segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Estética Punk exposta no CCBB-RJ


A exposição apresentada pelo Ministério da Cultura e Banco do Brasil no CCBB-RJ (Rua Primeiro de Março, 66 - Centro, Rio de Janeiro) desde o dia 12 de julho segue até 02 de outubro deste ano tendo como objetivo mostrar um pouco do movimento punk além da música. Focando-se na estética, há na exposição sutis representações também da música e, inevitavelmente, do comportamento dos adeptos.
Pecando um pouco pela falta de mais obras e objetos expostos, ainda assim é válida e merece ser vista. Com duas pequenas partes devidamente não recomendadas para menores de 14 anos, é interessante ver a coleção de obras de alguns fotógrafos que influenciaram e/ou contribuíram para com a estética punk e o movimento em si. Movimento de certo modo libertário, social e também artístico.
São apresentadas também capas de vinis e, como de costume nas exposições relacionadas à música no CCBB, exemplos de músicas punk tocam em cada sala. Todo o conjunto demonstra um pouco da história do movimento punk, mostrando o seu caráter individualista, que se utilizou da crítica, do deboche e do que, pelo menos até então, era considerado mau comportamento. Os adeptos criaram uma maneira de reconhecimento visual, com seus penteados inusitados e muitos piercings pelo corpo.
Os punks ingleses foram os que mais se destacaram, “cuspindo na cara” da aristocracia da Grã-Bretanha. O que consistiu no que veio a se chamar “No Future” (sem futuro) ao qual a banda Sex Pistols se referia na letra de God Save the Queen e que foi tirada da ideia de que estava por vir um futuro apocalíptico, uma vez que a premissa do movimento punk foi a situação político-social-econômica no mundo, cercada pelas duas grandes guerras que marcaram o século XX, os blocos econômicos, conflitos ideológicos e desenvolvimento tecnológico demasiadamente acelerado. A banda citada anteriormente foi uma das principais do gênero no Reino Unido, representando como para o punk o mais importante foi/é a atitude e não o som, uma vez que os integrantes nem sabiam tocar direito os instrumentos.
I am a Clichê - Ecos da Estética punk, título dado à exposição, cuja origem é de uma música da banda X-Ray Spex, permanece realmente como eco mas é possível aprender com ela curiosidades como a origem da palavra clichê. Como define a própria mostra: “Clichê é o termo que, inicialmente, era usado para designar a matriz de impressão de uma gravura ou texto. Por ser a peça responsável por uma produção em repetição, acabou ampliando seu significado e também sendo usada para tratar de algo previsível, já visto anteriormente.”
Independentes. Essa é uma boa definição geral do movimento punk: independentes da moda, do que a sociedade pregava como bom e adequado e de tudo o mais. Niilismo, é fácil perceber. Apesar de menos rica do que poderia ser, vale a pena conferir um pouco disso tudo na exposição!


Um comentário:

  1. O que eu conheço do Punk vem dos livros de história e de algumas músicas do Pistols ouvidas de relance. É uma ótima oportunidade de conhecer um pouco mais.

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