quarta-feira, 1 de junho de 2011

Um brinde ao comum

As pessoas costumam brindar em comemoração a algo. O costume é esse: brindar a um fato considerado vitória, conquista; a uma viagem; a uma boa notícia. Ao incomum, aquilo que só acontece de vez em quando. Pois hoje eu proponho que façamos um brinde ao comum. Ao dia-a-dia, à rotina.
Quero fazer um brinde a todos que dão valor à vida que possuem, aos seus respectivos empregos e afazeres domésticos. Pois quem dá valor ao simples, merece mesmo ter muitos motivos para brindar.
Proponho um brinde ao chefe chato do trabalho, pois talvez se ele não fosse tão exigente, você não seria tão eficiente. À mãe que peca por amor e ao pai que às vezes é tão distraído e/ou focado no trabalho, sem eles não teríamos nem a vida. Que tal brindarmos ao arroz e feijão e não ao salmão?! Ao pudim de leite ou brigadeiro de panela e não ao petit gateau. Ao pão com margarina e não ao couver com foie gras. A maioria das pessoas nunca nem experimentou tais coisas. E, acredite, são felizes mesmo assim.
E talvez sejam mais puramente felizes, pois o assim são por si mesmos, justamente pelo simples. Não lhes precisam riquezas materiais, nem esbanjamento do desnecessário. Todo mundo gosta de provar desses ares de vez em quando, mas esbanjar tira a simplicidade e o prazer puro.
Quero fazer um brinde ao simples e ao essencial: saúde, paixão pela vida e, é claro, amor.
Só não dá mesmo é para brindar à algumas outras coisas que já se tornaram comuns em nosso dia-a-dia: a burocracia do banco, a corrupção política e a ignorância humana.
Mas vamos ignorar tais realidade só por hoje pois, afinal, a roupa que está no armário, a qual nem todos possuem; a comida que está no prato, cuja falta traz a morte a tantos; o teto sobre nós, sem o qual muitos dormem; ainda são o suficiente para nos fazer sentirmos gratidão.
Um brinde! Com água, refrigerante, espumante, vinho, até com cidra. O que importa é o significado.

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