Por Aline Marques Gomes
Na manhã de 04 de abril de 2011, bombeiros aquartelados foram surpreendidos com a invasão do Quartel Central dos Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, pela Tropa de Elite da Policia Militar. Os militares que efetivavam seu direito à manifestação, lutavam pela melhoria dos salários e por melhores condições de trabalho. Os bombeiros aquartelados foram expulsos de seu quartel, presos e, segundo promessas do governo do estado, serão processados administrativa e criminalmente por seus atos, ironicamente, garantidos por direito. Portanto, será uma crise no Corpo de Bombeiros ou um ataque à Instituição?
Recorrendo à Maquiavel, este nos ensina que um governo deve se legitimar de duas maneiras, através do consenso ou da coerção. Em entrevista com um membro do Corpo de Bombeiros, foi-me explicado que, de acordo com as leis militares, a manifestação se dará por caminhada pacífica ou pelo ato de aquartelamento, qualquer outro modo de manifestação será considerado motim. A perspectiva pela qual é encarado os atos praticados pelos militares, revela muito de uma política estatal. Nosso governador prometeu processar administrativa e criminalmente os bombeiros manifestantes, no entanto, antes de manifestar-se na coletiva de imprensa, permaneceu reunido com secretários por toda a manhã. Durante este período a mídia noticiava imagens da violência disseminada durante a invasão do Bope ao QG dos Bombeiros, culpabilizando os militares por levarem consigo, à manifestação esposas e filhos, com isso, legitimando a atitude violenta e arbitrária da PM do RJ; e respaldando sua posição política em comentaristas embasados e conceituados, que partilhavam da opinião, ainda não divulgada, do governador. Portanto, caro leitor, será coincidência? De fato, temos efetivado nosso direito à informação? Ainda acredita que a mídia é neutra?
Retornando à Maquiavel, percebo, pela atitude arbitrária, violenta e punitiva do governador, que este efetiva seu poder de Estado através da coerção, todavia, todo o governante deve temer seu povo, portanto utiliza a mídia para legitimar suas decisões. Assim, o povo, detentor de todo o poder para mudar os rumos da sua história, passa a acusar o vizinho, o amigo, o colega de trabalho, pois ele é o inimigo. Dialéticamente, o povo é o inimigo e a vítima, de acordo com a vontade política dos governantes.
Sérgio Cabral iniciou seu primeiro mandato com o número recorde de autos de resistência, revelando o inimigo e a sua disposição para eliminá-lo. Na busca por um segundo mandato, lançou-se no projeto UPA’s/UPP’s, parcos em termos de política pública, mas efetivados no referido mandato. Agora, unidos governos municipais, estaduais e federais, possuem um único horizonte, preparar o país, em especial a cidade do Rio de Janeiro, para os eventos esportivos que virão. As forças militares são parte essencial deste processo e precisam de limites para exercer o controle. Mais arbitrariedades estão por vir e precisamos estar atentos. É dever da sociedade civil controlar o Estado! Está na hora de exercermos o nosso dever!
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