Por Carlos Pinho
O que o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, os ruralistas e o kit anti-homofobia têm em comum? Na verdade, nada. Só que, do “toma lá, dá cá” dos corredores políticos, é capaz de sair as mais surpreendentes negociatas a fim de fazer valer interesses. Esses três assuntos distintos e polêmicos se encontraram nos meandros da política brasileira na última semana.
O combate à homofobia tem sido fruto de muitos debates em todo o país. A bancada de deputados federais que defende os direitos do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros), liderada por Jean Wyllys, encontram muita resistência de setores da Câmara para avançar com as suas propostas. Exemplo da acirrada briga política travada pelos deputados são os vários pronunciamentos e manifestações do deputado Jair Bolsonaro, homofóbico assumido.
Elaborado pelo Ministério da Educação, um dos focos da crítica de Bolsonaro é a cartilha anti-homofobia, chamada por ele de “kit-gay”. Essa cartilha, que está na pauta de discussão no parlamento, seria distribuída nas escolas com o objetivo de estimular os jovens do ensino médio ao debate com relação à diversidade sexual e o enfrentamento do preconceito. Esse material tinha seu início de circulação previsto para o segundo semestre.
Eis que, em contradição com o próprio governo, a presidenta Dilma Rousseff vetou o projeto, alegando que o material faria “propaganda de opção sexual”. Mas há muito caroço debaixo desse angu. E aí entram os casos envolvendo Palocci e os ruralistas.
As acusações sobre o aumento do patrimônio de Antônio Palocci deu força à oposição, dependente de escândalos para voltar a baila. Esses setores contrários ao governo buscam, de todas as formas, levá-lo ao plenário para prestar depoimento. A presidenta, temerosa que isso aconteça, iniciou um processo de “troca de favores” a fim de blindar Palocci, peça chave de seu governo.
Dentro dessa disputa de interesses, parlamentares ligados aos ruralistas propuseram um acordo com o Executivo: a “anistia” ao ministro pela anistia aos desmatadores. Dilma rejeitou essa hipótese, dizendo que não favoreceria os desmatadores. Sobrou para a cartilha anti-homofobia, que sucumbiu diante da barganha feita entre o governo e a bancada evangélica, na corrida desenfreada de novamente varrer a podridão para debaixo do tapete e diante dos olhos míopes do povo brasileiro.
Nesse jogo desleal, adivinha quem venceu? A intolerância.
Boa tarde Carlos, parabéns pelo blog!
ResponderExcluirSeu texto realmente toca no centro da questão: o meio ambiente e o combate à homofobia estão sendo barganhados pelo silêncio da oposição sobre o caso Palocci.
A sociedade civil precisa participar desse debate, pressionar os que estão no centro de decisão. Essas discussões travadas em blog's e outros tipos de espaços de informação são essenciais para um maior esclarecimento. Parabéns por contribuir nessa questão.
Estou te seguindo.
Jônathas Cruz
http://blogdejonathas.blogspot.com/
massa teu blog hein velho sou do http://inconstantedreams.blogspot.com/ tu comento la ..hihi parabens
ResponderExcluirParabéns pelo blog estou seguindo, te aguardo no meu.
ResponderExcluirhttp://msculinariapraticafacileeconomica.blogspot.com/