quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Um Jogo. Muita Saudade.

Por Carlos Pinho. . .

Um clássico de tradição. Bonsucesso e São Cristovão, clubes que já viveram dias muito melhores nos campos da vida, enfrentaram-se ontem, pela 4ª rodada do Campeonato Carioca da Série B. A realidade das duas equipes está aquém dos louros de outrora. Bem distante das histórias sobre grandes partidas e jogadores contadas pelos torcedores de longa data, durante os bate-papos de intervalo. O varandão da saudade. Uma saudade boa.

Mário, um centroavante esguio e oportunista, vindo do Palmeiras. Jonas, uma muralha no gol. Tuca e o seu chute avassalador. Leônidas da Silva, o Diamante Negro, patrimônio indelével da cultura nacional e eterno na admiração dos torcedores do Rubro-Anil. Tantos craques que desfilaram categoria em tempos onde a Teixeira de Castro era um palco ilustre para os maiores do futebol no Brasil e no Mundo. Telê Santana (pelo Fluminense), Zico (pelo Flamengo) e Paulo César Caju (pelo Botafogo) são alguns desses personagens imortais.

Depois de bebermos um pouco na fonte do passado, voltemos à tarde do dia 23 de fevereiro de 2011. No primeiro tempo, o Bonsucesso buscou mais o ataque, fazendo-se valer do mando de campo e abrindo o placar. Mesmo com as falhas da defesa, safava-se pela fragilidade do time da rua Figueira de Melo, principalmente, de seu ataque. Afinal, valores como Ronaldo não surgem a granel. 

No segundo tempo, o Leão da Leopoldina manteve a sua postura ofensiva, sendo mais organizado. Na reta final, caiu de produção com as substituições que não renderam o esperado pelo técnico Manoel Neto. E ainda perdeu uma penalidade, desperdiçada pelo camisa 10 Marco Goiano. Resultado final: 1 a 0 para o Bonsuça, que segue em terceiro lugar, logo abaixo de Sendas e S. J. da Barra.

A bela surpresa da partida foi a escalação de um menino meio franzino que, inicialmente, pouco foi notado. Até tocar na bola. Juninho, um camisa 9 insinuante, infernizou a zaga dos Cadetes- como ficaram conhecidos popularmente. Marcou um lindo gol, fora o baile. Um jogador arisco e abusado no trato com a bola, como há muito não se via pela relva verde do estádio Leônidas da Silva. A esperança de uma torcida abnegada e de um clube que merece escrever melhores capítulos nos anais do nosso esporte.

 

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