domingo dia 13. Vá cedo (tipo 9 da manhã) porque 11 horas a fila já dobra o quarteirão.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Uma pitada de samba e um bocado de histórias

Episódio de hoje: 

Tia Ciata

                                                                   Tia Ciata



Para detalhar um pouco mais sobre o surgimento do samba como um ritmo próprio, é necessário citar talvez a figura mais importante deste “nascimento”: a casa da Tia Ciata.
Frequentada por Donga, Pixinguinha, João da Baiana, Sinhô, Heitor dos Prazeres, Hilário Jovino, Catulo da Paixão Cearense, entre tantos outros, a casa da mãe-de-santo baiana, Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, situada na Praça Onze, foi de suma importância para o surgimento do samba. Foi neste endereço que ocorriam inúmeros saraus, nos quais diversos ritmos musicais de todas as partes do país se juntavam. A união destes ritmos daria vida ao gênero musical que mais tarde se tornaria símbolo da cultura brasileira.

                          Donga, Pixinguinha e João da Baiana
 
Nas reuniões nas casas das tias baianas, os ritmos brasileiros como maxixe, modinha, cateretê, choro, lundu, jongo e marcha, se juntariam aos cânticos e batucadas do candomblé para dar origem ao samba – que era uma palavra já conhecida para definir uma reunião musical ou para identificar um tipo de música e dança dos negros. Mas este “samba” ganhou um ritmo próprio, característico, que o destacou de outros gêneros brasileiros.
Em novembro de 1916, o cantor Baiano, o mesmo que gravou o primeiro disco nacional em 1902, gravou o samba Pelo telefone[1], de Donga e Mauro de Almeida. Somente a partir da gravação deste samba, que se deu início a uma série de gravações de outras músicas denominadas como samba.


[1] O samba Pelo Telefone possui diversas versões, pois muitos compositores exigiram a autoria desta música. Antes da gravação desta música, houve outras gravações de samba, mas foram registradas como outro ritmo.


Veja o epsódio 1 em Os primeiros passos do Samba