quarta-feira, 16 de maio de 2012

EXAMES DE ROTINA SOMADOS A VIDA SAUDÁVEL EVITARIAM MUITOS CASOS DE CÂNCER NO BRASIL!

Nos últimos anos, pudemos acompanhar a luta de José Alencar, Ana Maria Braga, Dilma Rousseff e até mesmo da Hebe, contra o câncer.

A doença é a segunda que mais mata no mundo e muitos desses casos poderiam ser evitados com uma simples mudança de hábitos de vida saudáveis e a realização periódica de exames de rotina.

Se todos fizessem a mesma coisa, três em cada dez casos de câncer registrados no país poderiam ser evitados.

Um em cada cinco casos é herança genética, mas para a maioria dos pacientes, a falta de cuidado com a própria saúde é o que dispara o gatilho.

Quase 170 mil brasileiros pagam com a própria saúde o preço de anos e anos de maus hábitos como o fumo, a bebida, o excesso de carnes vermelhas e dos alimentos gordurosos.

Tem também o problema da obesidade, que aumenta as chances de uma pessoa ter câncer de intestino, de próstata ou de mama.

A grande mudança, que começa com hábitos de vida mais saudáveis, deveria terminar em um consultório médico. É lá que onde muitos casos podem ser descobertos e evitados.

Todos sabemos que hábitos saudáveis e exames periódicos podem reduzir a ocorrência de novos casos, mas e se os médicos conseguissem tratar o paciente antes mesmo de surgir a primeira célula doente?

Os primeiros estudos sobre quimioprevenção começaram ainda na década de 90, nos Estados Unidos. A técnica consiste em medicar pessoas que ainda não tenham a doença, mas que possuem alto risco de desenvolvê-la.

As pesquisas se concentram na menor porção do corpo humano, afinal, é dentro das células que estão os genes que sofrem as mutações e originam o câncer. O objetivo é interromper o processo e evitar a doença.

Um grupo de oncologistas americanos e europeus está defendendo a quimioprevenção.

Coordenados pelo epidemiologista Jack Cuzick, do centro de pesquisas em câncer do Reino Unido, médicos e pesquisadores afirmam que remédios hormonais são eficazes na redução do risco de câncer de mama, mas ainda são muito pouco utilizados.

Um desses remédios é o tamoxifeno, que bloqueia os receptores de estrogênio na mama e já foi bem pesquisado para a prevenção. Seu uso foi aprovado pelo órgão regulador de medicamentos dos Estados Unidos, mas ainda não passou pela análise da Anvisa.

"- A indicação pode ser feita individualmente pelo médico, mas a maioria não faz", diz o oncologista Auro del Giglio, da faculdade de medicina do ABC e do hospital Albert Einstein.

Isso porque, segundo Giglio, o remédio pode aumentar o risco de trombose e câncer de útero.

A indicação da droga costuma ser feita para casos de alto risco, mas há tentativas de estender esse uso. O mastologista José Roberto Filassi, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo acredita que há interesses comerciais por trás.

"- Há um estudo sobre o uso preventivo de outro tipo de droga hormonal para câncer que deve ser publicado em 2012. São os inibidores de aromatase, que impedem a formação de estrógeno. Pode haver interesse dos fabricantes, porque esses remédios estão perdendo a patente."

Em artigo publicado no periódico Lancet Oncology, os principais autores do consenso declaram conflitos de interesse. Eles receberam patrocínio da Astra Zeneca, Novartis e Eli Lilly, que fabricam inibidores de aromatase.

Contrário a essa opinião, Michael Sporn, professor de farmacologia da faculdade de medicina Dartmouth, nos Estados Unidos, em artigo publicado na revista Nature, sugere que o uso preventivo de remédios para câncer pode se tornar tão comum quanto o de estatinas para evitar doença de coração. As estatinas diminuem o colesterol, fator de risco para infartos. Os remédios hormonais reduzem ou bloqueiam o estrógeno. Em 70% dos casos de câncer de mama, o aumento desse hormônio no tecido mamário está associado ao desenvolvimento da doença.

"- É preciso diferenciar as coisas. O colesterol pode ser medido objetivamente. O risco de câncer de mama não. É só uma projeção a partir de dados clínicos, e mesmo assim, ter maior risco não significa que você vai desenvolver a doença", diz a coordenadora de oncologia clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Pilar Estevez.

Além de a definição de risco ser problemática, Estevez questiona o uso de remédio por pessoas que não estão doentes.

"- Se ela tiver complicações por causa do remédio, será a troca de uma probabilidade de doença, por problemas induzidos pelo medicamento."

Essa doença ingrata ainda não tem (pré) diagnóstico confiável, quanto mais cura.

Lembro que desde que era pequeno ouvia falar que o principal desafio dos cientistas era a descoberta da cura do câncer e até agora nada...

“- Não. Não tenho medo de morrer. De forma alguma. Mesmo porque, se Deus quiser me levar, Ele não precisa do câncer. Tenho medo é da desonra!” José Alencar (17/10/1931 - 29/03/2011).

Que a vontade de viver demonstrada pelo nosso saudoso ex-vice-presidente sirva de exemplo para todos nós e como incentivo e motivação para os cientistas!

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