terça-feira, 1 de maio de 2012

Fotografias apaixonantes. Mais que isso: natureza, conscientização e beleza.



Você já ouviu falar em Yann Arthus-Bertrand? fotógrafo, jornalista e ambientalista, este homem não só trabalha em prol da conscientização da importância da preservação ambiental como também é, sem dúvidas, um grande artista.

Arthus-Bertrand, francês nascido em Paris em março de 1946, dá a nós, cariocas, a oportunidade de nos fascinarmos e de ficarmos boquiabertos com suas fotografias e com as paisagens e situações por elas mostradas. A exposição vai até dia 24 de junho e se iniciou no último dia 27, na Praça Floriano, na Cinelândia. Expostas em tamanho bem grande, são 130 fotografias, todas acompanhadas de legendas e, acreditem, vale muito à pena tirar horas de um dia pra ver e lê-las uma por uma. Pode até ficar cansativo no final, mas o vislumbre do entendimento, do conhecimento e do fascínio pela arte compensa em demasia. Até porque muitas são incompreensíveis sem lê-las. Diversas nos remetem a quadros a óleo de arte abstrata, enquanto, na verdade, são imagens de coisas bem reais como derramamentos de petróleo e coisas do genêro. As fotografias foram todas tiradas por ele de um helicópero a alturas que variaram entre 300 e 30.000 metros.

Quando o francês tinha 30 anos, em 1978, ele foi para o Quênia realizar um estudo sobre o comportamento dos leões. Acompanhado por sua mulher, que também integrou a realização do estudo, Arthus-Bertrand teve que arrumar um meio de se sustentar: ser piloto de balão. Este é o momento crucial que demarca o início de muitos projetos, pois foi neste momento que ele se apaixonou completamente pelas paisagens vistas do céu. Descobrindo a fotografia aérea, tirou fotos de desertos, ilhas, vulcões, praias, plantações, dentre muitos outros. "A Terra Vista do Céu", nome da exposição que está sendo exposta na cidade e que já passou por 110 países, mostra-nos diversas dessas fotografias.

Nesse caminho, Arthus-Bertrand fundou uma agência de fotos: a Altitude, especializada em fotografias aéreas. E o artista esteve aqui presente no último dia 26 como convidado do Encontros O GLOBO. Convite este que não lhe foi oferecido apenas por conta de seu trabalho como artista, mas sobretudo pelo seu trabalho como ambientalista. Afinal, estamos contando os dias para a realização do evento RIO+20, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento sustentável e economia verde, que ocorrerá entre 13 e 22 de junho. E mais que isso: sua exposição não poderia mesmo deixar de passar por aqui, cidade que, de certo modo, é o seio materno dela. Foi a RIO 92 (também conferência realizada pela ONU há 20 anos, visando discussões sobre questões ambientais, mudanças e metas) que inspirou Arthus-Bertrand a realizar este tabalho e foi logo após sua vinda ao evento que as fotografias começaram a ser produzidas. Ao longo de oito anos ele tirou essas fotografias arrebatadoras.

Arthus-Bertrand diz: "É preciso fazer uma revolução já. E ela não pode ser ecônomica, científica ou política. É preciso que seja espiritual. Mas não no sentido religioso, e sim com a pergunta: como podemos fazer para viver melhor?", referindo-se à situação atual do mundo em relação aos problemas ambientais, os quais podem sim ter solução. Nomeado Embaixador de Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, suas fotografias merecem ser mais que conferidas: merecem ser admiradas.

Como não se apaixonar, assim como Bertrand, pela fotografia aérea? Depois de comparecer à exposição isso se torna inevitável. São simplesmente fascinantes. Pode-se, é claro, visitá-la mais de uma vez. Uma exposição em praça pública tem mais que o objetivo de apenas apresentar as obras, ela objetiva trazer pra perto de nós, cidadãos, não só a oportunidade mais prática de vê-la, como, no caso, a conscientização em relação à natureza: como ela nos afeta, como nós a afetamos e, acima de tudo, como precisamos refletir sobre e preservá-la.

Deixo aqui um gostinho de quero mais:













  


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