quinta-feira, 21 de julho de 2011

Poupar é preciso

Por Rufino Carmona

Em quase 20 anos de jornalismo, já entrevistei tantos economistas que até perdi a conta. E o assunto mais recorrente foi finanças pessoais. Tenho uma grande coletânea de informações sobre o tema e vou dividir com você, leitor, todas às quartas-feiras aqui nesse espaço.

Hoje, vou falar sobre poupança. Todo mundo sabe da importância de se criar um “pé de meia”, mas poucos conseguem.

Pois bem, a teoria que vou passar para você agora me foi explicada por vários economistas. Mas a primeira vez que escutei sobre ela foi através de um professor meu lá do ensino médio. Nunca me esqueci. Disse ele para a turma: “Nós temos muitas contas para pagar todos os meses. Que tal criarmos mais uma?”

A turma olhou com espanto para o mestre, que logo explicou: “Não estou falando para comprarmos mais não, gente. Essa conta nova é o dinheiro que devemos colocar na caderneta de poupança assim que recebermos o nosso salário. Eu faço isso há muitos anos. Sempre tenho uma boa reserva em caixa e, o que é melhor, rendendo 6% ao ano além da inflação”.

“Quando eu recebo o meu salário, separo 20%, vou ao banco e deposito na caderneta de poupança. Depois, pago as minhas contas, faço as compras do mês e vejo o que sobra. Com esse restante, passo o mês normalmente sem aperto”.

Esse meu professor era muito sábio. E nem era de matemática. Era de OSPB. Sim, essa matéria fazia parte do currículo escolar na época: Organização Social e Política Brasileira. Ele tocou nesse assunto durante uma discussão sobre política. Nem me lembro por qual motivo.

Tenho certeza que todos nós que estávamos nessa aula nunca esquecemos dessa grande lição. Esse dinheiro que ele guardava e que ainda rendia servia como um colchão no qual podia dormir tranqüilo. Sempre tinha uma reserva para os imprevistos da vida. E é assim que eu tento agir até hoje. Nem sempre é possível ser tão objetivo como o meu professor dizia ser. Mas lembro disso quase que diariamente.

Tem muita gente que gasta dinheiro, às vezes, comprando itens totalmente desnecessários e que acabam, em algum momento, tendo que recorrer a empréstimos bancários, quando podia ter construído esse colchão e não pagar os juros estratosféricos cobrados pelos bancos na concessão de crédito.  

E aí: você já age dessa forma? Se não, acha que pode conseguir?

Na semana que vem, vou dar algumas dicas para os superendividados. Espero que não seja mais preciso apelar para a Santa Edwiges nem para Santo Expedito!

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