Eu entendo porque os pensadores sempre defenderam a idéia de que é a emoção que faz dos seres humanos tão tolos em tantos momentos e aspectos. Quantas vezes ficamos mais preocupados e nos abalamos muito mais com um relacionamento amoroso (se é que havia mesmo amor) que não deu certo do que com outros problemas racionalmente mais sérios!? Quantas vezes a nossa tristeza por motivos pessoais afetam nosso trabalho, horários, estudos, nosso profissionalismo? Quantas vezes o término de um namoro faz com que a pessoa desanime a sair pra qualquer atividade, com quaisquer amigos? Quem não percebe isso, com todo o respeito, está na hora de aguçar a auto análise e a conseqüente compreensão de si mesmo.
Sinceramente, nós agimos sempre, irrefutavelmente sempre, como se fosse certo que amanhã todas as pessoas à nossa volta continuarão ao nosso redor. A verdade é que isso nunca é e jamais será garantido. É a lei da vida. Ou melhor (ou pior?), a da morte. Pois quando falo na possibilidade de acordar no dia seguinte e existir alguém que não está mais perto, não me refiro a só se separar, acabar com a comunicação. Há algo muito maior: o irremediável. Imutável. Nós nos acostumamos com isso. Acordamos, dormimos e acordamos com as mesmas pessoas por perto e, de repente, quebramos a cara e perdemos alguém. Um dia eu não estarei aqui. Haverá o dia em que eu não mais saírei pras noitadas, outro em que eu não mais publicarei e outro ainda, ou o mesmo, em que eu não mais estarei presente fisicamente na vida de ninguém, nem online no MSN, viu?
Eu tento tanto aproveitar ao máximo não só os momentos que vivo, mas muito além disso, muito acima, aproveitar as pessoas que por mim passam. E eu sempre me pergunto: como e porque as demais pessoas não fazem o mesmo? Ou pelo menos, eu não percebo. Todos falam sobre a importância de vivermos ao máximo cada momento. Pois eu altero essa frase e falo sobre a importância de vivermos, sentirmos, aproveitarmos ao máximo cada PESSOA. Seja um pai, uma mãe, um irmão ou outro familiar, um amigo, uma amiga, um homem, uma mulher, um amor, uma paixão, um colega, um (des)conhecido, um passageiro. Seja um beijo adolescente na noitada, seja um beijo de amor. A questão não é, e não deve ser jamais, beijar sempre com muito desejo. Deve ser beijar sempre com muito desejo àquela pessoa. Não é gargalhar com um prazer absurdo. É gargalhar com aquela pessoa. Não é conversar sobre assuntos interessantes e produtivos. É conversar com aquela pessoa, seja quem for!
Costumamos dizer que amigos de verdade são poucos, são sim. São muito poucos, muitas vezes contados nos dedos, devido justamente ao fato de que o homem não aprendeu o quanto é bom cultivar a amizade com qualquer pessoa. Impossível mesmo falar diariamente e ver constantemente cada pessoa que conhecemos, ainda mais nesses tempos atuais de Internet e demais tecnologias, mas por que não manter sempre a simpatia, a possibilidade de quando encontrar com a pessoa, mesmo que isso ocorra raramente, realizar-se uma boa conversa? Por que não cultivar o carinho, mesmo com aqueles que não são os primeiros na lista a quem pedir socorro quando precisamos? É inegável o fato de que o carinho será mais (muito mais, até) intenso com aqueles sempre presentes. Mas isso não anula a possibilidade de alimentar um bom sentimento por “todos“.
Não sei como era exatamente no colégio com os meus pais, meus avós, com vocês. Mas eu, em meus 18 anos, observo o absurdo que é a quantidade de pessoas que falam uns com os outros no colégio mas quando passam um pelo outro na rua simplesmente não se dizem “oi”. Quantos são os adolescentes que se conhecem, sabem quem são, às vezes em outra época até se falavam constantemente, mas que ainda assim fingem na rua que não conhecem um ao outro!?
Devo admitir que sou carente; é muito fácil chamar ao outro de carente como se isso fosse um rótulo, mas eu me pergunto, sinceramente, que ser humano não é sob nenhum aspecto. Às vezes tudo de que precisamos é de um abraço, ou quando dizemos que vamos sair do MSN porque não estamos muito bem, que alguém diga “fica!”, como um simples sinal de importância. Na verdade mesmo, queria de verdade que pelo menos por um dia e uma noite todos nós agíssemos como se tivéssemos total consciência de que corremos o risco de acordarmos e não termos mais as mesmas pessoas ao nosso redor. É clarividente que isso é sonho. Utopia. Eu mesma digo isso, reflito quase diariamente sobre esse assunto, mas não consigo pôr isso em prática durante todo o tempo. Acho que é algo superior demais pra mente humana.
Talvez esse texto, uma crônica, nem sei, tenha passagens mais direcionadas à atuais adolescentes. Eu realmente não sei. Só sei que tenho carinho verdadeiro por aqueles que estudaram comigo desde pequenina, por aqueles que em alguma época conversavam comigo mas que hoje nem se lembram de que eu existo, por cada um que teve comigo pelo menos uma boa conversa, um bom momento, que pelo menos uma vez me direcionou um sorriso sincero, uma palavra simpática. Podemos não ter intimidade, talvez se eu conhecesse melhor diversas dessas pessoas, viéssemos a descobrir que não nos daríamos bem, que não temos afinidade. Não há amor entre nós, e pode não haver uma relação de amizade. Mas manter uma relação de amizade com uma pessoa é diferente de ser uma pessoa amiga. Uma relação é algo fechado às duas pessoas, que realmente exige dedicação, tempo e certa presença. Mas ser uma pessoa amiga independe disso. É ter atitudes amigas a qualquer instante com qualquer pessoa.
E aí, você é uma pessoa amiga ou se limita a ser um amigo íntimo de alguns? Se for, entre em contato, estou precisando conhecer pessoas que tenham essa qualidade tão rara e de tanto valor.
Com esse toque de paixão só podia mesmo ser Elis Bondim. Gosto muito do jeito como você aborda as situações em seus post/crônicas aqui no blog. "É preciso amaras pessoas como se não houvesse amanhã", acredito muito nisso. Parabéns beijos!
ResponderExcluirAhhh, muito obrigada, Aleska! =) É muito importante pra mim saber disso. Também acredito. Beijos!
ResponderExcluirsegue e comenta meu blog ? eu sigo e retribuo comentários (: beijos!
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