sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

AS TRAGÉDIAS, AS CHUVAS E AS PROMESSAS

Até quando ?
Foto: Agência Estado

Por Carlos Pinho . . .

Mais um ano e mais uma vez o estado do Rio sofre com a intensidade das chuvas e com o despreparo da população e especialmente do governo. Um aspecto em comum nesses episódios é a força das tempestades – e o seu poder de transformação está cada vez mais claro. Outra característica peculiar diz respeito às construções em áreas de risco, erguidas por quem é pobre e também pelos abastados. Outro fator é a forma de prevenção para que catástrofes desse porte não provoquem tantas mortes e que não foram executadas pelos órgãos públicos. Os últimos dados já ultrapassaram o número de 760 óbitos, fora os demais corpos que ainda serão encontrados nas buscas.

Um ano após a tragédia em Angra dos Reis. Alguns meses após a da cidade do Rio, simbolizada pela destruição no Morro do Bumba, em Niterói. E quando se pensava que esta última triste página havia deixado alguma lição, ocorre uma outra na Região Serrana do Rio de Janeiro. 

Novamente, os governantes entre a prevenir e remediar, preferiram a segunda opção. É preciso destacar a incompetência das prefeituras e do governo do estado com relação as medidas preventivas que sempre após esse tipo de acontecimento são prometidas e . . . você já sabe. A crítica vem ao caso sim, por mais que digam coisas do gênero: “não é hora de procurar culpado”, “o que posso fazer se chove tanto?”, “a culpa é da previsão do tempo” ou “a habitação em área de risco é um grande problema das cidades”.

Realmente, a ocupação de áreas de risco é um grande problema das cidades, mas onde estavam as nossas autoridades enquanto essas construções eram erguidas? O grande problema é que as questões em nosso país não são vistas pelo viés político e sim, eleitoral. E como esse fenômenos climáticos ocorrem geralmente no início do ano (com o verão), ainda estão longe de exercer um papel relevante nas urnas. E a imprensa, que deveria estar cobrando com mais frequência uma ação do Estado, abarrotada com tantas pautas para cumprir, acaba por cobrir os efeitos do ocorrido (o que faz com muita competência).

Existem países que sofrem com furacões, terremotos, estiagens, geadas e inclusive grandes tempestades. Muitos desses países possuem mecanismos e estrutura para evitar estragos maiores e perdas de vidas. O Brasil precisa aprender a conviver com os seus fenômenos naturais. O Brasil precisa se equipar, preparar-se para o pior. Os governantes precisam tomar certas atitudes que, mesmo desagradando os seus eleitores, prevervam a vida de inúmeros cidadãos. E muitos desses cidadãos precisam ter mais consciência do perigo de se morar em locais condenados pela defesa civil.

Muito tem de ser feito, sob o risco de, quanto mais tempo se deixar ao sabor do destino, teremos mais capítulos tristes sendo escritos, juntando-se aos de Santa Catarina(2008), do Norte e Nordeste(2009), Angra dos Reis(janeiro de 2010) e do Morro do Bumba(abril de 2010).  


Um comentário:

  1. É Pinho, parece que isso nunca acaba, muda o ano e as mazelas são as mesmas.

    Estamos juntos em mais essa batalha...

    Aqui na minha rua, um grupo que sempre se reúne para as festas, copas do mundo etc, se juntou e conseguimos enviar até o dia de hoje, nove caminhões lotados de donativos para as vítimas da Região Serrana.

    É como diz um amigo meu: 1 + 1 é mais que 2!

    Pois se depender das autoridades...

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