Por Rufino Carmona
Hoje é dia 22 de julho. Se até 2 de agosto, o Congresso dos Estados Unidos não resolver o impasse sobre a elevação do teto de endividamento do país, estará decretado o primeiro calote do grande império do norte. E, por ironia do destino, um dos países que deixará de receber seus trocados será o Brasil. Sim, o nosso Brasil que, alguns anos atrás, assustava o mundo, como em 1987, quando deixamos de pagar, por um tempo, a dívida externa.
Mas nossa dívida externa já não existe. Ninguém mais se assusta com o Brasil. Pelo contrário. Temos problemas hoje é com a enxurrada de dólares que não para de entrar pelos quatro cantos do país. Fico pensando se, por um instante, num momento transcendental, esse meu texto fosse lido pelos economistas brasileiros que lutavam bravamente para dar alguma credibilidade ao país, lá pelos anos 80, 90. Eles certamente não acreditariam no quê escrevo hoje. Ririam da minha cara.
Mas voltemos a 2011. Para ninguém se alardear, é evidente que os Estados Unidos vão resolver isso antes do fatídico 2 de agosto. É que, pelo menos por enquanto, o problema ainda é mais político do que econômico propriamente. O partido Republicano está esticando a corda até não poder mais para desgastar o presidente Obama e assim conseguir emplacar alguns de seus projetos e ainda se fortalecer um pouco para concorrer contra o próprio numa eleição em que terá pouquíssimas chances de vitória.
Só que, apesar de a crise ser mais política, a economia dos Estados Unidos já dá sinais, há um bom tempo, que não tem a mesma pujança de outrora. Eles ainda vão ser, por muitos anos, o país mais rico do mundo, mas o distanciamento em relação principalmente aos emergentes tende a ser cada vez menor.
A dívida americana é simplesmente igual à soma de tudo que produzem anualmente. Se isso acontecesse aqui no Brasil, o mundo já teria nos dado às costas há tempos. Mas o Tio Sam é o Tio Sam. Eles ainda gozam da vantagem de não terem, em toda a história, um só momento em que não tivessem honrado seus compromissos. São o porto seguro do capital do mundo.
Mas que não tomem tenência! Se continuarem a se afundar em guerras intermináveis e não contiverem os gastos públicos, esse império acaba muito antes do que qualquer historiador pudesse esperar.
e que acabe mesmo, ainda que afete nossa economia
ResponderExcluirum império sempre tem que terminar. sempre.
seguindo.
www.amykuroneko.com
Será que a China vai ser o novo império? Ou será que o BRICS vai reinar junto?
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