sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Religiosidade feminina


Uma vez fiz um trabalho na faculdade sobre a religiosidade feminina no mediterrâneo. Os judeus,os romanos e os gregos julgavam a mulher como uma eterna criança. Na verdade isso se dava apenas para justificar o total controle que os homens queriam ter sobre as mulheres para que os filhos que delas viessem fossem legítimos de seus maridos.
Um tipo de controle sobre a mulher mediterrânea era proibí-la de participar dos cultos religiosos como sacerdotisa, e no caso dos judeus, elas nem podiam entrar no templo.

Excluidas da esfera religiosa oficial, as mulheres criaram a própria religiosidade. Esse ato era mal visto pelos homens, que chamavam essa religiosidade de crendice feminina ou mesmo bruxaria. No entanto, elas como mães e esposas utilizaram seu poder espiritual para proteger seus "homens" e lhes davam amuletos e bençãos entre outras coisas, ao qual estes diziam usar só para satisfazer um capricho. Na verdade sentiam medo desse poder paralelo exercido pelas mulheres.

Na cultura africana, as mulheres também representavam um poder paralelo, que era respeitado pelos homens e também temido, só que elas também não podiam entrar em contato com os mortos dentro da religião, o contato com espiritos de guerreiros era mais dado ao homem. O engraçado é que apesar de ser considerado mais aberto a esse contato espiritual, era reconhecido na mulher o poder sobre a vida e a morte. Por ser ela quem dá a luz, em algumas tribos, só elas podem chorar os mortos e cuidar de doentes.

De alguma forma acredito que as mulheres na África tiveram uma situação social melhorada. Elas podiam vender escravos (na África as tribos inimigas escravizavam umas as outras) entre ouras funções. A mulher era considerada uma riqueza, pois quanto mais filhos produzisse mais rica era a família (tendencia que acaba se esvaindo quando a sociedade se ocidentaliza e urbaniza), pois teriam mais filhos para trabalhar. Nos contratos de casamento, o pretendente tinha que dar presentes a família da noiva, para cada integrante, justamente por esse alto valor do feminino.

No tocante a escravidão, as mulheres eram menos vendidas na África porque raramente se entregava uma mulher para pagar a divida da família. O escravo virava um estrangeiro, perdia total ligação com a tribo e com sua família, e não era jogo quebrar o vinculo já que em época de casamento os presentes pela esposa eram inúmeros.

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