Suas primeiras obras foram para a Igreja Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça, para o Palácio de Sobradiel e o Monastério Aula Dei. Casou-se com Josefa Bayeu, mudou-se para Madrid e durante seus primeiros anos lá trabalhou para fábricas fazendo desenhos para tapeçarias. São desse período os desenhos que mais fizeram fama, no entanto, a vontade maior de Goya não era retratar paisagens, como se vê em suas obras futuras. Ele provou ser um mestre dos métodos convencionais, principalmente na obra “La Crucificada”, de 1780. A partir daí começou a receber encomendas da aristocracia, e acabou sendo nomeado “Primeiro Pintor da Câmara do Rei”.
Antes de tal obra ser realizada, Goya, em 1792, em uma viagem, contraiu uma doença desconhecida (na época) que o deixou temporariamente paralítico, parcialmente cego e completamente surdo. Parcialmente recuperado, retornou seus trabalhos para a Corte em 1793, porém começou a também pintar de acordo com as suas próprias inspirações. A partir daí Goya se libertou e se mostrou mais expressivo, e também mais melancólico, triste e crítico. Perdeu o respeito pela Corte e iniciou uma série de pinturas que expressam cruamente como realmente eram, por trás das belas ou não tão belas roupas, não só os nobres, como as demais pessoas. Isso perdurou e se acentuou por volta dos anos de 1810 a 1814, quando produziu sua famosa série “Los Desastres de La Guerra”. Fato que gera dúvida em relação ao porquê de Goya ter perdido sua vivacidade e seu dinamismo: terá sido a doença, a hipocrisia das pessoas ao seu redor ou as repressivas guerras napoleônicas que estavam ocorrendo? Goya vivenciou muitas mortes, esquartejamentos, pessoas sendo guilhotinadas. E nem mesmo Picasso, em sua obra “Guernica”, foi cru e real como Goya. Afinal, Goya encontrava-se na Espanha quando as tropas napoleônicas lá estavam. Picasso, enquanto Guernica era cruelmente destruída durante a Guerra Civil Espanhola, encontrava-se em Paris passeando pela Rive Gauche. A Inquisição censurou muitas das obras de Goya, chegou a processá-lo mas ele conseguiu se livrar. As últimas obras desse gênio atormentado foram as chamadas “Pinturas Negras”, que se encontram no Museu do Prado. Referem-se, em sua maioria, à repressão do reinado absolutista de Fernando VII. Em 1824, ele se exilou em Bordeaux, França, onde veio morrer em 1828.



Goya percorreu a pintura espanhola e européia desde o rococó, o neoclassicismo, até ao romantismo. Suas obras constituem um total muito abundante e extravagante. A série “Los Caprichos”, depois de expostas no Rio, irão para Brasília, onde ficarão de 28/06 a 14/08, em seguida para Salvador, 22/08 a 16/09 e Belo Horizonte, 27/09 a 26/10 (anteriormente já estiveram em São Paulo). Vale a pena conferir as expressões que, provavelmente, antecederam diversas outras do cinema de gênero terror!
Sempre é bom conhecer a trajetoria dos artistas, dá pra ver porque ele retrata com mais frequencia certos aspectos da vida que se afinal com a realidade dele.
ResponderExcluirafinam*
ResponderExcluirÉ importante notarmos as influências da época mostrada nas pinturas. Goya por exemplo, presenciou a guerra napoleônica, e expressou isso em suas pinturas. Percebemos a expressão triste nos rostos das pessoas... mostrando que a guerra não traz nenhum benefício.
ResponderExcluirMarcos.