sábado, 14 de julho de 2012

150 anos de Gustav Klimt

               Gustav Klimt nasceu em Baumgarten, perto de Viena, em 14 de julho de 1862 e faleceu em Viena em 6 de fevereiro de 1918, sendo um dos mais importantes pintores simbolistas austríacos. Klimt estudou arte desde os 14 anos e perpassou diversos estilos. Começou pintando os vitrais da “Igreja Votiva”; junto com seus irmãos Ernst e Matsh, que o ajudaram muito em suas obras, fundaram a Künstlercompagnie (Companhia dos Artistas), com a qual trabalhou em quadros de tetos do Teatro Imperial (Burgtheater) em sua cidade natal. As escadarias seriam decoradas por outro artista, porém este faleceu antes de terminar e então a Companhia dos Artistas foi contratada para concluir a pintura, devendo manter o modelo histórico. Pintou também alegorias para o teto do Palácio Sturany em Viena e decorou s Villa Hermés, ambos os trabalhos com seus irmãos. Em 1888 Klimf foi premiado com a “Cruz de Mérito de Ouro”. Em 1892 seu pai faleceu, vítima de apoplexia, da qual o artista também seria vítima. No mesmo ano, seu irmão Ernst morre também. 
           Em 1883 foi encomendado a Gustav Klimt painéis alusivos aos cursos de Teologia, Filosofia, Medicina e Jurisprudência do nodo edifício da Universidade de Viena. O painel de Filosofia, em vez de representar a Escola de Atenas, como geralmente ocorre, chocou ao ter sido influenciado por Schopenhauer, representando o mundo como “Vontade, em que os seres vagueiam.”
             Em 1894, já famoso como decorador de grandes construções culturais (muito além das aqui citadas), Klimt foi encarregado de criar quadros que representassem as faculdasdes de Medicina, Filosofia e Jurisprudência. Rejeitando os temas sujeridos, membros da faculdade se opuseram ao seu trabalho. Klimt não queria representar o papel racional da ciência; Klimt fugia dos clichês. Devido a não aceitação de suas obras por parte dos membros da faculdade, a nomeação de Klimt para o cargo de professor na Academia das Artes Decorativas é recusada pela primeira vez. Sua obra “A Jurisprudência” não pôde ser exposta na “Exposição Universal de Saint-Louis” e foi a esta obra que se atribuiu a recusa de sua nomeação como professor. Klimt pensava que a arte não podia e não devia sofrer nenhum tipo de imposição. Ele reincide o contrato dos quadros da faculdade, readquire suas obras e as têm queimadas muito após a sua morte, em 1945.
              É nesse momento que Klimt vive uma mudança de estilo. Sai do historicismo-realista e entra naquele que viria a ser o seu estilo mais conhecido: o período dourado. É aqui que surgem os motivos geométricos, com poucas partes essenciais realistas aparecendo, possibilitando o entendimento das obras. Uma cobertura cerrada como mosaicos onde realismo e abstração se enfrentam. É frequente em suas obras o uso do dourado.
Seu último grande mural é o Friso. Em "O beijo" (1907/08), ou "Der Kuss" no original em alemão, a mulher aparece submissa, transparecendo uma sexualidade intensa. O artista, nesta obra, se baseia em si mesmo e em sua amante Emilie. "O Beijo" constitui o auge do período dourado e torna-se o emblema da Secessão.
No início do século XX, o dourado de Klimt é substituído pelo expressionismo. Em 1912 Klimt substitui por fundo azul (à maneira de Matisse) o fundo de ouro. Isto ocorre a partir do momento em que Klimt viaja a Paris e entra em contato com o fauvismo e com obras de artista como, por exemplo, Toulouse-Lautrec. Suas obras passam a representações menos elaboradas, sem os motivos geométricos e sem o dourado, pintando também paisagens e elementos naturais como vegetação e água.
         As últimas obras do artista são eróticas. Quadros de modelos nuas, incluindo poses íntimas e atitudes mais íntimas ainda. São cerca de 3000 desenhos dessa fase. Em 1915 sua mãe falece e suas obras se tornam mais sombras, tombando para a monocromia. Klint morre em 1918, deixando várias obras inacabadas. 
  Klimt foi o único aluno da Escola das Artes Decorativas, no século XIX, que conseguiu dar início a uma grande carreira artística. Estudou desenho ornamental, associou-se ao simbolismo e foi importante nome na Art nouveau da Áustria. Foi um dos fundadores da Secessão de Viena, movimento que recusava o academicismo nas artes. Destacou-se nas pinturas e nos murais e na criação do seu estilo dourado, cheio de personalidade e toques pessoais, símbolos de uma individuade artística fora dos padrões, distante do clichê e do tradicional. Surpreendeu, chocou, empalideceu muitos que viram obras suas na época. De certo modo, revolucionou, tornando-se um eterno grande artista.
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              Retrato de Adele Bloch-Bauer I (vendido em 2006 por 135 milhões de dólares. Neue Galerie, Nova Iorque.)





                    O beijo ou Der Kuss no original em alemão (1907-08)

                                      Masturbação feminina


Um comentário:

  1. Klimt é um dos meus favoritos! Sua fase colorida, que une a ideia do vitral ao do movimento das ruas é a de que mais gosto! Josefina @josiemello

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