Furacão Marina
catástrofe natural
que vai fazendo rima.
Por onde passa
seu rodo arrastaa sujeira e a poeira,
mas também dá fim
à papelada,à panelada
e passa cera na quina do sofá.
Quebra a jarra e sai
sem falar nada.
Joga água no arroz de ontem
e sempre esquece a ordem dos enfeites.
Dá fim no remédio da hipertensão
e nos documentos da aula de direção.
Joga fora meus amados lixos
e não limpa meus livros.
Mas até que compensa o mau trabalho
com a boa conversa e as grandes estórias.
Além daqui ela trabalha em shows, festas, maratonas e outros eventos.
Me contou que em micaretas celulares são esmagados
(pelos próprios donos enquanto pulam)
Que ricaço incendeia a própria festa,
e conta quem traiu e quem foi malogrado.
O mais chato nas histórias
são os politicos de seu bairro
que deixam os cidadãos a pisar no barro
porque não asfaltam outras ruas
além das suas.
E usam o dinheiro da prefeitura
para comprar casa em copacabana
enquanto inventam firulas.
Mas marina está sempre firme
para dar à familia tudo o que pode
enquanto faz minha mãe surtar com sua arte
de eliminar o que não deve
e negligenciar cantinhos sujos dos cômodos
que esperavam mais empenho de sua parte
Aleska Lemos
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