sábado, 5 de maio de 2012

Cachoeira e o mar de lama


O deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ) e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pareciam relaxados nesse banho de cachoeira até que. . .
Por Carlos Pinho

Afinal, recordar é viver. . .

E a presença do bicheiro Carlinhos Cachoeira em escândalos envolvendo nossos políticos está longe de ser uma novidade.

Para refrescar a memória do leitor, em 2004, o mesmo gravou e divulgou um vídeo no qual Waldomiro Diniz, então assessor de José Dirceu, o ministro-chefe da Casa Civil na época, aparece extorquindo o contraventor. A propina seria destinada às campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores e do Partido Socialista Brasileiro no Rio de Janeiro. Por sua vez, Diniz garantia-lhe ajuda em concorrências públicas.    

José  Dirceu

O caso ganhou repercussão internacional. Foi a primeira crise política do governo Lula. Dirceu perdeu força, já que Waldomiro Diniz 
era seu homem de confiança – seu amigo e assessor direto entre os anos de 1992 e 2004. De certa forma, o caso foi abafado, o tempo tratou de diluí-lo na lembrança popular e José Dirceu ganhou uma sobrevida no cargo – até que o escândalo do Mensalão o derrubasse em 2005.

Waldomiro Diniz
O que há de mais estarrecedor na relação do bicheiro com a política brasileira é o grande número de gente que está saindo “molhada” a cada vez que uma manobra escusa ligada à Cachoeira “deságua” em investigações, na imprensa e na opinião pública.

Ministros, governadores, prefeitos, deputados, senadores, jornalistas, enfim. . .

Nesse mar de lama não há qualquer tipo de discriminação. Essa cachoeira, que já afogou gente da situação, agora inunda os gabinetes de membros do governo, aliados e opositores. Uma rede de negociatas que possui, em sua pauta, os mesmos interesses desbaratados em 2004, dentre eles, o favorecimento em licitações públicas.

Segundo a revista Isto é, em conversas telefônicas, Cachoeira fala sobre contratos públicos em São Paulo nas gestões de Serra e Kassab.















Nessa enxurrada de acusações, a construtora Delta está mergulhada até o pescoço. Ela seria a maior beneficiada nessa trama. E, nadando ao encontro das suspeitas, não seria de se pasmar. Ela está presente numa quantidade avassaladora de obras vinculadas a estados, a municípios e ao próprio governo federal.  

Sérgio Cabral faz a festa com os seus secretários e os diretores da Delta em Paris.
“Aqui come todo mundo, cara. Se não pagar pra todo mundo não funciona. Eu tô nisso há 16 anos!”, explica Lenine Araújo de Souza, o braço direito de Cachoeira, em diálogo gravado pela Polícia Federal.
Àqueles que estão ilhados na desinformação, os nomes do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), do deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ), dos governadores Agnelo Queiroz (PT-DF), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ), além de José Serra – quando prefeito de São Paulo –, se pesquisados juntos ao de Carlinhos Cachoeira, dão um panorama da poluição existente da foz à nascente do rio Brasil. 

Carlinhos Cachoeira

Mas, que fique bem claro, límpido e cristalino: estes são apenas alguns que figuram nessa cascata, que nada tem de marolinha e que, para alguns, já se tornou um tsunami.  

2 comentários:

  1. Ola meu querido dei uma passadinha no seu blog para conhecer e adorei suas postagens viu!
    Bom quero te deixar um super mega abraço com carinho e uma boa noite.Ah já estou te seguindo e terei o imenso prazer de tela no meu blog. http://ciganaluminosa.blogspot.com.br/

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  2. "estes são apenas alguns que figuram nessa cascata, que nada tem de marolinha e que, para alguns, já se tornou um tsunami. " muito bom! Parabéns!

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