domingo, 6 de novembro de 2011

O preço do Amanhã





Não levei muita fé nesse filme quando vi o cartaz e quando minha amiga Renata falou que ía ser com o Justin Timberlake. Não vou dizer que ele deu um show de interpretação, mas também não foi tão ruim. A história do filme é sobre uma descoberta científica: o fim do envelhecimento. Todas as pessoas vivem normalmente até os 25 anos, idade em que um relógio no pulso delas começa a funcionar. A partir dos 25 você ganha um ano nesse relógio, o problema é que o tempo virou a moeda corrente, então você acaba numa luta pela sobrevivência, onde se vive angustiadamente a cada dia.
O personagem de Timberlake(Will Salas) um dia encontra um cidadão exibindo um relógio de um século no bar. Fica apreensivo e tenta salvar o cidadão pedindo que ele saia porque uma quadrilha famosa naquele fuso horário (as pessoas dividiam-se em fusos pelo status social) com certeza farejaria o homem e roubaria seu relógio. O homem queria exatamente aquilo, mas Will o salvou do mesmo jeito. Num prédio abandonado os dois conversam e Will descobre que o homem viera ali para morrer. Ele viveram 100 anos e já não via mais sentido em estar vivo. Ele lhe explicou que para que muitos vivessem 1 milhão de anos a maioria deveria viver angustiadamente esperando conseguir mais tempo ou mesmo morrendo cedo. Pela manhã Will acorda com um século no relógio e vê da janela o homem ter um infarte e cair da ponte. Seu maior erro foi correr até a lá, pois foi filmado e os policiais acharam que ele tinha roubado o finado.
Sem querer contar mais spoilers, vou falar mais no geral do filme: Will conhece a personagem de Amanda Seifried e os dois saem distribuindo tempo para as pessoas desesperadas. O que eles não sabem é que além da polícia outros grupos estavam atrás deles. Lembra dos mafiosos do fuso de Will? O mais importante na cena em que reaparecem é que eles dizem que a Polícia do tempo permite que eles existam porque ajudam a manter o sistema. Em todo o filme eu vi semelhanças com a realidade. A nossa moeda é o dinheiro, mas mesmo assim a morte dos mais pobres é o que sustenta a fortuna e abundancia dos vivos, o desequilibrio sustenta sistemas injustos. Qualquer mudança nesse aspecto e o sistema quebra e vem a anarquia. É exatamente o que Will acaba instaurando: uma anarquia. Em determinado ponto do filme ele se questiona se é justo distribuir o tempo porque algumas pessoas não usam o que tem para o próprio bem. O que acredito ser a desculpa dos ricos hoje em dia "ele é um vagabundo! Se tivesse mais gastaria com bebida!" Mas Will decide continuar furando o sistema.
Não acredito em Revoluções, porque nada pode mudar sua natureza da noite para o dia. Acredito em processos. As circunstancias vão moldando uma caracteristica já existente nas pessoas e nos sistemas até que não se reconheça mais os resquícios do passado. É por não ter essa consciência que os adolescente sofrem tentando ser aceitos e para isso apelando por adotar um estilo oposto ao próprio. Porém, acredito que atitudes drásticas são necessárias para forçar uma nova visão das coisas, que seria a atitude de will de quebrar o monopólio do tempo. Ele não rompe totalmente com a mentalidade/ lógica do acúmulo de "riquezas", mas ele dá a oportunidade das pessoas pensarem sobre isso. A ação dele é o estopim de uma nova realidade, as pessoas começam a invadir os fusos mais privilegiados, e tudo indica que uma nova ordem está para começar. Se ela vai ser justa não se sabe, o que podemos concluir é que as pessoas agora tem o poder de barganhar, por isso vão lutar por um sistema mais justo que atenda às novas necessidades e personagens que vão surgindo.
Foi surpreendente um filme Hollywoodiano abordar esse tema sem se preocupar com a repercussão dessa temática. Foi o mesmo espanto que tive com Avatar. Isso é uma coisa rara, mas um fato a ser comemorado. Eu brinquei com a mina amiga no cinema dizendo que pela logica dos filmes de ação Will iria procurar a origem dos relógios para reverter e dar o tempo que todas as pessoas tinam direito, ou então tentaria provar sua inocência, o que não acontece. O personagem prefere ser um fora da lei, uma espécie de Robin Wood. Bato palmas para a direção desse filme.
Isso é tudo pessoal!

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