quarta-feira, 14 de março de 2012

Você precisa ouvir:

Roberto Ribeiro em "Corrente de Aço"
Por Carlos Pinho

Um dos maiores intérpretes da música brasileira, o saudoso imperiano Roberto Ribeiro (1940-1996) reuniu nesse álbum, gravado pela EMI-Odeon em 1985, pérolas de um grupo seleto de bambas, tais como Monarco, Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz, Paulo César Pinheiro e Nei Lopes. Violão, cavaco, pandeiro, tamborim e a eterna voz do sambista convidam-nos a um legítimo mergulho no samba para pintarmos nossas almas atarefadas com os seus matizes mais singelos. 

A faixa que dá nome ao disco, "Corrente de Aço", é do inigualável João Nogueira. O repertório também conta com a participação de Chico Buarque em sua obra "Quem te viu, quem te vê". Esta versão possui um diferencial para além da bela interpretação de Roberto e do dueto com o poeta dos olhos de ardósia. Na sua parte final, conduzida pela batucada, "Quem te viu, quem te vê" se entrelaça perfeitamente ao refrão de "A Banda", outro primor em versos e em melodia com a assinatura de Chico.

"Corrente de Aço" possui 12 faixas (disponíveis clicando aqui). Dentre elas, destaco a primeira, "Malandros Maneiros", de Nei Lopes e Zé Luiz do Império. 


Trata-se de uma homenagem aos apontadores do jogo do bicho, os "malandros maneiros" que, como descreve a letra, "portando uma caneta, um bloco e uma folha preta, escreveram a sorte ou o azar de alguém". Seus versos formam também uma interessante crônica musical sobre o início da proibição dos jogos de azar durante o governo do marechal Eurico Gaspar Dutra (1946-1951). 

Conta-se que a medida teria sido um pedido de sua esposa, Carmela Leite Dutra, popularmente conhecida como "Dona Santinha" por causa de seu catolicismo fervoroso. Com isso, em 30 de abril de 1946 - três meses após a sua posse -, Dutra proíbe a jogatina em todo o território nacional, como relata o samba: 

No governo de marechal Dutra
Não teve nem truta, nem meu pé me dói
E na guerra que houve aos cassinos

Parou Constantino e fechou Niterói

No entanto, a atividade manteve-se em pleno funcionamento durante décadas - na clandestinidade, bem verdade -, graças às vistas grossas de governantes, de políticos e de policiais, que, ao longo da história, "oficializaram" a ilegalidade à custa de muita grana. 

No tempo da quinta coluna
De lá da Pavuna, Jacarepaguá.
Eu me lembro que eu era menino

E no seu Natalino já ouvi falar   

Citado no trecho acima, Natalino José do Nascimento, o Natal, foi o primeiro bicheiro a patrocinar uma escola de samba, no caso, a Portela, e participou da época de ouro da agremiação, que perdurou de 1941 até a década de 1960. 

4 comentários:

  1. Bateu saudade ao lê a sua postagem,dancei a música dele na escola,"Esta faltando uma coisa em mim,e é vc amor tenho certeza sim"kkkkkkkkkk te conheci no Blog do meu amigo Cristian estou seguindo,e ficaria muito agradecida se pudesse me seguir de volta..Obrigada ,,bjs
    http://simonebastos2007.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. adorei !
    estou seguindo voce


    http://variedadesenovidadesavonavon.blogspot.com.br

    ResponderExcluir