Nos últimos anos, pudemos acompanhar a luta de José Alencar, Ana Maria 
Braga, Dilma Rousseff e até mesmo da Hebe, contra o câncer.
A 
doença é a segunda que mais mata no mundo e muitos desses casos poderiam
 ser evitados com uma simples mudança de hábitos de vida saudáveis e a 
realização periódica de exames de rotina.
Se todos fizessem a mesma coisa, três em cada dez casos de câncer registrados no país poderiam ser evitados.
Um
 em cada cinco casos é herança genética, mas para a maioria dos 
pacientes, a falta de cuidado com a própria saúde é o que dispara o 
gatilho.
Quase 170 mil brasileiros pagam com a própria saúde o 
preço de anos e anos de maus hábitos como o fumo, a bebida, o excesso de
 carnes vermelhas e dos alimentos gordurosos.
Tem também o problema da obesidade, que aumenta as chances de uma pessoa ter câncer de intestino, de próstata ou de mama.
A
 grande mudança, que começa com hábitos de vida mais saudáveis, deveria 
terminar em um consultório médico. É lá que onde muitos casos podem ser 
descobertos e evitados.
Todos sabemos que hábitos saudáveis e 
exames periódicos podem reduzir a ocorrência de novos casos, mas e se os
 médicos conseguissem tratar o paciente antes mesmo de surgir a primeira
 célula doente?
Os primeiros estudos sobre quimioprevenção 
começaram ainda na década de 90, nos Estados Unidos. A técnica consiste 
em medicar pessoas que ainda não tenham a doença, mas que possuem alto 
risco de desenvolvê-la.
As pesquisas se concentram na menor 
porção do corpo humano, afinal, é dentro das células que estão os genes 
que sofrem as mutações e originam o câncer. O objetivo é interromper o 
processo e evitar a doença.
Um grupo de oncologistas americanos e europeus está defendendo a quimioprevenção.
Coordenados
 pelo epidemiologista Jack Cuzick, do centro de pesquisas em câncer do 
Reino Unido, médicos e pesquisadores afirmam que remédios hormonais são 
eficazes na redução do risco de câncer de mama, mas ainda são muito 
pouco utilizados.
Um desses remédios é o tamoxifeno, que bloqueia
 os receptores de estrogênio na mama e já foi bem pesquisado para a 
prevenção. Seu uso foi aprovado pelo órgão regulador de medicamentos dos
 Estados Unidos, mas ainda não passou pela análise da Anvisa.
"- A
 indicação pode ser feita individualmente pelo médico, mas a maioria não
 faz", diz o oncologista Auro del Giglio, da faculdade de medicina do 
ABC e do hospital Albert Einstein.
Isso porque, segundo Giglio, o remédio pode aumentar o risco de trombose e câncer de útero.
A
 indicação da droga costuma ser feita para casos de alto risco, mas há 
tentativas de estender esse uso. O mastologista José Roberto Filassi, 
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo acredita que há interesses 
comerciais por trás.
"- Há um estudo sobre o uso preventivo de 
outro tipo de droga hormonal para câncer que deve ser publicado em 2012.
 São os inibidores de aromatase, que impedem a formação de estrógeno. 
Pode haver interesse dos fabricantes, porque esses remédios estão 
perdendo a patente."
Em artigo publicado no periódico Lancet 
Oncology, os principais autores do consenso declaram conflitos de 
interesse. Eles receberam patrocínio da Astra Zeneca, Novartis e Eli 
Lilly, que fabricam inibidores de aromatase.
Contrário a essa 
opinião, Michael Sporn, professor de farmacologia da faculdade de 
medicina Dartmouth, nos Estados Unidos, em artigo publicado na revista 
Nature, sugere que o uso preventivo de remédios para câncer pode se 
tornar tão comum quanto o de estatinas para evitar doença de coração. As
 estatinas diminuem o colesterol, fator de risco para infartos. Os 
remédios hormonais reduzem ou bloqueiam o estrógeno. Em 70% dos casos de
 câncer de mama, o aumento desse hormônio no tecido mamário está 
associado ao desenvolvimento da doença.
"- É preciso diferenciar 
as coisas. O colesterol pode ser medido objetivamente. O risco de câncer
 de mama não. É só uma projeção a partir de dados clínicos, e mesmo 
assim, ter maior risco não significa que você vai desenvolver a doença",
 diz a coordenadora de oncologia clínica do Instituto do Câncer do 
Estado de São Paulo, Pilar Estevez.
Além de a definição de risco ser problemática, Estevez questiona o uso de remédio por pessoas que não estão doentes.
"-
 Se ela tiver complicações por causa do remédio, será a troca de uma 
probabilidade de doença, por problemas induzidos pelo medicamento."
Essa doença ingrata ainda não tem (pré) diagnóstico confiável, quanto mais cura.
Lembro
 que desde que era pequeno ouvia falar que o principal desafio dos 
cientistas era a descoberta da cura do câncer e até agora nada...
“- Não. Não tenho medo de morrer. De forma alguma. Mesmo porque, se Deus quiser me levar, Ele não precisa do câncer. Tenho medo é da desonra!” José Alencar (17/10/1931 - 29/03/2011).
Que a vontade de viver demonstrada pelo nosso saudoso ex-vice-presidente sirva de exemplo para todos nós e como incentivo e motivação para os cientistas!

 
 
legal seu blog!
ResponderExcluirhttp://tributonobrasil.blogspot.com.br/