O ator Ítalo Rossi nos deixou no último dia 2. Nascido em 1931 no estado de São Paulo, morreu devido à complicações respiratórias, aos 80 anos.
Sua estréia no teatro profissional foi em 1956, na peça A casa de chá do luar de agosto, de John Patrick. Paulo Francis escreveu sobre Ítalo Rossi: “Nasce um ator e não se deve tocar nele.“ Ítalo foi um dos fundadores da Companhia Teatro dos Sete, em 1959, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro, Fernando Torres e Sérgio Britto, dentre outros, que formam o grupo que conseguiu dar ao teatro nacional um status de grande arte. Dentre grandes obras das quais participou encontra-se o Grande Teatro Tupi, programa que, ao vivo, adaptava grandes clássicos teatrais; e que ficou no ar durante seis anos na TV Tupi, depois transferiu-se para a TV Rio e depois para a TV Globo. O teleteatro é uma referência na história da TV e do teatro brasileiro. A montagem O Mambembe, de Artur Azevedo, da qual Ítalo fez parte, é considerada um marco no teatro nacional.
Sua carreira é composta por 20 produções cinematográficas e quase 30 programas de TV, dentre novelas, minisséries e séries, além das inúmeras peças de teatro. Inclusive sendo diretor de várias peças. Foi diretor de novela apenas uma vez, na TV Tupi, chamada Um gosto amargo de festa, novela esta que definiu a estréia de Renata Sorrah na televisão. Nos anos 1980 ganhou 3 prêmios Moliére, o mais importante das artes cênicas no país.
Definido por Fernanda Montenegro como “a alegria do teatro”, seu último papel da TV foi em Toma Lá da Cá, da Rede Globo, em que interpretou o Seu Ladir, dando sucesso ao bordão “É Mara!”.
Em janeiro deste ano o ator teve uma biografia lançada: “Ítalo Rossi: Isso é tudo”, de Antônio Gilberto e Éster Jablonski.
Na noite de terça-feira, pouco após o seu falecimento, o ator recebeu uma homenagem pela atriz Débora Duboc, na peça “O Homem, a besta e a virtude”, que só tinha sido apresentada uma vez, em 1964, justamente no Teatro dos Sete.
Ítalo Rossi geralmente interpretava papéis coadjuvantes, mas apesar disso em todos eles pôde mostrar seu talento e conquistar seu espaço como um bom ator, cujo falecimento lamentamos. Sempre demonstrou técnica e domínio de cena; seu carisma e sua voz sempre conquistaram o público.
Ainda assim era no teatro que realmente se destacava. Dizia: “Teatro para mim é como andar de bicicleta. Se parar, eu caio. É a minha vida. Por isso eu tenho que estar sempre na ribalta. Seja como ator, seja como diretor, preciso respirar teatro.”
Um apaixonado pelo que fazia só podia realmente ser tão bom e competente. Adeus, Ítalo querido! Veremo-nos nas reprises.
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