Por Rufino Carmona
Um número enorme de pessoas acessou a matéria da semana passada sobre os superendividados. Agradeço a todos. Só que mãos a obra que a situação de quem está superendividado não pode esperar!
Vou partir do pressuposto, conforme combinamos na semana passada, que você já saiba o total da sua dívida e que já tenha eleito aquelas contas prioritárias para sua sobrevivência.
Vou dar então três sugestões agora para lhe ajudar a sair desse quadro de superendividamento. Veja a que melhor se encaixa.
1)Se você possui algum bem com valor superior ou equivalente à sua dívida, não pense duas vezes: venda e quite tudo. Não adianta ficar desesperado e rolar dívidas a juros altíssimos, quando pode resolver tudo se desfazendo de um bem. É um bem de família? É um automóvel? É uma casa de praia? Pensa bem: De que vale qualquer um desses bens ou o que eles podem lhe proporcionar se você não consegue dormir? Em relação ao automóvel, só não venda se ele for usado como ferramenta de trabalho, porque, nesse caso, você paga a dívida e fica sem trabalhar depois.
2) Você pode trocar dívidas caras por outras mais baratas: nem todo mundo tem essa chance, ainda mais quando está muito endividado. Mesmo assim, vale consultar o banco ou uma financeira e saber dos créditos disponíveis. Por exemplo: se você está no rotativo do seu cartão de crédito, pagando juros de 13% a 15% por mês, que tal pegar um empréstimo pessoal de 5% a 7%? Ou até penhorar suas jóias a juros bem mais baixos ainda? Nesse caso, você pega esse novo empréstimo e quita o anterior. A dívida vai continuar, só que a juros bem menores do que antes. Outra opção é o empréstimo consignado, se você é servidor público ou aposentado.
3) Renegocie com cada um dos seus credores: como é impossível fabricar dinheiro e como você não pode deixar de comer nem de pagar as contas básicas de água, de luz e a da casa própria, as outras que estiverem em atraso, você deve procurar o credor. Não finja que as cartas de cobrança não chegaram. Vá até à loja ou ao banco e renegocie sua dívida de um modo que seja possível pagá-la. Mostre sua situação de momento e diga claramente que deseja quitar o débito, mas que precisa ser de uma maneira que não volte a comprometer suas finanças no futuro. Se você quer pagar, tenha certeza de que seu credor deseja receber também. E ele sabe que se não fizer um acordo que seja realmente possível para você, ele não vai ver um único centavo. Ou seja, a renegociação é boa para todo mundo.
Na semana que vem, vou dar mais algumas dicas. Mas veja se, com essas, não é possível resolver, pelo menos, parte do problema.
E antes de terminar, preciso ressaltar dois pontos: nunca deixe seu nome “sujo” no SPC. Procure, de toda maneira, resolver suas pendências para “limpá-lo”. Seu nome é o seu maior patrimônio.
E o outro: quando você sair dessa situação de superendividamento, não volte a comprar sem antes pensar muito nas suas aquisições: se são possíveis dentro do seu orçamento e se até são realmente necessárias. Aprenda com os seus erros!
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