quarta-feira, 13 de junho de 2012

Está rolando no CCBB-RJ...

Douglas Sirk – o príncipe do melodrama: acabou a mostra do Bergman e se iniciou ontem, dia 12 de junho, a mostra dos 30 principais filmes de Douglas Sirk. Diretor alemão, Douglas Sirk é famoso pelos seus melodramas. Uma excelente oportunidade de conhecer melhor esse diretor não tão famoso por aqui. Como o próprio CCBB define, “com filmes tocantes, rodados com as melhores equipes e elenco de Hollywood e usando técnicas inovadoras para a época (Technicolor e Cinemascope), Sirk dirigiu clássicos atemporais, muitos deles inéditos no Brasil. A mostra trará ainda filmes de diretores contemporâneos influenciados pela estética de Sirk e aulas-debates em torno da vida e da obra do diretor”. Até 8 de julho.
                                                                          Douglas Sirk


Sala A Contemporânea: Opavivará: Uma sala pouco iluminada, praticamente só na penumbra, com redes, esteiras e diversas opções de ervas medicinais dão aos visitantes a possibilidade de escolher ervas, misturando-as com água quente, de modo a experimentar os chás com elas feitos.  Com o objetivo de evocar as práticas curandeiras dos pajés, essa interação propicia uma oportunidade interessante de experimentação e se encontra em um ambiente que possibilita o relaxamento através da união de seus elementos (os chás, as redes, a pouca iluminação). Até o dia 15 de julho.

Amazônia – Ciclos de Modernidade: A exposição sobre a Amazônia que se encontra no segundo andar do prédio do CCBB causa, a princípio, estranhamento. Há uma grande reunião de objetos diversos, dentre os quais muitos parecem não fazer sentido, nem serem interessantes o suficiente para se entender o fato deles estarem ali. No entanto, é preciso lembrar que a exposição tem o objetivo de apresentar a Amazônia justamente dessa forma: reunindo objetos diversos, artísticos ou não, que se relacionem tanto com sua história quanto com sua arte. Através de obras de arte, de mapas e documentos originais, de outros objetos históricos, desenhos, objetos que se relacionem de alguma forma com a região – como facões e acessórios indígenas -, livros que falem sobre ou cujas histórias se passem na região, fotografias, vídeos, dentre outros, a exposição tenta mostrar um pouco da arte, da arqueologia e do urbanismo da Amazônia, desde o século XVIII até os dias de hoje. Vale à pena conferir a exposição, mas considerando a ideia de que seu objetivo não é ser bela nem fascinar os visitantes, e sim de situá-los em meio ao seu contexto histórico-artístico e em meio à importância que ela tem, justamente, no contexto histórico-artístico do nosso país. Até 22 de julho.
                                              Fotografia Incluída na exposição Amazônia - Ciclos de Modernidade

Rabin Ajaw: essa exposição pequena, situada no quarto andar, vale muito à pena ser conferida. Ela se divide em duas partes. Uma consiste basicamente em fotografias de guatemaltecos, rostos com expressões belas e fortes, pros quais dá vontade de olhar durante horas. Outra se constitui em diversas peças do vestuário típico da Guatemala, feitos em tear e belíssimos. São teares coloridos, com detalhes e combinações de cores alegres e tão atrativas aos olhos quanto fascinantes à apreciação, de certo modo, até artística. Como define o próprio CCBB, "é uma rica viagem à estética cultural das populações de origem maia da Guatemala". Até 22 de julho.

Galeria de Valores – Exposição temporária Art Nouveau/Art Decó: a exposição no quarto andar reúne alguns objetos típicos da Art Nouveau e da Art Decó à exposição permanente que conta a história da moeda. A parte da Art Nouveau e da Art Decó, no fundo, não acrescenta muito de interessante. Apresenta algumas joias e objetos típicos como estojos de maquilagem e cigarreiras. Mas a exposição sobre a história da moeda, geralmente esquecida pelo público por ser permanente, vale muito à pena ser conferida por quem ainda não a visitou: reúne cerca de 2.000 peças, dentre moedas, cédulas e outras formas de pagamento: cartões de crédito, cheques, dentre outros. A exposição tem muitos momentos interessantes, além da história em si, como a cada vez que apresenta moedas de outros países, moedas comemorativas, perpassando por momentos em que o açúcar foi usado como moeda, pela já tradicional prática de comerciantes brasileiros em oferecer como troco balas, pelo pagamento através da internet, dentre outros.




O CCBB-RJ é, sem dúvidas, um dos centros culturais mais importantes da nossa cidade, se não o mais importante. A razão é simples: está sempre apresentando uma programação de muito conteúdo e qualidade, que passa por todos (ou quase todos) os tipos artísticos e que, quando não é gratuita, é quase de graça (preços realmente excelentes). Evidentemente, sua programação se estende a muito mais do que aos programas citados acima. Aproveitemos!

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